terça-feira, 30 de março de 2021

I CICLO DE PAINÉIS TEMATÍCOS do Projeto de Extensão: Divulgação e Alfabetização Científica por meio das Mídias Digitais

 Agradecimentos

Com o encerramento do I CICLO DE PAINÉIS TEMÁTICOS, a Comissão Organizadora vem carinhosamente agradecer e parabenizar aos painelistas, estudantes e comunidade em geral, pela participação e apoio no evento.

I Ciclo de Painéis Temáticos do Projeto de Extensão: Divulgação e Alfabetização Científica por meio das Mídias Digitais, foi um sucesso, e mostrou-se como  espaço profícuo de conhecimentos! Na oportunidade, parabenizamos ainda aos moderadores e intérpretes pelo empenho e dedicação em nos Webnários, pois sem vocês, nosso evento não teria alcançado os mais diversos públicos, como desejávamos.

Ainda agradecemos aos Gestores da Universidade Federal do Piauí, de modo particular ao Diretor do campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Prof. Dr. Gleidson Monteiro, e sua vice-diretora, Profa. Socorro; ao Coordenador do Curso de Licenciatura em Educação do Campo área Ciências da Natureza, Prof. Dr. Alexandre Leite; aos Professores Fabrícia, Fabio, Susana e a Técnica Daniela Rosa, pelas participações e contribuições. Ainda agradecemos aos familiares que sempre compareceram para nos prestigiar.

Com o V Webnário, encerramos o I CICLO DE PAINÉSIS TEMÁTICOS, e em breve retornaremos com novidades.

Não esqueçam de nos acompanhar em nossas diversas mídias:

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sexta-feira, 26 de março de 2021

CAPÍTULO 16: “Compostos Clorocarbônicos” do LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

 Olá, tod@s bem?

Essa semana estamos no décimo sexto capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história, que é sobre “Compostos Clorocarbônicos”. Nesse capítulo, os autores relatam sobre o início do processo de refrigeração e o fim da preservação de alimentos com sal e condimentos.

Por volta do ano 2000 a.C., as pessoas usavam gelo para manter os alimentos frescos, baseando-se no princípio de que esse absorve o calor à sua volta, à medida que se liquefaz.

Um verdadeiro refrigerador precisa de um refrigerante, composto que passa pelo ciclo evaporação-compressão. Em 1748 usou-se éter para demonstrar o efeito resfriante de um refrigerante, porém, cem anos se passaram até que uma máquina de éter comprimido fosse empregada como
refrigerador.

Por volta de 1851, James Harrison, escocês que emigrou para a Austrália em 1837, construiu um refrigerador por compressão de vapor baseado em éter para uma fábrica de cerveja australiana. Ele e um norte americano, Alexander Twining, que desenvolveu o sistema de refrigeração por compressão de vapor mais ou menos na mesma época, estão entre os pioneiros da refrigeração comercial.

Os clorofluorcarbonetos (CFCs), são gases que satisfizeram admiravelmente a todos os requisitos técnicos para serem considerados refrigerantes (que refrigeram) e revelaram-se também muito estáveis, não tóxicos, não inflamáveis, de fabricação não dispendiosa e quase sem cheiro. O Fréon pode ser definido como diversos tipos de gases a base clorofluorcarbonetos
. É a molécula ideal que precisa atender a requisitos práticos especiais:

ü  deve vaporizar-se dentro da faixa de temperatura correta;
ü  liquefazer-se por compressão, também dentro da faixa de temperatura requerida; e
ü  absorve quantidades relativamente grandes de calor à medida que evapora.

Os CFCs eram os refrigerantes perfeitos. Revolucionaram o ramo da refrigeração e tornaram-se a base para a enorme expansão da refrigeração doméstica, especialmente à medida que crescia o número de casas passou a receber energia elétrica.

Na década de 1950, a geladeira era considerada um aparelho comum nos lares do mundo desenvolvido. Comprar comida fresca diariamente deixou de ser necessidade. Alimentos perecíveis podiam ser guardados em segurança e as refeições eram preparadas em menos tempo.

Uma ampla oferta de moléculas refrigerantes seguras deu às pessoas meios de refrigerar algo além da comida, o seu ambiente. Durante séculos a captura de brisas naturais, a movimentação do ar por meio de ventiladores e o uso do efeito refrigerante da água em evaporação haviam sido os principais métodos usados pelo homem para fazer diminuir a temperatura nos lugares de clima quente.

