segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

MEU PROFESSOR É 10, MAS O DE CIÊNCIAS É 1000!!!!!

DISPONÍVEL: http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/fisica-sem-misterio/aqueles-que-nos-inspiram
ACESSO: 23/02/2015 AS 10h



Em sua coluna de fevereiro, Adilson de Oliveira reverencia professores, museus de ciência e outras iniciativas de popularização científica e fala da importância do ensino e da divulgação da ciência para despertar em crianças e jovens o interesse em seguir a carreira de cientista.
Por: Adilson de Oliveira
Publicado em 20/02/2015 | Atualizado em 20/02/2015
Aqueles que nos inspiram
Espaço Catavento Cultural e Educacional, em São Paulo. Nos museus de ciência, crianças e jovens podem ter contato com experimentos e demonstrações capazes de despertar a curiosidade e o fascínio pelos fenômenos da natureza. (foto: Thaís Fernandes)
No mês de fevereiro, além de normalmente ter carnaval, muitas pessoas retornam de suas férias, em particular os estudantes, tanto do ensino fundamental e médio quanto do superior. Inicia-se um novo ano escolar e volta a rotina de aulas, estudos e provas. Em seus diferentes níveis, os alunos têm simpatia por determinada disciplina ou determinado professor. O melhor é quando as duas coisas acontecem simultaneamente.
Costumamos lembrar de algum professor que gostávamos por causa da maneira como ele explicava os conteúdos e que nos estimulava a estudar mais. Outros, ao contrário, fizeram com que não gostássemos de determinada disciplina. Por um lado, esses mestres acabam se tornando inspiração para os alunos seguirem determinadas carreiras; por outro, podem afastá-los de determinados caminhos.
A maioria das pessoas que escolheram seguir a carreira científica teve alguém que fez despertar nelas a vontade de ser cientista. Provavelmente foi um momento mágico onde, por meio de um experimento ou de uma explicação, a curiosidade e o fascínio pela ciência bateram fundo na alma, fazendo surgir aquele famoso ‘brilho nos olhos’. Um mestre inspirador é sempre fundamental para podermos construir os nossos sonhos.
Os professores de ciências são essenciais para inspirar jovens a seguir as carreiras científicas. Mas o desejo também pode surgir de um livro, uma palestra de cientista, uma série de TV, uma visita a um museu ou centro de divulgação de ciências
Os professores de ciências são essenciais para inspirar jovens a seguir as carreiras científicas. Em meu caso particular, tive uma professora que fez toda a diferença, embora também tivesse outros que me falavam para não tentar ser físico, pois isso não me traria um bom futuro.
Mas, além dos professores, existem outros atores e situações que podem estimular o desejo de ser cientista. Pode ser um livro, uma palestra de cientista, uma série de TV, uma visita a um museu ou centro de divulgação de ciências.
Os museus de ciência são muito importantes para despertar o interesse pela ciência. Ao visitar esses espaços, é possível entrar em contato com experimentos e demonstrações que podem não apenas nos deixar curiosos, mas também fascinados pela ciência. Experimentos simples ou complexos podem estimular a curiosidade, mas o mais importante é a pessoa que pode nos ajudar a entender o que acontece, seja ela o professor que acompanha os alunos ou o monitor que está mostrando a experiência.
Nesse momento, é de fundamental importância mostrar que, mais que uma simples curiosidade, ali está acontecendo um fenômeno físico, químico ou biológico que não somente podemos produzir, mas também entender como ele acontece. É importante desmistificar para compreender a natureza.
Mas apenas apresentar os fenômenos físicos, mesmo mostrando por que eles ocorrem, não é suficiente para despertar a curiosidade. De certa forma, admiramos e nos inspiramos naquilo que é belo e fascinante. Nesse aspecto, na minha opinião, existem duas ciências que, quando apresentadas de forma inspiradora, fascinam qualquer pessoa, tanto crianças quanto adultos: astronomia e biologia.

