sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

CAPÍTULO 12 - MOLÉCULAS DE BRUXARIA, do LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

Olá, como estão? Tod@s bem?

Essa semana traremos o décimo segundo capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 1 moléculas que mudaram a história, sobre "Moléculas de bruxaria". O capítulo trata sobre os compostos responsáveis pela morte de milhares de pessoas, em especial mulheres, entre os séculos XIV e XVIII.

O quantitativo de mortes varia entre 10 mil a milhões. Geralmente a forma de vitimar era por tortura, enforcamento ou queimando, como bruxas na Europa. Os mais perseguidos eram herboristas que pesquisavam além de plantas e venenos de pequenos animais.

Antes de 1350 a bruxaria era vista como a prática da feitiçaria, uma maneira de tentar controlar a natureza a nosso dispor. Na maior parte da Europa a feitiçaria era aceita como parte da vida, e a bruxaria só era considerada crime se gerasse danos.

Muitas poções preparadas por bruxas continham partes de sapos, pois os extratos de sapos e rãs eram usados para envenenar pontas de flecha em muitas partes do mundo. Curiosamente, segundo o folclore, os sapos ou gatos eram os animais que mais frequentemente acompanhava as bruxas como encarnação de um espírito malévolo.

Um dos mitos mais persistentes acerca de bruxas é que elas eram capazes de voar, em geral em vassouras, para ir a um sabá (encontro marcado para a meia-noite, supostamente uma paródia orgíaca da missa cristã). Muitas mulheres acusadas de bruxaria confessavam, sob tortura, que voavam para os sabás.

Essas mulheres realmente acreditavam que haviam voado pela chaminé, montadas numa vassoura, e depois se entregue a toda sorte de perversões sexuais. Pode haver uma excelente explicação Química para essa crença: o grupo de compostos conhecidos como ALCALOIDES.

Os alcaloides são compostos vegetais que têm um ou mais átomos de nitrogênio, geralmente como parte de um anel de átomos de carbono. Com frequência os alcaloides são fisiologicamente ativos no ser humano, em geral afetando o sistema nervoso central, e de hábito podem ser extremamente tóxicos.

Derivados feitos de alcaloides formam a base de muitos de nossos fármacos modernos, como a molécula codeína, que alivia a dor, o anestésico local benzocaína e a cloroquina, um agente antimalárico.

Em seus “unguentos do voo”, as bruxas costumavam incluir extratos de mandrágora, beladona e meimendro nos óleos e pomadas para aplicar na pele, e isso supostamente as faziam voar. Todas estas plantas pertencem à família Solanaceae, ou das beladonas. A mandrágora (Mandragora officinarum) é usada desde a Antiguidade como meio de restaurar a vitalidade sexual e como soporífico. Várias lendas curiosas envolvem a mandrágora e diz-se que, quando arrancada do solo, emitia gemidos lancinantes.

A segunda planta usada nos unguentos do voo era a beladona (Atropa belladonna). O nome vem da prática, comum entre mulheres na Itália, de pingar nos olhos o suco extraído das bagas pretas da planta. Com isso, a pupila se dilatava e as adeptas dessa prática, acreditavam que o resultado tornava-as mais belas, daí belladonna, “bela mulher” em italiano.

Juntamente com a mandrágora e a beladona, haviam outras plantas nos unguentos para voar: o meimendro, dedaleira, salsa, acônito, cicuta e estramônio são listados em relatos históricos.

Muitos alcaloides são citados nesse capítulo, como a ergotamina, que deriva do ácido lisérgico, e a cocaína, que tem origem na própria ergotamina. A cocaína e os alcaloides d ergotina, embora tóxicos e perigosos, têm longa história de uso terapêutico, e as ergotinas continuam desempenhando papel significativo na medicina. 


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

CAPÍTULO 11 - A PÍLULA, do LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

 

Olá, tod@s bem?

Essa semana trouxemos o décimo primeiro capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história, sobre “A pílula”. O capítulo aborda a importância e as modificações causadas na sociedade com o surgimento da pílula.

Em 1960, surgiu o primeiro contraceptivo oral, a “noretindrona”, que se popularizou pela identidade “a pílula”. Antigamente, quando não se tinha a pílula, as mulheres ingeriam substâncias naturais, geralmente provenientes de ervas medicinais, como por exemplo, o líquido obtido da fermentação de folhas de salsa e menta.

A NORETINDRONA faz parte do grupo de substâncias conhecido como esteroides. Essa é a mesma nomenclatura aplicada às substâncias ilícitas usadas por alguns atletas com a finalidade de melhorar seu desempenho esportivo.