Nas regiões tropicais e em outros lugares nos quais os verões eram extremamente quentes, o ar-condicionado tornou mais confortáveis as residências, hospitais, escritórios, fábricas, shopping centers, carros, e demais ambientes em que as pessoas viviam e trabalhavam.

Além desses, foram encontrados outros usos para os CFCs. Como não reagiam com praticamente nada, eram os propelentes ideais para tudo que pudesse ser aplicado em lata de spray: 

·         Laquês;

·         Cremes de barbear;

·         Colônias;

·         Bronzeadores;

·         Coberturas de creme para bolos e sorvetes;

·         Lustra móveis;

·         Soluções para limpeza de tapetes;

·         Removedores de mofo para banheiras;

·         Inseticidas.

Esses são apenas algumas, de tantas variedades de produtos que eram expelidos pelos minúsculos furinhos das latas de aerossol, pelo vapor de CFC em expansão.

No início da década de 1970, quase um milhão de toneladas de CFCs e compostos semelhantes eram produzidos anualmente. Parecia que essas moléculas eram realmente ideais, perfeitamente adequadas para assumir seu papel no mundo moderno, sem um só inconveniente ou aspecto desvantajoso.

O entusiasmo em torno dos CFCs durou até 1974, quando achados inquietantes foram anunciados pelos pesquisadores Sherwood Rowland e Mario Molina numa reunião da American Chemical Society em Atlanta. Eles haviam descoberto que a própria estabilidade dos CFCs representava problema totalmente inesperado e perturbador.

Ao contrário de compostos menos estáveis, os CFCs não se decompõem por reações químicas comuns, propriedade que de início os fizera parecer extremamente atraentes. Os CFCs liberados na camada mais baixa da atmosfera circulam de um lugar para outro durante anos, ou mesmo décadas, até finalmente subir para a estratosfera, onde são rompidos pela radiação solar. Há uma camada na estratosfera que se estende de cerca de 15 a 30km acima da superfície da Terra, conhecida como camada de ozônio.

Rowland e Molina sugeriram que essa reação generalizada podia perturbar o equilíbrio entre as moléculas de gás ozônio e gás oxigênio, uma vez que átomos de cloro aceleram a ruptura do ozônio, mas não têm nenhum efeito sobre sua produção. Este é o aspecto mais alarmante do efeito dos átomos de cloro sobre a camada de ozônio, o problema não é que as moléculas de ozônio são destruídas pelo cloro, mas que um mesmo átomo de cloro pode catalisar essa fragmentação em cem número de vezes.

Os autores do livro retratam no capítulo uma estimativa, de que cada átomo de cloro que chega à atmosfera superior através de uma molécula de CFC, destrói em média, cem mil moléculas de ozônio antes de ser desativada. Para cada 1% de redução da camada de ozônio, mais 2% de radiação ultravioleta nociva poderia penetrar na atmosfera da Terra.

Os CFCs representam um perigo real e imediato de destruição da camada de ozônio e é uma ameaça à saúde e segurança de todos os seres vivos que habitam o planeta Terra.

Em 1987, um acordo chamado Protocolo de Montreal exigiu que todas as nações signatárias se comprometessem a reduzir gradualmente o uso dos CFCs até sua completa eliminação. Hoje usam-se como refrigerantes os compostos hidrofluorcarbonetos e hidroclorofluorcarbonetos, em vez dos clorofluorcarbonetos. Essas substâncias não contêm cloro ou são mais facilmente oxidadas na atmosfera.

Ainda há bilhões de moléculas de CFCs na atmosfera. Nem todos os países assinaram o Protocolo de Montreal, e entre os que o fizeram, ainda restam milhões de refrigeradores contendo CFC em uso e provavelmente centenas de milhares de aparelhos velhos abandonados que deixam vazar CFCs na atmosfera, onde se juntarão aos CFCs restantes em lenta, mas inevitável ascensão para produzir danos na camada de ozônio.

Os clorofluorcarbonetos não são o único grupo químico de moléculas que, consideradas uma maravilha quando descobertas, mais tarde revelaram inesperada toxicidade ou potencial para causar danos ambientais ou sociais.