A fascinante astronomia

Olhar para o céu e admirar a sua beleza está ao alcance de qualquer um de nós (desde que estejamos em um lugar de céu limpo e pouco iluminado). Um céu estrelado sempre foi inspirador não somente para os cientistas, mas também para os poetas e artistas. Com um pequeno telescópio, é possível ir além e ver coisas maravilhosas que estão fora do alcance do olho nu, como as crateras na Lua, as luas de Júpiter e os anéis de Saturno.
Com o advento da internet, tornou-se extremamente fácil conseguir imagens feitas pelos grandes telescópios de planetas, nebulosas, galáxias, quasares, entre outros. Com um clique, podemos encontrar milhares de belas imagens.
Galáxia de Andrômeda
Galáxia de Andrômeda, localizada a cerca de 2 milhões de anos-luz de distância da Terra. (imagem: Wikimedia Commons/ Adam Evans – CC BY 2.0)
Uma imagem como a da galáxia de Andrômeda é bela e intrigante. Ela fica mais fascinante quando descobrimos que uma galáxia é composta por bilhões de estrelas unidas gravitacionalmente.
A galáxia de Andrômeda está a cerca de 2 milhões de anos-luz de distância de nós. Um ano-luz corresponde à distância que um raio de luz, que viaja a 1,08 bilhões de km/h, percorre ao longo de um ano e equivale a aproximadamente 10 trilhões de quilômetros. A luz que gerou a imagem nos mostra como era essa galáxia há 2 milhões de anos, época em que os seres humanos ainda não habitavam o nosso planeta. Perceber que olharmos para o céu é olhar para o passado é algo muito interessante.
Perceber que olharmos para o céu é olhar para o passado é algo muito interessante
Olhar para o céu e perceber a imensidão do cosmos nos remete a questões muito fundamentais, como a origem de todo o universo, o seu destino e sua evolução. E o mais importante é saber que, mesmo habitando um pequeno planeta ao redor de uma estrela comum de uma dentre as bilhões de galáxias existentes, somos capazes de propor explicações para tudo isso.
Da mesma maneira, descobrir os mistérios da vida, como ela surgiu em nosso planeta, é fascinante. Entender como Charles Darwin ao longo da sua famosa viagem a bordo do Beagle percebeu que as espécies evoluíram é compreender uma das maiores descobertas da ciência em todos os tempos. Assim como acontece na astronomia, as imagens geradas por microscópios também são capazes de nos mostrar formas tão belas quanto galáxias e nebulosas e com uma complexidade muito maior. Como átomos e moléculas se combinam para formar estruturas tão complexas como nós, seres pensantes sobre a nossa própria origem e destino?

Minha inspiração

Quando eu era adolescente, nas manhãs de sábado e domingo, no começo dos anos 1980, encontrei o meu maior inspirador para ser cientista: Carl Sagan, apresentador da série Cosmos. A linguagem simples e acessível do programa e sua maneira então inédita de apresentar física, química, astronomia, biologia, história, entre outras disciplinas, fizeram com que eu me apaixonasse pela ciência e me levaram a procurar o caminho para ser cientista. Naquela época, também tive contato com exemplares da Ciência Hoje e outras revistas de divulgação científica, que foram fundamentais para que eu me interessasse pela carreira científica.
Série Cosmos original
A série ‘Cosmos’ original foi um importante marco da popularização da ciência, tendo sido assistida por centenas de milhões de telespectadores em todo o mundo. (foto: Wikimedia Commons)
Há cerca de um ano, foi lançado um remake da série originalCosmos: uma jornada pelo espaço-tempo –, agora estrelado pelo astrofísico norte-americano Neil deGrasse Tyson, que tem a grande missão de não somente atualizar os conteúdos de 30 anos, mas também tentar ser relevante para uma nova geração que é totalmente conectada às informações a todo momento. O resultado, na minha opinião, foi muito bom, mas sou suspeito para falar.
Inspirar novas gerações a se interessar pela ciência é um enorme desafio. Não é uma missão apenas para os professores de ciências, que são os grandes batalhadores dessa empreitada, mas também para todos que fazem da ciência sua profissão e paixão. Embora não seja perfeita e não resolva todos os problemas que vivemos, a ciência é uma das maiores criações da humanidade, um patrimônio que pertence a todos e, por isso mesmo, deve ser acessível a todos. Um desafio que a Ciência Hoje vem enfrentando há várias décadas. E eu me orgulho de fazer parte dessa caminhada.

