As principais questões inerentes a cada nível de ensino
Profª.: Edneide Silva
NÍVEL DE ENSINO
|
DESAFIOS
|
AVANÇOS
|
CONTRADIÇÕES
|
Educação Infantil
|
- Enfrenta-se hoje o desafio de ampliar as políticas para a educação
das crianças de zero a cinco anos, de refletir
sobre as diferentes formas de viver a infância (indígenas,
quilombolas, ribeirinhas, urbanas, do campo, da
floresta) e de definir as bases curriculares nacionais para essa
fase da vida escolar que passou a ser parte da
educação básica.
- Projetos pedagógicos específicos para essa etapa são necessários,
bem como a redefinição do
trabalho docente para atuar em creches e pré-escolas, considerando
as três funções indissociáveis da Educação
Infantil:
•
Função social
•
Função política
•
Função pedagógica
|
No ano de 2009, visa ndo a discussão dessa questão, elaborou-se um
instrumento de autoavaliação intitulado “Indicadores de Qualidade da Educação
Infantil”. O objetivo do documento foi traduzir e detalhar os parâmetros
publicados em 2006 em indicadores operacionais, no sentido de oferecer às
equipes de educadores e às comunidades atendidas pelas instituições de
Educação Infantil um instrumento adicional de apoio ao seu trabalho. Essa
iniciativa pretendeu contribuir com as instituições de Educação Infantil no
sentido de encontrar seu próprio caminho na direção de práticas educativas
que respeitem os direitos fundamentais das crianças e ajudem a construir uma
sociedade mais democrática.
|
Dado que as características da faixa etária das crianças da Educação
Infantil exigem conceber um outro tipo de estabelecimento educacional, é
preciso também que a gestão da instituição se baseie numa revisão de conceitos
sobre o que é a escola, a infância, o conhecimento e o currículo! O currículo
na Educação Infantil é aquilo que se constrói no diálogo entre crianças,
famílias e docentes e se manifesta em todas as interações do dia a dia. O
documento, que objetiva pensar as práticas na Educação Infantil (MEC/SEB,
2009b), afirma que os campos de aprendizagem dessas crianças são as práticas
sociais e as linguagens, expressos em inter-relação com o cotidiano. Nesse
contexto, deve-se repensar o currículo compreendendo os elementos
constituintes das práticas na Educação Infantil.
|
Ensino Fundamental
|
A ampliação do Ensino fundamental para nove anos. Seu objetivo é que
todas as crianças de seis anos, sem distinção de classe, sejam matriculadas
na escola. Contudo, inserir crianças de seis anos
no ensino fundamental, evidentemente, não garante por si só uma aprendizagem
de
maior qualidade. Isso depende, sobretudo, de um uso mais
eficaz do tempo, baseado na organização
qualitativa do trabalho pedagógico e
dando atenção às características etárias, sociais e psicológicas das
crianças.
|
Como assegurar a transição da Educação Infantil para o Ensino
Fundamental? Essa passagem deve ocorrer da forma mais natural possível, não
provocando nas crianças rupturas e impactos negativos no seu processo de
escolarização. Dessa maneira, as escolas que estiverem organizadas
pela estrutura seriada não podem acrescentar mais uma série, com as
características e a natureza daquela que era a primeira série. Os seus
projetos político pedagógicos devem ser propostos no sentido de permitir a
flexibilização dos tempos, a fim de contribuir para o desenvolvimento da
criança, possibilitando-lhe, efetivamente, uma ampliação qualitativa do seu
tempo na escola.