O cloro é um gás irritante poderoso para as células e pode causar inchação fatal de tecidos nos pulmões e nas vias respiratórias. Outros compostos orgânicos, como o gás de mostarda e o fosgênio, usados posteriormente como gases venenosos, também contêm cloro, e seus efeitos tão terríveis quanto os do gás cloro. Embora a taxa de mortalidade por exposição ao gás de mostarda não seja alta, ele causa danos permanente aos olhos e deterioração grave e permanente do sistema respiratório

O gás fosgênio não tem cor e é extremamente tóxico. A morte resulta em geral de uma inchação grave dos tecidos dos pulmões e das vias respiratórias, levando à sufocação.

Nem todas as moléculas clorocarbônicas se revelaram desastrosas para a saúde humana. O éter permitiu uma cirurgia sem dor espalhou-se rapidamente, e logo as propriedades anestésicas de outros compostos foram investigadas.

Como anestésico, o composto clorocarbônico tinha várias vantagens sobre o éter: o clorofórmio funcionava mais depressa, cheirava melhor e era usado em menor quantidade. Além disso, quando se empregava o clorofórmio, a recuperação era mais rápida e menos desagradável que com o éter. A extrema inflamabilidade do éter também era um problema.

Na primeira metade do século XX, um método diferente de controle da dor no parto ganhou rápida aceitação na Alemanha e se espalhou rapidamente em outras partes da Europa. O sono crepuscular, como era conhecido, consistia na administração de escopolamina e morfina, compostos que foram discutidos nos Capítulos 12 e 13. Mas, logo depois percebeu-se que o sono crepuscular dava uma imagem falsa de maternidade tranquila e indolor.

Atualmente são fabricados centenas de compostos que contêm cloro e não são venenosos, não destroem a camada de ozônio, não são danosos ao ambiente, não são carcinogênicos e nunca foram usados como armas de guerra. Eles encontram uso em casas, indústrias, escolas, hospitais, carros, barcos e aviões. Não são objeto de nenhuma publicidade e não fazem nenhum mal, mas tampouco podem ser qualificados de substâncias químicas que mudaram o mundo.

A ironia dos compostos clorocarbônicos é que exatamente aqueles que causaram maiores danos ou que têm potencial para isso parecem também ter sido os responsáveis por alguns dos avanços mais benéficos em nossa sociedade. Os anestésicos foram essenciais para o progresso da cirurgia como ramo altamente especializado da medicina.

O desenvolvimento de moléculas refrigerantes para uso em navios, trens e caminhões abriu novas oportunidades de comércio, de que resultaram crescimento e prosperidade em partes subdesenvolvidas do mundo.

O armazenamento de comida é hoje seguro e prático graças às geladeiras domésticas. As doenças transmitidas por insetos foram eliminadas ou grandemente reduzidas em muitos países. Dessa forma, não podemos desconsiderar o impacto positivo desses compostos.

Esperamos que tenham gostado do resumo desse capítulo.

Abraços em tod@s e se possível, FIQUEM EM CASA!!!

 


sexta-feira, 19 de março de 2021

CAPÍTULO 15 - SAL, do LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

 

Olá, tod@s bem?

Essa semana estamos no décimo quinto capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história, que é sobre "Sal". Nesse capítulo, os autores relatam a importância do sal comum (Cloreto de Sódio - NaCl), ressaltando a forma de obtê-lo.

O sal no passado, foi tão valorizado, tão necessário e importante, que se constituiu num ator de grande expressão não só no comércio global, mas também em sanções e monopólios econômicos, em guerras, no crescimento das cidades, nos sistemas de controle social e político, nos avanços industriais e na migração de populações. Além disso, o sal foi tão importante, que parte dos serviços realizados pelos escravos eram pagos em sal, daí a origem do nome SALÁRIO.

Ao longo de toda a História o homem sempre coletou ou produziu o sal. Os três principais métodos de produção eram:

·         Evaporação da água do mar;

·         Fervura da água salgada de fontes;

·         Mineração de sal-gema.

A evaporação da água do mar pelo sol era (e continua sendo) o método mais comum de produção em regiões litorâneas tropicais. O processo é lento, mas é barato. É mais eficiente em climas quentes e secos, mas as nascentes de água salgada, fontes subterrâneas de soluções altamente concentradas de sal, às vezes dez vezes mais que a água do mar, fornecem também sal abundante em qualquer clima, desde que haja madeira para fazer fogo necessário para evaporar a água das soluções por ebulição. Dessa forma, a demanda da madeira para a produção de sal contribuiu para desflorestar partes da Europa.