Adilson de Oliveira
Departamento de Física
Universidade Federal de São Carlos

ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR REGENTE


Atribuições do professor regente

 

1- Estabelecer um clima de amizade a fim de adquirir a confiança da turma e dos colegas.

2- Elaborar e sistematizar os trabalhos interdisciplinares realizados pela escola.

3- Cooperar com a direção e equipe pedagógica com informações, sondagens de interesse e sugestões referente a turma. Atuar quando necessário junto aos pais ou responsáveis pela turma.

4- Exercer liderança positiva junto aos colegas e professores da turma.

5- Assumir a responsabilidade juntamente com a direção e equipe pedagógica da escola quanto a:

            · Disciplina                             · Ordem

            · Higiene                                 · Frequência

            · Rendimento                          · Pontualidade da turma

 

6- Estimular os alunos positivamente:

· Valorizando e incentivando-os nas tarefas realizadas.

· Informando o aluno sobre suas dificuldades e seu progresso.

7- Indicar à equipe Pedagógica os alunos com dificuldades de aprendizagem na leitura, na escrita e/ou cálculos essenciais.

8- Encaminhar à Equipe Pedagógica justificativa da necessidade de estender o tempo do educando na escola.

9- Participar com a Equipe Pedagógica e o professor de Apoio da Aprendizagem e da definição de ações pedagógicas que possibilitem os avanços no processo de aprendizagem o aluno.

10- Manter contato frequente com o professor de Apoio, a fim de discutir e acompanhar os avanços do aluno.

11- Definir com a Equipe Pedagógica e o professor de Apoio, em consenso com o coletivo dos professores da turma, o momento de dispensa do aluno, considerando a superação das dificuldades apresentadas no parecer descritivo.

12- Evitar o uso de aparelhos de celulares em sala de aula, conversas nos corredores no horário de aula.

13- Realizar o PLANEJAMENTO na sala dos professores e no horário destinado.

14- NÃO REALIZAR ATENDIMENTO DIRETO AOS PAIS, PARA ISSO EXISTE A COORDENAÇÃO.     

 

  “Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível

e de repente você estará fazendo o impossível.”

(Machado de Assis)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O QUE FAZ O PROFESSOR DE APOIO????




            O Educador de Apoio é peça fundamental no espaço escolar, pois busca integrar os envolvidos no processo ensinoaprendizagem mantendo as relações interpessoais de maneira saudável, valorizando a formação do professor e a sua, desenvolvendo habilidades para lidar com as diferenças com o objetivo de ajudar efetivamente na construção de uma educação de qualidade social.
            Deve ter uma ação dinamizadora que possibilite a integração das dimensões política, pedagógica e administrativo da gestão escolar, a fim de estimular a renovação e a melhoria do processo de ensino aprendizagem, visando à garantia do sucesso de todos os alunos.
            Enquanto generalista da educação, o Educador de Apoio tem sua ação política explicitada de forma peculiar na organização e gestão do trabalho pedagógico, assim como através de uma postura críticareflexiva, em face da realidade cotidiana encontrada na escola.
            Manter a organização e a estruturação da ação pedagógica pressupõe que o Educador de Apoio elabore um plano de trabalho, para prever as ações a serem levadas à frente; o período em que cada uma delas deverá se realizar; os recursos necessários para esta realização; e os responsáveis por cada atividade.
            O plano de trabalho, no entanto, não é definitivo, deve estar aberto a mudanças, devendo ser um instrumento orientador das ações.
            É importante que o Educador de Apoio esteja atento para os seguintes aspectos:
• Integrarse plenamente na unidade escolar em que atua;
• Apropriarse/comprometerse com o projeto político pedagógico;
• Manterse atualizado em relação à legislação educacional;
• Observar o mecanismo de funcionamento escolar de sua Unidade;
• Levantar sugestões sobre o processo educativo que se desenvolve ou que se quer desenvolver na escola;
Participar de encontros com todos os membros da escola;
• Discutir e coordenar ações que favoreçam a qualificação dos processos de ensino e aprendizagem;
• Organizar as ideias levantadas e desenvolver o seu plano de trabalho;
• Apresentar seu plano e discutir com a equipe docente;
• Elaborar um cronograma de execução;
• Apresentar a versão final do seu plano a todos os componentes da escola;
• Operacionalizar a autoavaliar e sua atuação.
            O Educador de Apoio deverá organizar as atividades pedagógicas a serem desenvolvidas na Escola, acompanhando o desenvolvimento da Proposta Pedagógica e
criando espaços para reflexão sobre a prática e a participação dos membros da comunidade.
            O Educador de Apoio tem como atribuições:
• Participar da construção, implementação e avaliação do Projeto Político Pedagógico da Escola.
• Coordenar, sistematizar, acompanhar e avaliar as ações pedagógicas e de docência da escola.
• Subsidiar, continuamente, a escola em relação a efetivação do currículo escolar e das aprendizagens dos/as estudantes.
• Coordenar o monitoramento pedagógico das turmas, sob a sua responsabilidade na escola.
• Contribuir com a ação docente, em relação aos processos do ensino e aprendizagem, propondo subsídios pedagógicos, com vistas à melhoria das aprendizagens dos professores/as e estudantes.