Devido ao seu uso e popularização, a pílula, contribuiu para a diminuição do número de filhos. Isso contribuiu para que em 1960 ocorresse “O Movimento de Liberação das Mulheres” que culminou com o avanço do feminismo incentivando muitas mulheres a trabalharem fora de casa. Margaret Sanger (1879-1966), considerada a mãe da pílula, era contra as regras imposta pela sociedade e incentivava as mulheres a usarem anticoncepcionais.

Houve também o uso da molécula de progesterona como anticoncepcional, mas segundo estudos, essa substância pode gerar problemas, uma vez que precisa ser injetada, pois quando tomada por via oral tem eficácia reduzida. Acredita-se que isso ocorra porque ela reage com ácidos estomacais ou outras substâncias químicas digestivas. Para solucionar esse fato, a saída foi a síntese de uma progesterona artificial que conservasse sua atividade quando ministrada oralmente.

Com isso, a pílula anticoncepcional foi desenvolvida por homens para ser ingerida por mulheres. Djerassi, hoje por vezes chamado “o Pai da Pílula”, diria anos mais tarde: “Nem em nossos sonhos mais desvairados imaginávamos que essa substância acabaria se tornando o ingrediente ativo de quase metade dos anticoncepcionais usados no mundo inteiro”.

Já a noretindrona foi concebida para tratamento hormonal para manter a gravidez ou aliviar a irregularidade menstrual, especialmente em casos que envolviam grave perda de sangue.

Alguns questionamentos surgem no decorrer do capítulo, tais como: porque não sintetizaram uma molécula a ser tomada pelos homens? Isso se dá pelo fato de que os homens não tem um ciclo hormonal, além disso impedir a produção de milhões de espermatozoides é muito mais difícil do que evitar o desenvolvimento de um óvulo uma vez por mês. Ainda assim, o capítulo traz que moléculas diferentes estão sendo investigadas para possíveis pílulas anticoncepcionais masculinas, em resposta a uma necessidade percebida de dividir a responsabilidade pela contracepção de forma igualitária entre os gêneros.

A noretindrona foi mais que mera medicação para o controle da fertilidade. Sua introdução no mercado assinalou o início da consciência, não só da fertilidade e da contracepção, mas também da abertura de oportunidades. Com isso, foi permitido às mulheres expressarem-se sobre assuntos que haviam sido tabus durantes séculos e agir com relação a eles, como o câncer, a violência na família ou o incesto.


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

CAPÍTULO 10 - REMÉDIOS MILAGROSOS, do LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

 

Olá, tod@s bem?

Essa semana trouxemos o décimo capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história, sobre “Remédios Milagrosos”. O capítulo, trata sobre a Química e o desenvolvimento de dois tipos de produtos farmacêuticos: o analgésico aspirina e os antibióticos do grupo sulfa e a penicilina. Os lucros gerados pela aspirina ajudaram a convencer as companhias químicas de que os fármacos eram promissores; os primeiros antibióticos, medicamentos à base de sulfa e penicilina ainda continuam sendo prescritos até hoje.

Em 1856, Perkin criou a molécula do Malva e nessa época, na Grã-Bretanha a expectativa de vida estava em torno de 45 anos. Já em 1900, 44 anos depois, a expectativa de vida nos EUA nos homens era de 46 anos e mulheres 48 anos, pouco havia mudado. Um século depois devido a introdução das moléculas milagrosas, conhecidas como “antibióticos”, os números subiram aos 72 anos para os homens e 79 anos para as mulheres.

Antes dos remédios eram utilizadas ERVAS MEDICINAIS, de acordo com os costumes e tradições de cada sociedade. As ervas eram usadas para tratar ferimentos, curar doenças e aliviar dores. Mas elas não resolviam tudo. Haviam muitas mortes por doenças bacterianas. Metade dos soldados feridos da Guerra Civil Norte – Americana morreram por infecções bacterianas. Ainda assim, muitas dessas ervas serviram para dá origem a diversos remédios modernos.

ASPIRINA

A ideia da aspirina surgiu no início do século XX. É um medicamento que ainda hoje é vastamente utilizado para tratamentos de algumas doenças e tratar ferimentos. A aspirina teria sido muito útil na 1ª Guerra Mundial, pois nessa guerra muitas pessoas morreram por causa de ferimentos que não tinham tratamento adequado.

Há muito mais de 400 composições/preparados contendo aspirina, e mais de 18 milhões de quilos de aspirina são produzidos nos Estados Unidos por ano. Além de aliviar a dor, baixar a temperatura do corpo e reduzir inflamações, a aspirina tem também a propriedade de afinar o sangue. Entretanto não deve ser usada indiscriminadamente, pois há certos tipos de doença que não podem ser tratadas com esse fármaco.

SULFA

As sulfas eram consideradas como remédios milagrosos. Embora hoje, quando muitos tratamentos eficazes contra bactérias estão disponíveis, isso possa nos parecer exagerado, os resultados obtidos com esses compostos nas primeiras décadas do século XX pareciam extraordinários.