Depósitos de sal-gema ou halita (nome mineral do NaCl presente no solo), são encontrados em muitas partes do mundo. A halita, resquício seco de antigos mares ou oceanos, foi minerada durante séculos, particularmente onde os depósitos ocorrem perto da superfície da Terra.

A fabricação ou a mineração do sal foram importantes em muitos lugares da Europa durante toda a Idade Média; ele tinha tanto valor que era chamado de “ouro branco”.

Ao longo do capítulo é abordado alguns registros de civilizações antigas que atestaram que o sal foi artigo de comércio desde os tempos mais remotos, como por exemplo: os egípcios antigos trocavam mercadorias por sal, que era ingrediente essencial no processo de mumificação.

Representação da molécula cloreto de sódio

O CLORETO DE SÓDIO sólido é um arranjo regular de dois íons. Íons sódio positivamente carregados (Na+) e íons cloreto negativamente carregados (Cl-), unidos por grandes forças de atração entre as cargas negativas e positivas, DENOMINADAS FORÇAS ELETROMAGNÉTICAS.

É a solubilidade do cloreto de sódio que faz do sal, ao atrair moléculas de água, um conservante tão bom. O sal preserva carne vermelha e peixe porque remove água dos tecidos; em condições de níveis de água muito reduzidos e elevado conteúdo de sal, as bactérias que causam a deterioração não conseguem sobreviver.

Os íons do sal ( Na+ e Cl-) desempenham papel essencial no nosso organismo, mantendo o equilíbrio eletrolítico entre as células e o fluido que as circunda. O íon cloreto do sal é necessário ao organismo também para a produção de ácido hidroclórico (ácido clorídrico), componente essencial dos sucos digestivos no estômago.

A concentração de sal no organismo de uma pessoa saudável varia numa faixa muito estreita. O sal perdido precisa ser reposto e o sal em excesso precisa ser excretado.

A privação de sal provoca perda de peso e do apetite, cãibras, náusea e inércia, podendo ainda, em casos extremos de depleção do sal no organismo, como em corredores de maratona, levar a colapso vascular e à morte. Por outro lado, sabe-se que o consumo excessivo do íon sódio contribui para a elevação da pressão sanguínea, fator importante para a doença cardiovascular e para doenças dos rins e do fígado.

Esse composto que ao longo de toda a história foi glorificado e reverenciado, desejado e disputado, e por vezes mais valorizado que o ouro, hoje não é apenas barato, mas também fácil de obter.

Esperamos que tenham gostado do resumo desse capítulo.

Abraços em tod@s e se possível, FIQUEM EM CASA!!!


CAPÍTULO 14 - ÁCIDO OLEICO, do LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

Olá, tod@s bem?

Essa semana estamos no décimo quarto capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história, que é sobre "Ácido oleico". Esse ácido está presente no óleo de oliva ou azeite, especiaria responsável pelo desenvolvimento das sociedades que viveram às margens do Mar Mediterrâneo.

O livro relata a importância do composto, atualmente conhecido por seus benefícios à saúde e que no passado, devido ao extenso comércio, assegurou a prosperidade da sociedade.

Além de fornecer valiosas calorias, o azeite foi usado de diversas formas no cotidiano dos povos que viveram às margens do Mediterrâneo. Lâmpadas cheias de azeite iluminavam as noites escuras.

Tanto gregos como romanos, usaram o óleo para fins cosméticos, espalhando-o sobre a pele após o banho. Atletas consideravam essencial a massagem com azeite para manter os músculos flexíveis. Praticantes de luta livre acrescentavam uma camada de areia ou poeira ao azeite passado no corpo para permitir que os adversários os agarrassem. Rituais oficiados após eventos atléticos incluíam banhos e mais óleo de oliva, massageado na pele para mitigar e curar as escoriações.

Mulheres usavam azeite para manter a pele com aparência jovem e os cabelos brilhantes. Pensava-se que isso ajudava a prevenir a calvície e a promover a força capilar. Como muitos dos compostos responsáveis por fragrância e sabor presentes nas ervas são solúveis em óleo, costumava-se fazer infusões de louro, gergelim, rosa, funcho, menta, zimbro, salva e outras folhas e flores em azeite, produzindo misturas exóticas e extremamente apreciadas.

