Fortaleza/CE,
11 de fevereiro de 2014
Excelentíssimo Senhor Ministro da Educação,
José Henrique Paim,
É sabido que a educação pública brasileira está
muito a quem de uma educação de excelência, existe muitos fatos que poderiam
explicar essa atual conjuntura, dentre eles, poderíamos citar: a péssima
estrutura das nossas escolas públicas, a falta de formação continuada,
investimentos mal aplicados e as desvalorização do profissional da educação.
Mas, contudo ressalto que apesar do acesso as tecnologias estarem ao alcance de
nossas mãos, nossos professores não tem o tempo para estarem descobrindo e
aprendendo a usar novas tecnologias, por serem obrigados a trabalhar três
turnos para adquirirem um salário suficiente para uma vida razoável.Os novos
paradigmas tecnológicos, com a informatização veloz e quase generalizada da
sociedade já se encontram presente em todo o mundo e, mesmo em países como o
Brasil, onde as desigualdades sociais e regionais são muito grandes, ele é
determinante, principalmente em termos de mercado de trabalho nos grandes
centros urbanos. Muitos países até mesmo como o nosso, vivem contradições
profundas em seus sistemas sociais, pois ao mesmo tempo em que uns estão
inseridos plenamente no mercado de trabalho em determinadas e específicas áreas,
outros estão completamente imersos ao descaso e no esquecimento por parte dos
dirigentes do nosso país. Obviamente quando analisamos o sistema educacional, a
situação é categoricamente distinta. Esta separação entre o mundo das
tecnologias da comunicação com o mundo da educação é muito amplo, induzindo-nos
a pensar na quase existência de um empecilho. Está claro que necessitamos de
muito mais do que simplesmente aperfeiçoar o sistema educacional. O momento
exige uma intensa transformação estrutural deste sistema com maior articulação
com os sistemas de informação e comunicação. Neste contexto de mutações, somos
realmente obrigados a pensar e refletir mais sobre o nosso sistema educacional,
ainda centrado em velhos paradigmas, muitas vezes destacando apenas a formação
uma mão de obra sem qualificação. Passados muitos anos neste discurso e
continuamos a perceber a necessidade de um olhar mais atento nesta direção
elaborada sob forte crítica da comunidade, reforçando a necessidade de uma
concreta formação dos profissionais da educação, como sendo fundamental para a
transformação deste sistema. Não é mais admissível mais uma proposta dos
dirigentes da nação ser esquecida, pois mais do que nunca a formação continuada
dos formadores de mentalidade do país é essencial. O esquecimento nos faz
pensar que a desqualificação dos profissionais da educação foi e é um dos
mecanismos para manter-nos fracos e covardes formando outros cidadãos com os
mesmo pensamentos.Entretanto, a transformação do sistema educacional do nosso
país tem que passar antemão pela transformação do professor. Não podemos
continuar pensando em formar professores com teorias pedagógicas que se superam
a nossa realidade cotidiana, centradas em princípios incompatíveis com o nosso
currículo, programas, materiais didáticos, incluindo as tecnologias como:
softwares educacionais, vídeos educativos. Se continuarem adotando esta
perspectiva é desconhecer completamente as transformações que estamos vivendo
no mundo contemporâneo e os novos elementos que estão fazendo parte da
realidade de nossos jovens e adolescentes. Compreender os novos processos de
aquisição e construção do conhecimento é básico para tentarmos superar este
impasse. Esta compreensão, por outro lado, empurra-nos necessariamente para
considerar como fundamental a introdução das chamadas tecnologias da
comunicação e informação nos processos de ensino-aprendizagem. Uma escola,
conectada, interligada, integrada, articulada com o conjunto da rede, passa a
ser mais um elemento vital deste processo coletivo de produção de conhecimento.
Diante disso, esta passagem não corresponde apenas a um aperfeiçoamento do
sistema educacional. Ela exige uma transformação profunda, impondo,
conseqüentemente, a implantação de políticas educacionais coerentes com as transformações
da sociedade como um todo e não simplesmente articulados com uma perspectiva de
modernização do nosso sistema. Desde já conto com sua colaboração no
sentido de priorizar projetos governamentais, aos movimentos que relacionam as
políticas educacionais, culturais, científicas, tecnológicas e de comunicação.
Atenciosamente,
Edneide
Silva.
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