segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

DESAFIOS, AVANÇOS E CONTRADIÇÕES NOS DIVERSOS NIVEIS DE ENSINO


                              As principais questões inerentes a cada nível de ensino

 
Profª.: Edneide Silva




NÍVEL DE ENSINO
DESAFIOS
AVANÇOS
CONTRADIÇÕES
Educação Infantil
- Enfrenta-se hoje o desafio de ampliar as políticas para a educação das crianças de zero a cinco anos, de refletir
sobre as diferentes formas de viver a infância (indígenas, quilombolas, ribeirinhas, urbanas, do campo, da
floresta) e de definir as bases curriculares nacionais para essa fase da vida escolar que passou a ser parte da
educação básica.
- Projetos pedagógicos específicos para essa etapa são necessários, bem como a redefinição do
trabalho docente para atuar em creches e pré-escolas, considerando as três funções indissociáveis da Educação
Infantil:
Função social
Função política
Função pedagógica
 
No ano de 2009, visa ndo a discussão dessa questão, elaborou-se um instrumento de autoavaliação intitulado “Indicadores de Qualidade da Educação Infantil”. O objetivo do documento foi traduzir e detalhar os parâmetros publicados em 2006 em indicadores operacionais, no sentido de oferecer às equipes de educadores e às comunidades atendidas pelas instituições de Educação Infantil um instrumento adicional de apoio ao seu trabalho. Essa iniciativa pretendeu contribuir com as instituições de Educação Infantil no sentido de encontrar seu próprio caminho na direção de práticas educativas que respeitem os direitos fundamentais das crianças e ajudem a construir uma sociedade mais democrática.
Dado que as características da faixa etária das crianças da Educação Infantil exigem conceber um outro tipo de estabelecimento educacional, é preciso também que a gestão da instituição se baseie numa revisão de conceitos sobre o que é a escola, a infância, o conhecimento e o currículo! O currículo na Educação Infantil é aquilo que se constrói no diálogo entre crianças, famílias e docentes e se manifesta em todas as interações do dia a dia. O documento, que objetiva pensar as práticas na Educação Infantil (MEC/SEB, 2009b), afirma que os campos de aprendizagem dessas crianças são as práticas sociais e as linguagens, expressos em inter-relação com o cotidiano. Nesse contexto, deve-se repensar o currículo compreendendo os elementos constituintes das práticas na Educação Infantil.
Ensino Fundamental
A ampliação do Ensino fundamental para nove anos. Seu objetivo é que todas as crianças de seis anos, sem distinção de classe, sejam matriculadas na escola. Contudo, inserir crianças de seis anos no ensino fundamental, evidentemente, não garante por si só uma aprendizagem de
maior qualidade. Isso depende, sobretudo, de um uso mais eficaz do tempo, baseado na organização qualitativa do trabalho pedagógico e dando atenção às características etárias, sociais e psicológicas das crianças.
Como assegurar a transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental? Essa passagem deve ocorrer da forma mais natural possível, não provocando nas crianças rupturas e impactos negativos no seu processo de
escolarização. Dessa maneira, as escolas que estiverem organizadas pela estrutura seriada não podem acrescentar mais uma série, com as características e a natureza daquela que era a primeira série. Os seus projetos político pedagógicos devem ser propostos no sentido de permitir a flexibilização dos tempos, a fim de contribuir para o desenvolvimento da criança, possibilitando-lhe, efetivamente, uma ampliação qualitativa do seu tempo na escola.
Trabalhar com as crianças de seis anos na escola envolve compreender o fato de que elas vivem numa sociedade
cuja cultura dominante é a letrada. Desde que nascem, as crianças constroem conhecimentos prévios sobre o sistema de representação e o significado da leitura e da escrita que se transformam em valorização social da
aquisição de habilidades de ler e escrever. No entanto, a entrada na escola para essas crianças não pode
representar uma ruptura completa com o estágio de vivência anterior, em casa ou na instituição de Educação
Infantil, mas é preciso ser uma continuidade das suas experiências anteriores para que sistematizem
gradualmente os conhecimentos sobre a língua escrita.
A escola deve elaborar estratégias de formação continuada dos professores que atuam no Ensino
Fundamental para que sejam encontradas novas ações pedagógicas, sendo indispensável o desenvolvimento de atitudes investigativas, de alternativas pedagógicas e metodológicas na busca de uma qualidade social da
educação.
Ensino Médio Integrado (EMIEP)
- Um grande desafio para o Ensino Médio continuou sendo a dualidade entre o propedêutico e o profissionalizante. A busca de um modelo unitário, que integrasse os conceitos de trabalho, ciência e cultura como conceitos que estruturam as finalidades do Ensino Médio e orientam a sua organização curricular e as práticas pedagógicas do seu processo formativo, mais uma vez foi adiada e depende ainda hoje de experiências que possibilitem tal
organização.
- Eixos da organização do currículo dos cursos de EMIEP: o trabalho, a ciência e a cultura. Esta organização curricular é em dúvida um dos grandes desafios educacionais para o Século XXI.
A mobilização dos educadores, no entanto, e uma maior sensibilidade governamental, permitiu um passo
importante para a superação da dualidade. A nova legislação indicou três formas de articulação entre a educação profissional técnica de nível médio e o ensino médio: a integrada, a concomitante e a subseqüente.
O EMIEP é um curso planejado que conduz, simultaneamente, a um diploma e a um certificado com base em uma
única matriz curricular, uma única matrícula por aluno, e uma carga horária que pretende assegurar o cumprimento das duas finalidades – formação geral e profissional. Para tanto, há convergência de objetivos do ensino médio e do ensino técnico, buscando-se uma sólida e atualizada formação científica, tecnológica, cultural e ética.
Programa Ensino Médio Inovado
No ano de 2009, o governo federal lançou um programa viabilizando outras inovações para o currículo do ensino médio, de forma articulada aos programas e ações já em desenvolvimento nos âmbitos federal e estadual. O programa possui “linhas de ação” que envolvem diversos aspectos que permeiam o contexto escolar, tais como: fortalecimento da gestão escolar e dos sistemas; melhoria das condições de trabalho docente e sua formação
inicial e continuada; apoio às práticas docentes; desenvolvimento do protagonismo juvenil e apoio ao aluno jovem e adulto trabalhador; infra-estrutura física e recursos pedagógicos; elaboração de pesquisas relativas ao ensino médio e à juventude, entre outros.
A proposta do Programa Ensino Médio Inovador tem como objetivo a melhoria da qualidade do ensino médio nas escolas públicas, buscando principalmente desenvolver nos alunos a promoção da capacidade de pensar, refletir, compreender e agir sobre as determinações da vida social e produtiva, articulando trabalho, ciência e cultura na perspectiva da emancipação humana, de forma igualitária a todos os cidadãos.
O programa propõe, além das orientações metodológicas estabelecidas no seu interior, percursos formativos organizados pelas unidades escolares envolvidas seguindo a legislação em vigor e as diretrizes curriculares dos Estados. Permite a ampliação da carga horária, além da mínima anual de oitocentas horas, distribuídas em duzentos dias letivos.
Deve então o currículo do ensino médio ser modificado? Devem ser acrescentados
componentes  técnicos no currículo do ensino médio?
Tais componentes podem existir, mas devem ser necessariamente desenvolvidos de forma integrada aos diversos conhecimentos. Por isso mesmo não é uma proposta fácil e precisa ser construída  processualmente pelos sistemas
e instituições de ensino, visando a práticas curriculares e pedagógicas que levem à formação plena do educando e possibilitem construções intelectuais.

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