Médicos da Grécia prescreviam azeite ou algumas dessas misturas para numerosos males, entre os quais náusea, cólera, úlceras e insônia. Muitas referências ao azeite, ingerido ou aplicado externamente, aparecem em antiquíssimos textos médicos egípcios. Até as folhas da oliveira eram usadas para fazer baixar as febres e aliviar os doentes de malária. O óleo de oliva foi usado durante séculos para ungir reis, imperadores e bispos em suas coroações ou sagrações.

É possível extrair óleo de muitos vegetais, tais como: nozes, amêndoas, milho, sementes de gergelim, de linho, de girassol, cocos, soja e amendoim, entre outros. Os óleos e as gorduras, seus primos quimicamente muito próximos de fonte animal, são apreciados há muito como alimento, para iluminação e para fins cosméticos e medicinais.

Mas, nenhum outro óleo ou gordura jamais se tornou parte tão essencial da cultura e da economia, entrelaçou-se tão estreitamente nos corações e nas mentes das pessoas, ou foi tão importante para o desenvolvimento da civilização ocidental quanto o óleo feito do fruto da oliveira, o AZEITE.

A diferença química entre o azeite e qualquer outro óleo ou gordura é muito pequena. Uma vez mais, porém, uma diferença muito pequena explica grande parte do curso da história humana. Não nos parece demasiado especulativo afirmar que sem o ácido oleico, assim chamado por causa de oliva e da
molécula que distingue o azeite de outros óleos ou gorduras, o desenvolvimento da civilização e da democracia ocidentais poderiam ter seguido curso diferente.

Dessa forma, o capítulo tem descrição bem detalhada (com reações e textos0, entre outras coisas, do conceito de óleo ou gordura, da formação de um triglicerídeo, da saturação e insaturação das cadeias e sua relação com os benefícios ou malefícios que elas podem trazer à saúde, da nomenclatura de alguns ácidos graxos, hidrogenação e gordura cis ou trans e a formação de sabão.

Também foi possível fazer sabão a partir do que parecia ser uma ampla variedade de substâncias (óleo de oliva, sebo, azeite de dendê, gordura de baleia, banha de porco), e como a estrutura química desses produtos não era conhecida até o início do século XIX, a semelhança essencial das estruturas de seus triglicerídeos não era percebida.

Os sabonetes finos de toalete feitos com diferentes gorduras e óleos desafiaram a antiga supremacia do sabão de castela, feito de azeite, mas o azeite havia sido o principal responsável pela manutenção de algum grau de higiene pessoal durante quase um milênio.

Hoje o azeite é em geral reconhecido por seus efeitos positivos sobre a saúde do coração e pelo delicioso sabor que dá à comida. Seu papel de manter viva a tradição da manufatura de sabão e, portanto, o combate à sujeira e à doença durante os tempos medievais é menos conhecido. Mas a riqueza que o azeite proporcionou à Grécia Antiga permitiu em última análise o desenvolvimento de muitos dos ideais daquela cultura que valorizamos ainda hoje.

O comércio do óleo de oliva assegurou grande parte da prosperidade da sociedade, e a educação e o envolvimento cívico a acompanharam.

Esperamos que tenham gostado do resumo desse capítulo.

Abraços em tod@s e se possível, FIQUEM EM CASA!!!

sexta-feira, 5 de março de 2021

CAPÍTULO 13 - MORFINA, NICOTINA E CAFEÍNA, do LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

Essa semana estamos no décimo terceiro capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história, que é sobre "Morfina, Nicotina e Cafeína". O capítulo aborda as três moléculas de alcaloides: a morfina (da papoula), a nicotina (do tabaco) e a cafeína (do cacau, chá e café), em que independente da origem, todas provocam prazer e podem viciar. Entretanto, de todas a morfina é o composto mais perigoso.

Apesar dos benefícios proporcionados para a humanidade, os alcaloides acima citados também ofereceram perigos, justamente devido sua natureza viciante. Segundo os autores, essas moléculas modificaram a sociedade. Estimularam o comércio de modo amplo, gerando fortuna, escravizando pessoas, além de juntas serem responsáveis por eventos que culminaram na Guerra do Ópio.