Por exemplo, após a introdução das sulfanilamidas, o número de morte por pneumonia reduziu em 25 mil de um ano para outro, apenas nos Estados Unidos. As sulfas foram o primeiro grupo de compostos que se tornou de uso geral no combate a infecção bacteriana. Entretanto a indústria farmacêutica constatou recentemente, que o uso das sulfas decresceu no
mundo todo e várias podem ser as razões: preocupação com seus efeitos a longo prazo, a
evolução de bactérias resistentes à sulfanilamida e o desenvolvimento de
antibióticos novos e mais potentes.

PENICILINAS

1877 – Louis Pasteur foi o primeiro cientista a pensar sobre a possibilidade de um micro-organismo matar outro.

Quase um século depois, Alexander Fleming descobriu que fungos da família Penicillium, contaminaram as colônias de bactéria que ele estava estudando e as destruiu. Logo após esse evento, foram realizados vários experimentos, nos quais notou-se que a penicilina ao contrário do fenol não era irritante e podia ser aplicada no exato local da infecção e que parecia mais eficiente e com menos efeito colateral.

Fleming publicou os resultados dessas descobertas em uma revista médica, mas na época não houve muito interesse.

Esperamos que tenham gostado do resumo desse capítulo.

Abraços em tod@s e se possível, FIQUEM EM CASA!!!


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

CAPÍTULO 9 - CORANTES, do LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

 

Hoje trouxemos o nono capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história, sobre “Corantes”. Essas moléculas são responsáveis pelo colorido de nossas roupas, móveis, acessórios e até mesmo dos nossos cabelos.

As tintas e as matérias corantes são compostas de moléculas naturais ou feitas pelo homem cujas origens remontam a milhares de anos. Sua descoberta e utilização levaram à criação e expansão das maiores companhias químicas existentes no mundo.

A extração e o preparo de corantes, mencionados na literatura chinesa remontam a 3000 a.C., e talvez tenham sido as primeiras tentativas humanas de praticar a Química. As tinturas mais antigas eram obtidas principalmente das plantas: de suas raízes, folhas, cascas ou bagas.

As tinturas são compostos orgânicos coloridos incorporados às fibras têxteis. A estrutura molecular desses compostos pode absorver certos comprimentos de onda de luz do espectro visível, assim a cor real da tinta que vemos depende desses comprimentos de onda que são refletidas de volta, em vez de serem absorvidas. As tinturas orgânicas, os minerais finamente moídos e outros compostos inorgânicos foram usados desde a Antiguidade para criar cor.

O azul, em particular, era uma cor muito requisitada. Comparados ao vermelho e ao amarelo, os tons de azul não são comuns em plantas; uma delas, porém, a Indigofera tinctoria, da família das leguminosas, era conhecida como farta fonte da matéria corante azul índigo. As folhas frescas das plantas que produzem o índigo não parecem azuis, mas depois de fermentadas, sob condições alcalinas e em seguida oxidadas, fazem surgir a cor azul.

O composto precursor do índigo, encontrado em todas as plantas que o produzem, é a indicã, molécula que contém uma unidade de glicose associada. A própria indicã é incolor, mas sua fermentação sob condições alcalinas rompe a unidade de glicose para produzir a molécula de indoxol. Este reage com o
oxigênio do ar para produzir o índigo de cor azul.

O índigo era uma substância muito valiosa, mas a matéria corante antiga mais cara era uma molécula muito semelhante a ele, conhecida como PÚRPURA DE TIRO. A púrpura é vista até hoje como uma cor imperial, um símbolo de realeza.

A púrpura de Tiro era obtida de um muco opaco secretado por várias espécies de moluscos marinhos, em geral do gênero Murex. A cor brilhante da púrpura de Tiro só se revela pela oxidação no ar.

A partir do final do século XVIII, foram criados corantes sintéticos que mudaram as práticas seculares dos artesãos. O primeiro foi o ácido pícrico, uma molécula trinitrada usada em munições na Primeira Guerra Mundial.

Sendo um composto fenólico, a substância foi sintetizada pela primeira vez em 1771 e usada como corante para lã e seda, a partir de 1788.

Com o passar do tempo, surgiram corantes inteiramente produzidos pelo homem e que davam tons vivos e límpidos, não desbotavam e produziam resultados constantes. Assim foram criadas as primeiras indústrias da humanidade.

Com isso, as moléculas corantes mudaram a história. À medida que a demanda de cor crescia, prosperavam também guildas e fábricas, cidades e comércio. O advento de corantes sintéticos transformou o mundo.

Torcemos para que gostem do resumo do nono capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história e se inspirem a lê o livro na integra.

BOA LEITURA, e se possível FIQUEM EM CASA!!!