            A prática pedagógica requer que se pense de forma dialética e que se faça educação para toda a sociedade, ainda que, através de diferentes meios e em diferentes espaços sociais. À medida que esta sociedade se torna tão complexa, há que se expandir a intencionalidade educativa para diversos outros contextos, abrangendo diferentes tipos de formação necessária ao exercício pleno da cidadania.
            Esperase, pois, que o Educador de Apoio conheça plenamente o seu espaço de trabalho, compartilhe ideias e conhecimentos, construa o seu papel na escola, tornandose assim, a ligação fundamental, traçando o seu caminho transformador, formador e articulador.
            Certamente que a inexistência de respostas prontas, acabadas e definitivas fazem com que o trabalho pedagógico do educador de apoio seja uma reelaboração do caminho e a apresentação de algumas das pistas possíveis para a continuação desse “caminhar”.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

DA ESCOLA PÚBLICA PARA O ESPAÇO....ISSO É POSSÍVEL???


DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/12/15/da-escola-ao-espaco/
ACESSO: 16/02/2015 as 10:20h.
Em Ubatuba, litoral norte paulista, alunos do quinto ano do ensino fundamental da escola municipal Tancredo de Almeida Neves estão trabalhando na montagem do nanossatélite Tancredo-1. O projeto teve início em 2010, quando o professor de matemática Candido Osvaldo de Moura, coordenador do projeto, leu em uma revista que a empresa norte-americana Interorbital Systems estava vendendo um kit de montagem do satélite e se encarregava de colocá-lo em órbita. Veja no vídeo produzido pela equipe de Pesquisa FAPESP como o projeto transformou a vida de muitos estudantes, incentivando-os a exercitarem na prática aquilo que aprendem na sala de aula.

A RESPONSABILIDADE DE CADA UM

DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/01/19/a-responsabilidade-de-cada-um-2/
ACESSO: 16/02/2015 as 09:48h