O ópio é extraído de uma planta e portanto classificado como erva medicinal e contém 24 tipos diferentes de alcaloides. O mais abundante é a morfina, que representa cerca de 10% do extrato de ópio in natura - uma secreção viscosa e seca obtida das cápsulas da papoula. A morfina pura foi isolada pela primeira vez em 1803, pelo boticário alemão, Friedrich Sertuner.

Friedrich Sertuner batizou o composto que havia obtido, de morfina, em alusão a Morfeu, o Deus romano dos sonhos. A MORFINA é um narcótico, molécula que entorpece os sentidos (assim eliminando a dor) e induz o sono.

O efeito de alcaloides como a morfina e a nicotina, é tido a partir da absorção direta na corrente sanguínea, pela fumaça inalada para os pulmões, que é extraordinariamente rápido e intenso. Nos dias atuais, a morfina e os compostos a ela relacionados continuam entre os mais eficazes analgésicos conhecidos.

Em 1898, a Bayer criou um analgésico a partir da morfina e começou a vendê-la para tratar dor de cabeça, asma, enfisema e até tuberculose. A princípio comercializada como HEROÍNA, a designação se refere a um medicamento “heroico”. Atualmente, a maior parte dos países proíbe a importação, fabricação ou posse de heroína. Mas isso de pouco adianta para sustar seu comércio ilegal.

A nicotina, o segundo alcaloide associado a Guerra do Ópio, era desconhecida na Europa quando Cristóvão Colombo aportou no Novo Mundo. Ali ele viu homens e mulheres que “bebiam”, ou inalavam, a fumaça de rolos de folhas em brasa inseridas em suas narinas. Fumar, cheirar rapé (inalar tabaco em pó) e mascar folhas de plantas do gênero Nicotiana era um hábito generalizado entre os índios da América do Sul, do México e do Caribe.

Há pelo menos dez alcaloides no tabaco, e o principal deles é a nicotina. O conteúdo de nicotina nas folhas de tabaco varia de 2% a 8%, dependendo do método de cultura, do clima, do solo e do processo usado para curar as folhas.

Em doses muito pequenas, a NICOTINA é um estimulante do sistema nervoso central e do coração, mas com o tempo ou em doses muito maiores atua como depressor. Esse aparente paradoxo é explicado pela capacidade que a nicotina tem de imitar o papel de um neurotransmissor.

Em doses maiores, a nicotina é um veneno fatal. Uma dose de apenas 50mg pode matar um adulto em questão de minutos. Mas sua toxicidade depende não só da quantidade como da maneira pela qual ela entra no corpo. A nicotina é cerca de mil vezes mais potente quando absorvida pela pele do que quando tomada oralmente.

A nicotina é um poderoso inseticida natural. Nas décadas de 1940 e 1950, muitos milhões de quilos de nicotina foram produzidos para serem usados como inseticida antes que os pesticidas sintéticos se desenvolvessem.

A CAFEÍNA, o terceiro alcaloide associado a Guerra do Ópio, também é uma droga psicoativa, mas pode ser adquirida sem restrições praticamente em qualquer lugar do mundo, e seu consumo é tão livre que bebidas incrementadas com quantidades extras de cafeína são fabricadas e anunciadas como tal.

A cafeína é encontrada naturalmente em grãos de café, folhas de chá e, em menor quantidade, na semente do fruto do cacaueiro, na noz-de-cola e outras fontes vegetais, sobretudo da América do Sul, como folhas do mate, sementes de guaraná e casca de yoco. Atua como poderoso estimulante do sistema nervoso central e é uma das drogas mais estudadas no mundo. É usada medicinalmente para aliviar e prevenir a asma, tratar enxaquecas, aumentar a pressão sanguínea, como diurético e para um grande número de outras afecções.

Mesmo com as beneficies, a cafeína é tóxica. Estima-se que uma dose de cerca de 10g ingerida oralmente por um adulto de estatura mediana seria fatal. Como o conteúdo de uma xícara de café varia entre 80 e 180mg, dependendo do método de preparo, seria preciso tomar algo em torno de 55 a 125 xícaras ao mesmo tempo para receber uma dose letal.

No geral, esse capítulo é o maior e mais complexo, pois apresenta a análise de grupos funcionais orgânicos em praticamente todas as moléculas que abordam, buscando a relação desses diferentes grupos com os mais variados efeitos que os alcaloides têm sobre as pessoas.

Esperamos que tenham gostado do resumo desse capítulo.

Abraços em tod@s e se possível, FIQUEM EM CASA!!!