segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

APRENDIZAGEM ESCOLAR E TRABALHO PEDAGÓGICO


            Sabendo que a educação no Brasil, de modo geral, não atende as necessidades dos educando e que, portanto, em nossa região Nordeste a realidade não é em nada diferente, é que ao longo dos resultados das avaliações externas aplicadas, surgiu de modo mais evidente a consciência de que o trabalho do professor vai muito além de apresentar conteúdos referentes à disciplina por ele trabalhada. Dessa forma, a formação continuada desse profissional da educação se faz cada vez mais necessária, pois a partir daí acredita-se estar oferecendo condições para que o mesmo possa melhorar sua ação pedagógica. Para tanto, a formação em serviço é uma excelente forma de se aplicar e ao mesmo tempo avaliar os resultados desse processo formativo, de modo a realizar adaptações de acordo com a realidade trabalhada. E no árduo papel de auxiliar ao professor nessa etapa está o coordenador pedagógico, que dentre tantas funções a ele atribuídas, muitas até sem nenhuma relação pedagógica, está o de formador.
            Ao desempenhar essa função, o coordenador pedagógico faz a articulação entre a teoria estudada na formação e a pratica dessa teoria por parte do professor em sala de aula, de modo que essa associação passa a ser o eixo central na formação de professores, possibilitando aos mesmos refletirem de modo mais efetivo sobre suas práticas pedagógicas.
            Contudo, se faz necessário lembrar que enquanto formador, o coordenador pedagógico também deve se dedicar a sua formação e uma forma, é também participar de momentos de estudo com outros coordenadores de modo a trocarem experiências, sugestões de atividades que viabilizem o momento da formação dos professores por eles conduzidos. É valido lembrar que, essa formação, por ocorrer em serviço deve despertar no professor o máximo de interesse, muito embora saibamos que isso é um fator que depende muito mais do interesse do professor do que do empenho do coordenador. Ainda assim, Cabral (2007) sugere que fique muito claro para todos os participantes a importância de se realizar uma formação continuada:
.... espaço de reflexão, construção e desconstrução de caminhos que nos possibilita organizar a nossa prática pedagógica em função do desenvolvimento permanente de nossos alunos e do alcance das competências ainda não atingidas. (CABRAL, 2007, p.94)
               Por isso, as estratégias desenvolvidas ao longo das formações continuadas devem ser as mais simples e acessíveis, para que o professor não use como desculpa o fator tempo e cansaço como justificativa do seu desinteresse em participar do momento de formação. E assim, aqui estão algumas ideias que ao serem aplicadas devem considerar a realidade de cada grupo trabalhado:
·        - Encontros periódicos (semana ou quinzenalmente);
·        - Dar inicio ao encontro com uma leitura deleite/motivacional ou mesmo uma dinâmica de modo a tornar o momento mais prazeroso;
·        - Trabalhar textos curtos: uma sugestão é que os coordenadores façam sínteses dos textos mais longos, isso possibilita que os textos sejam trabalhados por completo em um único encontro, dinamizando a atividade que está sendo proposta;
·        - Sugerir que os professores realizem uma leitura prévia do material que logo no inicio da formação deve ser fornecido como referência;
·        - Fazer uso periódico de discussão, diálogo, debate, apresentação de seminários com a finalidade de compreender e socializar melhor o texto trabalhado.
            Contudo, se faz necessário lembrar que muito embora minimizem a apatia e/ou desinteresse do professor em participar da formação, todo esse processo requer dos presentes vontade, que parte de uma opção individual. Só assim será possível aplicar a teoria e avaliar seus resultados, de modo que essa ação complexa exige do professor ação investigativa de sua prática pedagógica exercida diariamente. Isso também é valido para o coordenador pedagógico, que nesse momento da formação desempenha sua função de formador, articulando a teoria com a prática.

                                                                       Edneide Silva

 


REFERÊNCIA:
CABRAL, M.G.D. O Coordenador Pedagógico da Rede Municipal de Ensino do Recife no Papel de Formador: Relatos de Experiências. 2007.

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