quinta-feira, 20 de agosto de 2015

PLANO DE AULA: OS TIPOS DE LIXO

DISPONÍVEL: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/tipos-lixo-786510.shtml
ACESSO: 20/08/2015 as 11:27h



Realizando uma pesquisa de campo, a turma compreende a origem dos resíduos sólidos e quais são os diferentes destinos que eles devem receber

Cena de um aterro sanitário com diversos sacos plásticos, garrafas, restos de madeira, comida, etc. Imagem ilustra Plano de Aula de Biologia sobre os diferentes tipos de lixo que produzimos
Objetivos
  • Categorizar os diferentes tipos de lixo que produzimos em nossa sociedade
  • Identificar qual o destino correto para diferentes resíduos sólidos
  • Conhecer o conceito de logística reversa
  • Adotar práticas sustentáveis que envolvam o consumo consciente e o descarte correto de resíduos sólidos
Conteúdos
  • Abordagem sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos
  • Classificação do lixo
  • Consumo consciente
  • Responsabilidade compartilhada
  • Logística reversa
Anos
Ensino Fundamental I (1ª a 5ª série)

Tempo estimado5 a 6 aulas

Material Necessário

IntroduçãoNeste ano de 2014, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê a proibição de disposição de resíduos sólidos em lixões a céu aberto. A PNRS é uma lei que estabelece regras para a destinação e disposição correta dos resíduos gerados pela sociedade. Esta legislação promove grandes desafios porque co-responsabiliza governo, produtores (indústrias) e consumidores a colaborarem com a redução do material descartado e o retorno para a cadeia produtiva. Nós, consumidores, somos peça fundamental para lubrificar a engrenagem dessa máquina. O destino correto do lixo eletrônico, a separação de resíduos recicláveis e a destinação desses materiais a cooperativas impedem que a matéria-prima utilizada na produção seja despejada no meio ambiente. Consequentemente, a produção de um determinado material exigirá menos gasto energético e menos emissão de poluentes. Essas atitudes contribuem com a logística reversa e, associadas a práticas que envolvem o consumo consciente, buscam abrandar os problemas gerados pelo acúmulo dos resíduos sólidos. Pretende-se, ao final da realização destas atividades, que os alunos compreendam a nossa responsabilidade com relação à logística reversa e à redução do lixo produzido. Também se espera que as atitudes e os valores despertados neste plano de aula sejam norteadores para a redução dos impactos ambientais.

Desenvolvimento

1ª etapa Nessa primeira etapa, os alunos vão compreender que os resíduos sólidos podem ser classificados de diferentes formas, tendo como critério sua origem, sua composição química e seu destino. Para isso, o professor pode apresentar os seguintes textos: "Classificação, Origem e Características" e "Classificação adotada para os tipos de lixo". Inicie uma conversa com a turma realizando as seguintes perguntas:
  • O que acontece com o lixo que vocês produzem após jogarem no cesto?
  • Vocês possuem o hábito de separar o lixo e encaminhar para a reciclagem?
  • Com qual frequência vocês trocam de celular?
  • Na hora de comprar um produto, vocês levam em consideração a quantidade de material usada na embalagem que será descartada?
Após realizar essa conversa, explique aos alunos que eles vão ler alguns textos e que também vão assistir a alguns vídeos para compreender a problemática questão do lixo. À medida que assistirem os vídeos e realizarem a leitura, os alunos deverão produzir um glossário com termos relacionados a este assunto. Política Nacional de Resíduos Sólidos, aterro sanitário, chorume, responsabilidade compartilhada e logística reversa são alguns termos que podem estar incluídos nessa produção escrita.

Apresente à turma o texto "Uma montanha que só cresce", mas antes de iniciar a leitura pergunte qual a quantidade de lixo eles imaginam ser produzida todos os dias e explique que o texto fornecerá resposta a essa questão. É importante que você realize pausas no momento da apresentação dos infográficos, pois neles se encontram algumas definições que serão úteis para a produção do glossário. Façam também a leitura do texto "Ricardo Abramovay e a riqueza do lixo" para que entendam de que trata a Política Nacional de Resíduos Sólidos e compreendam o conceito de responsabilidade compartilhada. No 19º parágrafo do texto "Uma montanha que só cresce" existe uma citação que menciona a logística reversa. Nesse momento, você poderá fazer uma pausa e apresentar os vídeos: "Bom Dia Brasil: Logística Reversa" e "Globo Ecologia (reciclagem de celulares e baterias)".