O Nuffield Council of Bioethics, instituição com sede em Londres fundada em 1991 para estudar questões éticas associadas aos avanços da pesquisa biomédica, divulgou um relatório com recomendações para a promoção da integridade científica dirigidas a instituições de pesquisa, cientistas, editoras científicas e agências de fomento. Sugere, por exemplo, que as instituições de pesquisa se certifiquem de que os pesquisadores em início de carreira tenham uma base sólida de ética na ciência, dando-lhes acesso a informações e capacitação sobre o tema. Outra recomendação é que acompanhem mais de perto a carreira de seus pesquisadores, orientando-os a planejar melhor suas atividades. O documento afirma que os editores de periódicos têm responsabilidade no combate à má conduta científica, principalmente em casos de fraude e plágio. Segundo o relatório, os editores devem exigir que os autores disponibilizem publicamente os dados brutos de pesquisa, para que possam ser avaliados e reutilizados por outros pesquisadores. Já os pesquisadores devem se manter atualizados em relação a códigos de boas práticas científicas, difundindo tais valores a alunos ou colegas de trabalho. A instituição inglesa recomenda que as agências de fomento ofereçam treinamentos periódicos a revisores e avaliadores responsáveis por conceder bolsas e auxílios. A ideia é que esses profissionais saibam avaliar corretamente seus pares seguindo políticas claras de análise de projetos. O Nuffield Council of Bioethics elaborou tais recomendações após entrevistar mais de mil pesquisadores do Reino Unido em 2014, com o objetivo de analisar a cultura científica na região. A pressão para publicar cada vez mais artigos em periódicos de grande prestígio foi uma queixa recorrente dos entrevistados. Segundo o levantamento, 58% dos pesquisadores disseram que o trabalho realizado sob pressão é um dos principais fatores que comprometem a integridade da atividade científica. E 26% deles disseram que já se sentiram tentados a cometer alguma transgressão por conta das exigências que enfrentam no ambiente de trabalho.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

ENSINAR A QUEM NÃO QUER.....


DISPONÍVEL: http://terrear.blogspot.com.br/2007/07/ensinar-quem-no-quer.html#!/2007/07/ensinar-quem-no-quer.html
ACESSO: 10/02/2015 ÀS 15:07h.

Uma das chamadas obras de misericórdia alterou o clássico enunciado de “ensinar a quem não sabe” para outro mais exacto e mais verdadeiro: “ensinar a quem não quer”. De facto, nas escolas de ensino básico e secundário surgem agora alunos e alunas que não querem aprender e que não estão dispostos a que haja quem o faça. É de Richard Whately esta perturbadora metáfora. “Ensinar quem não tem vontade de aprender é semear um campo sem o lavrar”.

A questão é complicada, porque se já se torna difícil ensinar quem não sabe, muito mais difícil é fazer com que se disponha a aprender quem, de nenhum modo, está disposto a fazê-lo. Como se pode obrigar a correr quem não se quer mexer? Com promessas? À força? O problema é que a ameaça pode fazer com que alguém movimente o seu corpo, mas não que modifique a sua atitude ou accione a sua vontade. Para que se obtenha uma aprendizagem significativa é necessário que ocorram duas condições: a primeira é que o conhecimento acrescentado tenha coerência interna (que tenha sentido em si mesmo) e que se venha ligar com os conhecimentos prévios de quem aprende. A segunda condição é que exista uma disposição para a aprendizagem, vontade e desejo de saber.

Como ensinar quem não quer aprender? Como conseguir que alguém aprenda num grupo onde várias pessoas empregam todo o seu esforço em impedir que se gere um ambiente de aprendizagem?
A questão é exactamente esta. Não é de estranhar que alguns professores, habituados a trabalhar com alunos do secundário, se mostrem confusos e abatidos. Há que compreender a angústia e desolação de quem dá a sua vida e o seu esforço por uma causa que não é compreendida. Ou, o que ainda é pior, que é menosprezada e ridicularizada. Alguns destes profissionais atribuem a situação à implementação duma lei que parece ser responsável pelos seus males.

Antes de mais, quero dizer que o ter-se alcançado num país a plena escolarização até aos 16 anos é uma vitória admirável e incrível. Uma vitória que tem a ver com o progresso, com os avanços democráticos, com a superação de discriminações seculares, com os valores de uma sociedade mais justa e com uma lógica avassaladora, se pensarmos que a idade para começar a trabalhar é aos 16 anos. Que poderão fazer os jovens se já não puderem estar na escola nem puderem ainda começar a trabalhar? Agora já podem – devem – ser escolarizados não apenas os filhos dos que têm cultura e dinheiro, mas também os filhos e filhas de todas as famílias. Agora podem – devem – ter acesso aos bens culturais não apenas os que sabem apreciá-la e têm dinheiro para a pagar, mas todos os cidadãos, seja qual for a sua condição económica e cultural. Agora podem – devem – estudar não apenas os filhos varões, mas também as filhas antes destinadas às tarefas domésticas. É um progresso sem precedentes que, provavelmente, poderemos apreciar em toda a sua dimensão num futuro mais ou menos próximo.

Como é lógico (e inevitável), ao escolarizar todos os jovens dos 14 aos 16 anos, iremos deparar na escola com todos os seus problemas. Temos de os encarar de frente. É triste ouvir que se trata duma situação insuportável. É como se, num hospital, surgissem queixas pelo facto dos médicos agora terem de atender toda a população, quando antes apenas tinham de atender uma parte dessa população, precisamente a mais saudável. Porventura seria preferível, para evitar problemas aos médicos, abandonar à sua sorte aqueles a quem a história já castigara, sem culpa alguma da sua parte?

Quando um bom profissional depara com uma situação imprevista, sente-se perante um desafio e não perante uma condenação. Imaginemos (para voltar à metáfora da saúde) que, num país, surge uma nova doença totalmente desconhecida. Penso que um bom médico encarará essa situação como um tremendo desafio, sentirá um enorme desejo de investigar o caso, e um renovado empenho pela sua profissão. O mau profissional há-de lamentar-se da nova situação e argumentará que nunca lhe explicaram nada sobre o assunto na Faculdade. A profissão surgir-lhe-á como uma desgraça, uma maldição.

A escola tem de encarar as suas funções sob novas perspectivas, tem de rever os seus pontos de vista face aos novos desafios e exigências. Há que reflectir e actuar com rapidez e eficácia. Uma instituição obsoleta não pode dar resposta a situações de grande exigência. Leiam, à guisa de divertimento, a descrição de como eram as escolas destinadas a formar súbditos em vez de cidadãos, na obra de Juan Eslava Galán “Escola e Prisões de Vicentito Gonzáles”. Uma escola opressora não pode formar pessoas livres e entusiastas.

Devo interpelar, também, o legislador que promulga a lei e impõe a sua aplicação. Para lhe dizer que se torna imprescindível disponibilizar os meios necessários para a implantar duma forma eficaz. Não pode dizer se quiser ser responsável: Eu já fiz o que me competia, elaborar e promulgar a lei. Onde estão os meios para a aplicar duma forma eficaz? A este propósito fazem falta, em meu entender, três condições que não estão a ser cumpridas:
A primeira: que os profissionais tenham uma adequada formação, de modo a poderem fazer frente às novas situações. Uma coisa é saber matemática e outra, muito diferente, ser capaz de a ensinar. E actualmente, como verificamos, há algo mais difícil ainda: ser capaz de despertar o desejo de a aprender. É vergonhoso verificar que a formação específica dos profissionais do ensino, destinados à realização duma actividade tão complexa e tão importante, continue a ser tão curta e tão ridícula. É necessário um saber específico para a realização duma actividade menosprezada pelos políticos e pela sociedade. Quem é capaz de ensinar a quem não quer aprender? Escreve William A. Ward: “O professor medíocre, diz. O bom professor, explica. O professor excelente, demonstra. O grande professor, inspira”. Será que se aprende a motivar, a inspirar por artes mágicas?

A segunda, tem a ver com a organização das escolas. Há que dar às escolas mais autonomia, de forma a poderem procurar e aplicar soluções criativas e adaptadas às situações: avançar com os Módulos de Garantia Social, organizar actividades específicas, levar a cabo experiências atractivas, facilitar um currículo que prepare para a vida profissional (sem a exigência de qualquer título académico) a quem queira ter acesso à Formação Profissional de Grau Médio... Disse Ranjard, com compreensível ironia, que os professores têm muita autonomia para realizar o seu trabalho nas escolas: a mesma que tem um condutor, num terrível engarrafamento de trânsito, de pôr no leitor de cassetes do seu carro a música das sua preferência.

A terceira é tão elementar que envergonha ter de a apresentar e exigir. Para se poder aplicar uma lei assim tão ambiciosa terá de haver meios e recursos abundantes. Não se pode fazer mais nem melhor com os magros recursos de sempre. É muito difícil fazer um ensino diversificado em turmas com 30 alunos. Alguém imagina o que poderia fazer um médico com 30 pacientes a quem tivesse de diagnosticar e receitar em conjunto? Há falta de professores, de especialistas, de meios económicos, de espaços, de tempo...
Todos, absolutamente todos, devemos apoiar este progresso nos direitos das pessoas que é o alargamento da escolaridade: os políticos com a sua coerência e autenticidade, os cidadãos com o seu empenho na educação e os profissionais com a generosidade, o entusiasmo e o esforço partilhado."

in Miguel Santos Guerra, No coração da escola, ob. cit

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Cursos gratuitos de atualização Fundação CECIERJ

Caros colegas,
dia 22/02/15 é o prazo final de inscrição para os Cursos gratuitos de
atualização pela Fundação CECIERJ.

As disciplinas por área estão em:
http://cederj.edu.br/extensao/cursos-por-area/

Teremos duas disciplinas de Química:
http://extensao.cecierj.edu.br/wpress/cursos/atualizacao/ciencias-da-natureza/quimica/curso.php

Para a disciplina Química e os Sentidos II, do prof. Joaquim e em
homenagem ao ano internacional da luz, escrevi um texto em:
http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/artigos/a-fundacao-cecierj-e-o-ano-internacional-da-luz


Há vários cursos bacanas em diferentes áreas, todos gratuitos e com
emissão de certificado. Mas pedimos se inscrever somente se houver
realmente interesse, pois as vagas são limitadas.


Abraços,

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

DESAFIO DE INOVAÇÃO 3M 2015

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O Desafio de Inovação Instituto 3M convida professores da macro região de Campinas à participarem do PROGRAMA DE FORMAÇÃO PARA A PRÁTICA DAS CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA. O programa se destina a professores do ensino fundamental, médio e técnico que se interessam por ciências e querem contribuir para um mundo melhor. Não perca a chance de fazer parte deste grupo.



Com atividades presenciais e a distância, o programa tem o objetivo de formar professores para a prática das ciências e orientação de projetos investigativos realizados por estudantes da educação básica.


As atividades presenciais serão realizadas na 3M do Brasil, Sumaré, São Paulo.
O programa de formação é gratuito e as inscrições vão até 23 de fevereiro/15. Vagas limitadas.

Faça já sua inscrição acessando:


V JORNADA DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E ENSINO: PROPOSTAS, TENDÊNCIAS E CONSTRUÇÃO DE INTERFACES - 30, 31 de julho e 01 de agosto de 2015 -

VAMOS PARTICIPAR....................A JORNADA OCORRERÁ ENTRE NOS DIAS 30, 31 de julho e 01 de agosto de 2015 -


SEGUNDA CIRCULAR

O Programa de Estudos Pós-Graduados em História da Ciência e a Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FCET) da PUCSP estão organizando a "V Jornada de História da Ciência e Ensino: propostas, tendências e construção de interfaces" a ser realizada entre os dias 30, 31 de julho e 1 de agosto de 2015, no
campus Marquês de Paranaguá da PUC-SP. O encontro é destinado especialmente a professores do ensino fundamental, médio e superior interessados nas interações entre História da Ciência e ensino, bem como a estudantes de graduação e pós-graduação.

INSCRIÇÃO


Para inscrever-se, acesse:

https://historiadacienciaensino.wordpress.com/

INSTRUÇÕES PARA SUBMISSÃO E APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS
https://historiadacienciaensino.wordpress.com/



A Jornada será constituída por 3 modalidades de trabalhos: pôster, workshop, comunicação oral. Informações sobre submissão de trabalhos podem ser consultados em:
https://historiadacienciaensino.wordpress.com/v-jornada-de-historia-da-ciencia-e-ensino/instrucoes-para-submissao-e-apresentacao-de-trabalhos/