Hoje trouxemos o sexto capítulo do
livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17
moléculas que mudaram a história, que trata sobre a descoberta da “Seda e Nylon”. Atualmente a seda
continua sendo considerada insubstituível e muito valorizada pelos ricos. As
propriedades que tornaram a seda desejável há tanto tempo, são o toque suave, a
calidez no tempo frio, o frescor no tempo quente e o brilho maravilhoso, que
são decorrentes de sua estrutura química.
A produção de seda começou na China
com o cultivo do bicho-da-seda, Bombyz mori, uma pequena larva cinzenta
que se alimenta unicamente das folhas da amoreira-branca, Morus alba.
A borboleta do bicho-da-seda põe
cerca de 500 ovos num período de cinco dias e depois morre. Um grama desses
minúsculos ovos produz mais de mil bichos-da-seda, que, juntos, devoram
aproximadamente 36 kg de folhas de amoreira para produzir cerca de 200g de seda
crua.
Para obter a seda,
é preciso aquecer os casulos, matando as crisálidas que estão dentro deles, e em seguida mergulhá-los em água fervente para dissolver a secreção pegajosa que mantém os fios unidos. O fio de seda pura, que pode medir de 360m a mais de 2.700m, é depois desenrolado do casulo e enrolado em carretéis.
Os componentes
químicos que conferem as características acima mencionadas são denominados
aminoácidos. Na seda, esses compostos têm os menores grupos laterais entre
todos os aminoácidos e também são os mais comuns, constituindo, juntos, cerca de 85% de sua estrutura total e são denominados por: Glicina, Alanina e
Serina.
O fato desses
grupos laterais nos aminoácidos da seda serem pequenos é um fator importante para sua maciez.
Estima-se que 80 a
85% dos aminoácidos da seda são uma sequência repetitiva de glicina-serina-glicina-alanina-glicina-alanina. Uma cadeia do polímero proteico da seda tem um arranjo em zigue-zague, com os grupos laterais alternando-se de cada lado.
As
cadeias da molécula de proteína são paralelas às cadeias laterais que seguem em
direções opostas. Elas se mantêm unidas por atrações mútuas entre os filamentos moleculares. A estrutura flexível resultante da estrutura da
proteína da seda é resistente ao esticamento e explica muitas propriedades
físicas da seda. As cadeias de proteína encontram-se estreitamente unidas e as
superfícies têm tamanhos relativamente semelhantes, o que cria uma extensão
uniforme, responsável pela maciez da seda. Além disso, essa superfície uniforme
atua como um bom refletor da luz, o que resulta no brilho característico do tecido. Assim, várias qualidades extremamente valorizadas da seda se devem aos pequenos grupos laterais de sua estrutura proteica.
A BUSCA DA SEDA
SINTÉTICA
As palavras sintético
e artificial são muitas vezes usadas como equivalentes na linguagem cotidiana e figuram como sinônimas na maioria dos dicionários. Há, no entanto, uma importante distinção química entre elas. O “sintético”
refere-se a um composto feito pelo homem por meio de reações químicas. Já a
palavra “artificial” refere-se mais às propriedades de um composto. Um composto artificial tem uma estrutura química diferente da estrutura de outro
composto, mas suas propriedades são parecidas com as dele o suficiente para que
possa imitar sua função.
No final da década
de 1870, um conde francês, Hilaire de Chardonnet, descobriu a seda
artificial, mas não a seda sintética, embora fosse feita sinteticamente. A
“seda de Chardonnet”, como veio a ser chamada, era semelhante à seda em algumas de suas propriedades, mas não em todas. Era macia e lustrosa, mas, infelizmente, altamente inflamável (propriedade não desejável para um tecido).
Chardonnet
patenteou seu processo em 1885 e começou a fabricar a seda Chardonnet em 1891. Mas a inflamabilidade do material foi sua ruína. Pois, numa festa, um cavalheiro que fumava um charuto deixou cair cinza inadvertidamente no vestido de seda de sua parceira de dança. Conta-se que o traje desapareceu numa labareda e numa lufada de fumaça.
Outro método,
desenvolvido na Inglaterra em 1901 por Charles Cross e Edward Bevan, produziu a viscose, assim chamada por causa da alta
viscosidade.
O processo de fabricação da viscose continua em uso atualmente
como principal forma de produzir os tecidos hoje chamados rayons.
O rayon pode ser
tingido de muitas cores e tons, assim como o algodão. Mas tem também uma série de deficiências. Embora a estrutura de folha plissada da seda (flexível, mas resistente ao esticamento) a torne ideal para meias, a celulose do rayon absorve água, fazendo-o esgarçar. Essa não é uma característica desejável, sobretudo quando se trata de meias.
Como a complexidade da estrutura
química da seda, não foi compreendida até o século XIX, surgiram os primeiros
esforços na tentativa de fabricar uma versão sintética, mas isso só foi
possível em 1938 com a criação do NYLON, composto a base de celulose, criado
por um químico orgânico chamado Wallace Carothers, contratado pela Du Pont
Fibersilk Company.
A seda e o nylon contribuíram cada
um à sua maneira para a prosperidade econômica de seus tempos. A grande demanda
abriu rotas de comércio mundiais
e estimulou novos acordos comerciais, gerando grande riqueza e enormes mudanças em
muitas partes do mundo.
Esperamos que vocês
tenham gostado do resumo do sexto capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As
17 moléculas que mudaram a história.
BOA LEITURA, e se
possível FIQUEM EM CASA!!!