2ª etapa 
Para sistematizar os conceitos trabalhados na etapa anterior, apresente os vídeos "O Nosso Lixo (2/3) - TV Brasil" e "O Nosso Lixo (3/3) - TV Brasil". Ao término da exibição desses dois últimos vídeos, solicite aos alunos para que façam um resumo descrevendo quais informações eles desconheciam e quais consideram tão importantes a ponto de mudar sua prática. Ao final dessa etapa, questione como podemos reduzir a quantidade de lixo que vão todos os dias para a lixeira. Após a discussão, sistematize as ações discutidas e peça para comparar com as apresentadas no infográfico: "Consuma sem consumir". Os itens 8 e 9 do infográfico provavelmente não impactam diretamente com os alunos nesta faixa etária, mas contribuirão para o material que será produzido durante a avaliação.

3ª etapa
Nas etapas anteriores, os alunos estudaram os tipos de resíduos sólidos. Agora, eles identificarão onde esses materiais estão presentes em seu cotidiano. Para tal, a turma deverá organizar uma tabela identificando setores da escola com o objetivo de mapear os tipos de lixo encontrados, designados a princípio por eles mesmos. Munidos de prancheta, lápis e de tabela (abaixo há um exemplo), os alunos percorrerão a escola e identificarão alguns exemplos de resíduos produzidos nestes locais. Abaixo, um modelo de tabela para orientar os alunos:



Com uma luva, você poderá auxiliá-los a vistoriar o lixo presente em cada setor para ajudar na busca dos dados. Oriente-os a não se limitarem apenas aos materiais encontrados no lixo, mas também para objetos que se tornam obsoletos ou são encaminhados ao descarte quando ficam quebrados, como mouse ou teclados de computadores. Peça também que observem se existe separação do lixo na escola e se efetivamente ele é encaminhado à reciclagem, pois como foi observado no vídeo apresentado na etapa anterior, nem sempre o material separado é enviado para reciclagem. Aproveite este momento para levantar com a turma se existe na escola, algum tipo de desperdício. Por exemplo: sobras de merenda escolar, papel descartado que poderia ter sido reaproveitado. Como tarefa, solicite que  mesmos procedimentos que eles realizaram na escola, peçam para que examinem o tipo de material que é descartado em casa. Os dados encontrados nessas atividades, subsidiarão a fórmula que os alunos realizarão na quinta etapa.

4ª etapa
Nesta etapa os alunos farão um diagnóstico da região em que vivem. Inicie a aula analisando novamente o infográfico "Mapa do Lixo" apresentado na primeira etapa e peça para localizarem em qual estado está o município em que vivem. Eles deverão investigar como a coleta de resíduos sólidos é realizada e se o seu município já está adequado às condições previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos. Informe à turma que vocês vão investigar as seguintes questões:
  • Existe coleta de lixo na cidade?
  • Para onde ele é encaminhado?
  • Existem aterros sanitários?
  • Você tem conhecimento da existência de coleta seletiva na região onde você mora?
  • Existem postos de coleta de lixo eletrônico?
  • O que é feito com o lixo hospitalar?
  • O que é feito com o lixo da limpeza urbana? E das construções?
  • Existem cooperativas de reciclagem?
  • Existem postos de coleta de resíduos de óleo utilizado na fritura de alimentos? Vocês poderão buscar estas informações na prefeitura do município ou na Secretaria do Meio Ambiente.
5ª etapa
Nessa etapa, os alunos realizarão dois tipos de entrevistas. A primeira delas será feita com um adulto responsável (pais e familiares) e a segunda será com um adulto responsável por cada setor da escola que foi definido na 3ª etapa. As questões deverão ser elaboradas com base nos dados sobre os tipos de lixo que pesquisaram na terceira etapa.
Em um segundo momento, os dados encontrados deverão ser editados. É importante que os alunos comparem os dados das respostas que encontraram nesse momento com os dados que encontraram na terceira etapa. Por exemplo: se encontraram na sala de informática materiais com potencial de descarte (cartuchos e tonners de impressora usados), é o momento de verificar com a entrevista qual destino é dado. As informações encontradas nesta etapa também auxiliarão os alunos no direcionamento da ação proposta como atividade avaliativa.


Avaliação
A intenção desta atividade é verificar se o conteúdo abordado em sala de aula contribuiu para o desenvolvimento de atitudes que estimulem o consumo consciente e a preocupação com o descarte correto dos resíduos sólidos.
Primeiramente, peça que a turma escreva uma dissertação, expondo sua visão a respeito da atual produção de lixo em sociedade. Aspectos como sustentabilidade e consumo consciente devem ser contemplados no texto, bem como a definição do que são os “Três Rs” e o conceito de logística reversa.
Em seguida, a turma deverá organizar uma campanha informativa sobre os tipos de resíduos sólidos, o descarte correto de materiais e quais atitudes podem contribuir com a logística reversa. Esta campanha deverá ter como público alvo as pessoas que participaram da entrevista. Para não contribuir com o acúmulo de resíduos sólidos, discuta com a turma quais estratégias eles poderiam utilizar como meios de divulgação nessa campanha. Você pode solicitar que eles preparem uma apresentação oral para a turma e antes de divulgarem o conteúdo da apresentação aos entrevistados. A apresentação oral para a turma servirá para você avaliar se os conteúdos selecionados pelos alunos incluem os objetivos da proposta.

SUGESTÃO DE PLANO DE AULA: CIÊNCIAS

DISPONÍVEL:
ACESSO: 20/08/2015 as 11:22h


O Universo além do planeta Terra

Publicado por 
Objetivo(s) 
■ Conhecer algumas características dos corpos celestes que fazem parte do sistema solar.
■ Estabelecer critérios para identificar, reconhecer e classificar os corpos celestes.
Conteúdo(s) 
■ Componentes do sistema solar.
■ Planetas telúricos e jovianos.
Ano(s) 
Tempo estimado 
Oito aulas.
Material necessário 
Pôster da revista NOVA ESCOLA sobre o sistema solar, folhas de papel pautado ou A4 e acesso à internet.
Pôster Nova Escola - Sistema solar
Desenvolvimento 
1ª etapa 
Comece a aula propondo que a turma faça uma exploração virtual do céu por meio de um programa de simulação chamado planetarium (neave.com/planetarium). Acesse o site em classe e siga os passos:
1. Abra o link e clique em “Comece a explorar”.
2. Aparecerá uma pequena janela com um mapa-múndi. Selecione sua localização.
3. Dê um clique na região azul da tela e gire o cursor até observar o ponto cardeal oeste. Aperte o mouse para que o céu pare de girar.
4. Clique nas setas de hora e minuto e escolha um horário para a observação do céu.
5. Converse com a turma. Chame a atenção para os pontos maiores que não estão conectados à linha azul. Eles representam os planetas. Posicione o cursor para saber mais.
Se não houver internet, use mapas impressos.
2ª etapa 
Feita essa investigação inicial, combine um horário com as crianças para observar o céu. Utilize os dados de data e horário observados na simulação para planejar a atividade. A tarefa pode ser feita em casa ou, se possível, na própria escola, em uma visita noturna. Proponha que elas procurem corpos celestes que viram no simulador. Se possível, imprima cópias das imagens para que usem como referência. Converse a respeito do que cada uma vê. Comente as diferenças entre estrela e planeta, dizendo que a primeira emite luz e o segundo não. Ao olhar o céu, a turma vai notar que, apesar disso, alguns planetas parecem brilhar mais que as estrelas. Peça que todos tentem explicar como isso é possível. Conclua com a classe que eles estão muito mais perto da terra. Mostre que, mesmo entre os planetas, é possível observar diferenças no brilho. os mais distantes, como urano e Netuno, não são visíveis a olho nu. Já Vênus e Marte são fáceis de identificar. Enquanto os estudantes apresentam as ideias, incentive o debate entre eles para que pensem se cada hipótese levantada faz sentido.
3ª etapa 
De volta à classe, mostre o pôster da Nova Escola à garotada. Em seguida, proponha a organização de duas tabelas com dados sobre os oito planetas do nosso sistema solar. Na primeira, os alunos devem registrar as informações quantitativas: distância média em relação ao Sol, massa, raio, período de rotação e de translação. Na segunda tabela, as qualitativas: orbita ao redor do Sol ou de algum outro planeta; emite ou reflete luz. Peça que usem como fontes o pôstere a internet e pesquisem também informações referentes a outros corpos celestes: os planetas anões (Plutão, Ceres e Éris), a nossa Lua, as luas de Júpiter (Io, Europa, Ganimedes e Calisto), de Saturno (titã) e de urano (titânia e oberon), procurando preencher as tabelas com os mesmos dados citados acima.
4ª etapa 
Proponha a criação de um “supertrunfo” do sistema solar. Divida a classe em equipes e peça que elaborem um cartão para cada corpo celeste estudado: Sol, planetas e satélites. Em todos eles, devem ser colocadas as informações quantitativas pesquisadas na etapa anterior. Se houver acesso a computadores e impressoras, a classe pode incluir imagens nos cartões. Elas são encontradas no site solarsystem.nasa.gov/planets.
5ª etapa 
Com o material pronto, comece o jogo. Em primeiro lugar, os alunos devem dividir o número de cartões entre todos os jogadores. Por sorteio, define-se quem inicia a rodada. Ele deve eleger uma das categorias apresentadas e informar o valor que aparece na carta que tem em mãos (por exemplo: diâmetro do planeta, 4.878 quilômetros). Em seguida, os demais jogadores têm de ler a informação da mesma categoria que aparece nas suas. Quem tiver o maior valor ganha os cartões dos outros participantes. O vencedor da rodada escolhe outra categoria e o jogo continua até que um aluno consiga todos os cartões dos colegas.
6ª etapa 
Sugira que os estudantes, ainda divididos em equipes, estabeleçam critérios para separar os cartões do jogo, agrupando corpos celestes com características semelhantes. Nesse exercício, eles devem expor qual foi o critério utilizado.
7ª etapa 
Compare e discuta as classificações de cada equipe, destacando as estratégias utilizadas. Converse com a turma sobre as características que a ciência toma como base para classificar e diferenciar planetas, satélites e estrelas e comente que algumas coincidem com as criadas pela sala. Para ampliar os saberes da moçada, proponha uma pesquisa sobre classificação de planetas. Sugira o acesso a abr.ai/planetário para ler a definição dada pela União Astronômica Internacional. Em abr.ai/astronomia, são encontradas explicações sobre os menores corpos do nosso sistema solar. E em abr.ai/astros, definições de planetas telúricos e jovianos. Os primeiros são rochosos, mais próximos do Sol e semelhantes à terra, e os segundos gasosos, muito maiores, mais afastados do Sol e semelhantes a Júpiter. Retome as observações que a turma fez do céu nas primeiras etapas e converse novamente com os estudantes, agora trazendo os saberes que foram construídos. Se for possível, organize um clube de Astronomia, em que a classe possa combinar outros eventos de observação do céu ou de fenômenos como os eclipses.
Avaliação 
Peça que os alunos revejam os cartões com os dados sobre os corpos celestes e os classifiquem utilizando critérios científicos e justificando as escolhas. Ao ler as respostas, será possível identificar como compreenderam e aplicaram as informações estudadas em sala.

ATUAÇÃO DA COORDENAÇÃO FAZ A DIFERENÇA NO DESEMPENHO DO PROFESSOR

DISPONÍVEL: http://gestaoescolar.abril.com.br/blogs/coordenadoras/2015/08/11/sempre-junto-ao-professor/
ACESSO: 20/08/2015 AS 11:20H


Atue junto ao professor e mapeie os que precisam de ajuda individualizada

 | Educação Infantil - Leninha Ruiz
Leninha Ruiz conversa com professora (Foto: Gabriela Portilho)
Nessa época do ano, mapeie quais professores e quais crianças precisam de uma ajuda pontual (Foto: Gabriela Portilho)
Já escrevi inúmeras vezes que o papel do coordenador pedagógico é auxiliar e apoiar os professores nos encaminhamentos da sala de aula a fim de assegurar a qualidade pedagógica das diferentes situações de aprendizagem. Esse trabalho deve acontecer o ano inteiro, mas considero que o início do segundo semestre é um dos momentos chave para isso, porque muito já foi feito e ainda há bastante tempo até o final do ano para melhorar. Essa época também é boa para mapear quais professores e quais crianças precisam de uma ajuda pontual.
Acredito que uma boa estratégia para qualificar a prática dos professores, seja porque as abordagens feitas não estão surtindo efeito, porque eles estão se adaptando à proposta pedagógica da escola ou simplesmente porque querem trocar ideias sobre seus encaminhamentos, é realizar atendimentos individuais. Nessas conversas, o objetivo é saber sobre o andamento das turmas e focar nos alunos que, por algum motivo, estão gerando preocupação.
Antes da reunião, oriento o profissional a eleger sobre o quais aspectos do trabalho ele quer conversar, a separar os registros sobre as ações dele e sobre os pequenos e, se for necessário, algumas produções feitas por eles. Reservo um local tranquilo para que nada nem ninguém nos atrapalhe durante o momento de escuta atenta de suas preocupações e observações.
Percebo que, só de eleger quais casos serão tratados e de relatar para outra pessoa algum ponto que pareceu problemático, os professores já fazem uma reflexão sobre suas conquistas e interação com a turma e conseguem encontrar bons encaminhamentos. Isso acontece porque a mudança de perspectiva permite o profissional se distanciar do cotidiano e olhar mais criticamente para o próprio fazer. No entanto, às vezes o desafio é mais complexo. Nesses casos, procuro dar sugestões e dizer quais serão os encaminhamentos, entre eles ajudar o professor a planejar situações didáticas específicas para a turma ou para uma criança, ir mais vezes observar a sala de aula e conversar com a família para ter mais informações. Quando estou em dúvida sobre a melhor abordagem, anoto tudo para refletir e dar um retorno posteriormente. Muitas vezes, busco ajuda de docentes de outros anos ou mesmo de colegas coordenadoras para discutir o assunto.
Depois de conversar com todos os membros da equipe, abro uma pasta para cada professor no meu computador e registro num arquivo tudo o que eles me disseram e os encaminhamentos tirados daí. Envio esse documento para o docente com uma coluna para que ele anote de que forma as ações estão sendo postas em prática em sala. Conforme a necessidade, retomamos a conversa dentro de alguns dias ou semanas. Quando são casos mais desafiadores, acompanho mais de perto todo o processo.
E vocês, como apoiam os professores em suas dificuldades particulares?
Um abraço, Leninha

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

MENINAS NO COMANDO

DISPONÍVEL: http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/2015/06/meninas-no-comando
ACESSO: 07/08/2015 as 11:28h
 

Alunas do ensino fundamental da rede pública na periferia de Fortaleza ingressam com o pé direito no mundo da programação, desenvolvendo aplicativos para solucionar problemas enfrentados pela sua comunidade
Por: Everton Lopes
Publicado em 24/06/2015 | Atualizado em 29/06/2015
Meninas no comando
Incentivadas por professores, alunas de escolas públicas de Fortaleza (CE) começaram a programar aplicativos para atender necessidades de suas comunidades. (foto: United States Mission Geneva / Flickr / CC BY-ND 2.0)
Um grupo de garotas se reúne em sala de aula numa escola pública da periferia de Fortaleza (CE) para discutir os próximos passos de seus projetos. Não se deixe enganar pela pouca idade das participantes, pois o movimento é de gente grande: apoiadas por seus professores e escolas, elas decidiram empreender no ramo da programação, desenvolvendo aplicativos que atendem diretamente necessidades da região onde vivem. Com os primeiros resultados, elas se inscreveram em um desafio internacional de empreendedorismo e tecnologia para mulheres – agora, estão na expectativa pelos resultados.
Tifany Ambrósio, Raissa Silva, Keliane Gomes, Kaiane Costa e Vitória Dias são alunas da Escola Municipal Maria Helenilce Cavalcante Leite Martins. Talita Cabral e Milena Sousa, da Escola Municipal Taís Maria Bezerra Nogueira. Cursando o sexto ano, todas têm por volta de 11 anos e vivem nos bairros de Jangurussu e Conjunto Palmeira, numa área pobre da capital cearense que inclui o bairro com o pior índice de desenvolvimento humano da cidade. “Essa região sofre com os reflexos das desigualdades sociais de Fortaleza”, destaca Cleudson Silva, professor da rede municipal da cidade e principal responsável por incentivar as alunas na nova empreitada. “A educação é o meio para reverter esse quadro e a função do professor é apresentar as alternativas”, aposta.
"A educação é o meio para reverter desigualdades e a função do professor é apresentar as alternativas"
Silva ficou sabendo do programa global Technovation Challenge e decidiu levar a proposta às escolas. Logo surgiram os grupos de interessadas. Apoiadas pelo Palmas Lab – laboratório de inovação e pesquisa para a inclusão social via tecnologia de informação, ligado ao Banco Palmas, um banco comunitário nascido nessa mesma periferia – e pelo portal Programaê, que disponibiliza materiais gratuitos para quem deseja aprender a programar, as garotas começaram a trabalhar.

Apertando o play

Segundo Silva, a ideia inicial era que as garotas desenvolvessem seus projetos em aplicativos para smartphones que apresentassem soluções para os problemas da comunidade. Na Escola Municipal Taís Maria Bezerra Nogueira, o grupo idealizou Cantando e Aprendendo, que funciona como um karaokê portátil, avaliando o desempenho do usuário e oferecendo dicas para melhorar o uso da voz.
Cantando e Aprendendo
As meninas desenvolveram uma pesquisa de campo sobre timidez e acabaram se deparando com outro problema: o das dificuldades na fala. O jogo Cantando e Aprendendo tem como objetivo ajudar nessas duas frentes, além de divertir. (imagem: Reprodução)
“As estudantes pensaram em um programa voltado para as próprias necessidades e para ajudar quem mais sofresse com os problemas da timidez e as falhas na dicção. Juntaram isso com o gosto pela música e projetaram o aplicativo”, conta Lúcio Márcio de Souza Rebouças, coordenador pedagógico da escola.
Já na Escola Municipal Maria Helenilce Cavalcante, o grupo de meninas decidiu usar a arte produzida pelas crianças para gerar renda. Criaram, então, o Traço Kids, uma galeria virtual com desenhos feitos por crianças da comunidade que podem ser adquiridos por quem desejar utilizá-los em estampas diversas. O aplicativo está disponível para download na página Fábrica de Aplicativos e já começou a funcionar. O dinheiro arrecadado é usado na compra de mais materiais para as crianças.
Traço Kids
Traço Kids é uma galeria virtual de imagens, que pretende dar visibilidade aos jovens artistas do Conjunto Palmeiras. Os fundos arrecadados com a venda de estampas são revertidos em materiais de desenho e pintura para as crianças. (imagem: Reprodução)

Em direção ao futuro

Em março de 2015, o Instituto Banco Palmas – braço social do Banco Palmas – organizou um evento para a comunidade do Conjunto Palmeira relacionado aos Startup Weekends, eventos independentes organizados no mundo inteiro com a finalidade de dar suporte técnico e prático para novas ideias que podem ser lançadas como startups.
Tanto o grupo de estudantes de Jangurussu e quanto o do próprio Conjunto Palmeira participaram. Dos vinte projetos inscritos, dez foram escolhidos para receber ajuda intensiva de especialistas, aperfeiçoar suas ideias e colocá-las em ação. No ranking final do evento, elaborado pela equipe organizadora, Traço Kids ficou em segundo lugar, enquanto Cantando e Aprendendo recebeu menção honrosa – um começo animador e que, em breve, pode começar a mudar a realidade de outras meninas que vivem em situação semelhante.
Segundo o coordenador do Palmas Lab, Asier Ansorena, a ideia agora é estender o projeto e levar os cursos de apoio ministrados pelo laboratório para dentro das escolas, incentivando ainda mais crianças a ingressarem no diverso mundo da programação. “Essa iniciativa desperta a capacidade e a criatividade das pessoas para lidar com os problemas sociais que enfrentam, empoderando-as para a busca de soluções”, encerra Ansorena.

Everton Lopes
Instituto Ciência Hoje/ RJ

ENTREVISTA COM JOSÉ CERCHI FUSARI



José Cerchi Fusari: “Planejar evita o excesso de improviso pedagógico”.
Com mais de 40 anos de experiência em educação, José Cerchi Fusari* defende a retomada do planejamento educacional como uma atividade realizada durante todo o ano letivo e não somente no início. Professor doutor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), Fusari trabalhou sistematicamente na formação de pedagogos, professores e pesquisadores. É doutor em educação pela USP, mestre em filosofia da educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), formado em pedagogia pela PUC–SP e egresso das antigas escolas normais de formação de professores. Além da longa experiência em ensino fundamental, médio e superior, no momento coordena na FEUSP o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Formação de Educadores (GPEFE). 
JP - O que se entende por planejamento de ensino? Qual o seu conceito? 
JCF - A maioria das escolas brasileiras organiza no começo do ano uma semana de planejamento. Isso tem um lado positivo e negativo. Como não há uma cultura de planejamento, isso acaba limitando-o àquilo que acontece somento no início do ano letivo. Planejar não pode ser caracterizado como uma atividade datada e situada, deve ser um processo mais amplo, caso contrário, cairemos no “repentismo pedagógico” em que as escolas vivem de improvisos. Sendo assim, o planejamento pode ser definido como um processo permanente, crítico e reflexivo vivenciado pelos educadores, em especial, nos 200 dias letivos e para além deles. É muito mais amplo do que a elaboração de planos e projetos. O planejamento é uma atitude, um valor que damos ao pensar, ao refletir. Ao fazer isso, valorizamos os educadores enquanto protagonistas do processo de educação escolar.Atualmente, o planejamento escolar está estigmatizado como uma tarefa supérflua, desnecessária e burocrática. Entretanto, é importante recuperar a identidade do planejamento na escola como uma vivência, uma atitude. O planejamento transformado em cultura vai propiciar bons projetos, planos de aula e planos de ensino.
 JP - É importante a participação da comunidade e dos conselhos escolares na hora de formular o plano de ensino? Como eles podem contribuir?
 JCF - Toda escola se organiza a partir de um currículo formal, o qual serve de base para a construção de um Projeto Político Pedagógico (PPP). A construção deste projeto deve ser feita coletivamente, de maneira participava, costurada com a comunidade na qual a escola está inserida. Por isso, podemos dizer que o projeto é uma obra aberta. O PPP está sempre sendo reinventado porque a relação da escola com a comunidade é dinâmica. A comunidade pode contribuir de várias formas. Sabemos que existem escolas muito fechadas em relação a comunidade, mas tem escolas que conseguem ter um diálogo mais aberto. Para isso, há formas instituídas como os conselhos escolares, que funcionando democraticamente, estabelecem um canal de comunicação rico e saudável para a escola. A escola tem que ir além do que é a expectativa da comunidade. O PPP tem uma função tripolar: está voltado para a educação dos alunos, mas também para a educação dos professores e da comunidade. Assim a comunidade se torna co-responsável pela escola e seu projeto pedagógico.
JP - O que deve ser levado em consideração na hora de montar um plano escolar, curricular e de aula?
JCF - O fundamental não é decidir se o plano será redigido no formulário x ou y, mas assumir que a ação pedagógica necessita de um mínimo de preparo, mesmo tendo o livro didático como um dos instrumentos comunicacionais no trabalho escolar em sala de aula. É importante desencadear um processo de repensar todo o ensino, buscando um significado transformador para os elementos curriculares básicos:
Princípios educacionais – Estão presentes na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Entretanto, é interessante que a escola se reúna e reescreva os princípios levando em consideração as situações locais. Os princípios são o ponto de partida do processo de elaboração de um plano escolar e é interessante que acompanhe todo o processo de planejamento escolar.
Objetivos – Estes são os pontos de chegada, onde se pretende chegar com as atividades da escola, de cada disciplina e das aulas.
Conteúdo – É necessário também prever o conteúdo como um recorte do conhecimento que fará parte de cada disciplina. Conhecimento este produzido históricamente pela humanidade.
Métodos de ensino – Concomitante a definição dos objetivos que constituem o ponto de partida para qualquer método de ensino, cumpre ao professor e supervisor o planejamento de técnicas, instrumentos, procedimentos, situações e experiências de ensino que visam engajar o aluno em situações capazes de produzir aprendizagens crítico-reflexivas.
Avaliação – A avaliação é o processo pelo qual a escola e os professores procuram determinar a qualidade e quantidade de mudanças efetuadas na aprendizagem dos educandos, sempre tendo como referência os princípios, objetivos, conhecimentos, metas e sistemas de avaliação. As situações de avaliação são mais facilmente escolhidas e planejadas quando os objetivos são bem definidos.
JP - Qual plano deve ser prioritário: escolar, curricular ou de aula?
JCF - Os três tipos de plano se complementam, se interpenetram e compõem o corpo do plano de currículo da escola. Entretanto, na prática das unidades escolares, devido à quase total falta de condições de trabalho docente, a elaboração dos planos escolar, de curso e de ensino tem-se revelado complexa, fragmentada, longe mesmo, em alguns casos, daquela organicidade desejada para o processo de ensino e aprendizagem.Na atual conjuntura problemática em que se encontram a escola, vamos estimular os professores a prepararem as suas aulas, garantindo, deste modo, um trabalho mais interessante e produtivo no processo ensino e aprendizagem, no qual o professor seja um bom mediador entre os alunos (com suas características e necessidades) e os conteúdos do ensino.
 jcfusari@usp.br
 (Renata Chamarelli)