Trabalhar com as crianças de seis anos na escola envolve compreender
o fato de que elas vivem numa sociedade
cuja cultura dominante é a letrada. Desde que nascem, as crianças
constroem conhecimentos prévios sobre o sistema de representação e o
significado da leitura e da escrita que se transformam em valorização social
da
aquisição de habilidades de ler e escrever. No entanto, a entrada na
escola para essas crianças não pode
representar uma ruptura completa com o estágio de vivência anterior,
em casa ou na instituição de Educação
Infantil, mas é preciso ser uma continuidade das suas experiências
anteriores para que sistematizem
gradualmente os conhecimentos sobre a língua
escrita.
|
A escola deve elaborar estratégias de formação continuada dos
professores que atuam no Ensino
Fundamental para que sejam encontradas novas ações pedagógicas,
sendo indispensável o desenvolvimento de atitudes investigativas, de
alternativas pedagógicas e metodológicas na busca de uma qualidade social da
educação.
|
Ensino Médio Integrado (EMIEP)
|
- Um grande desafio para o Ensino Médio continuou sendo
a dualidade entre o propedêutico e o profissionalizante. A busca de um modelo unitário,
que integrasse os conceitos de trabalho, ciência e cultura como conceitos que
estruturam as finalidades do Ensino Médio e orientam a sua organização curricular
e as práticas pedagógicas do seu processo formativo, mais uma vez foi adiada
e depende ainda hoje de experiências que possibilitem tal
organização.
- Eixos da organização do currículo dos cursos de EMIEP: o trabalho,
a ciência e a cultura. Esta organização curricular é em dúvida um dos grandes
desafios educacionais para o Século XXI.
|
A mobilização dos educadores, no entanto, e uma maior
sensibilidade governamental, permitiu um passo
importante para a superação da dualidade. A nova legislação indicou três formas de articulação entre a
educação profissional técnica de nível médio e o ensino médio: a integrada, a
concomitante e a subseqüente.
|
O EMIEP é um curso planejado que conduz, simultaneamente, a um
diploma e a um certificado com base em uma
única matriz curricular, uma única matrícula por aluno, e uma carga
horária que pretende assegurar o cumprimento das duas finalidades – formação
geral e profissional. Para tanto, há convergência de objetivos do ensino
médio e do ensino técnico, buscando-se uma sólida e atualizada formação
científica, tecnológica, cultural e ética.
|
Programa Ensino Médio Inovado
|
No ano de 2009, o governo federal lançou um programa viabilizando
outras inovações para o currículo do ensino médio, de forma articulada aos
programas e ações já em desenvolvimento nos âmbitos federal e estadual. O
programa possui “linhas de ação” que envolvem diversos aspectos que permeiam
o contexto escolar, tais como: fortalecimento da gestão escolar e dos
sistemas; melhoria das condições de trabalho docente e sua formação
inicial e continuada; apoio às práticas docentes; desenvolvimento do
protagonismo juvenil e apoio ao aluno jovem e adulto trabalhador;
infra-estrutura física e recursos pedagógicos; elaboração de pesquisas
relativas ao ensino médio e à juventude, entre outros.
|
A proposta do Programa Ensino Médio Inovador tem como objetivo a
melhoria da qualidade do ensino médio nas escolas públicas, buscando
principalmente desenvolver nos alunos a promoção da capacidade de pensar,
refletir, compreender e agir sobre as determinações da vida social e
produtiva, articulando trabalho, ciência e cultura na perspectiva da
emancipação humana, de forma igualitária a todos os cidadãos.
O programa propõe, além das orientações metodológicas estabelecidas
no seu interior, percursos formativos organizados pelas unidades escolares
envolvidas seguindo a legislação em vigor e as diretrizes curriculares dos
Estados. Permite a ampliação da carga horária, além da mínima anual de
oitocentas horas, distribuídas em duzentos dias letivos.
|
Deve então o currículo do ensino médio ser modificado? Devem ser
acrescentados
componentes técnicos no
currículo do ensino médio?
Tais componentes podem existir, mas devem ser necessariamente
desenvolvidos de forma integrada aos diversos conhecimentos. Por isso mesmo
não é uma proposta fácil e precisa ser construída processualmente pelos sistemas
e instituições de ensino, visando a práticas curriculares e
pedagógicas que levem à formação plena do educando e possibilitem construções
intelectuais.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário