terça-feira, 19 de agosto de 2014

Carta a Excelentíssima Presidente da República, Dilma Rousseff


Meu nome é Edneide Silva, tenho 37 anos e, contrariando as minhas próprias expectativas com relação às pessoas com nomes incomuns, não sou rica, não possuo casa própria, pois ainda moro com minha Mãe e tenho um filho de 18 anos. Essa carta tem o propósito de aliviar a angústia que venho sentindo desde que comecei a perceber o mundo à minha volta e, já que Vossa Excelência é a autoridade máxima do país, eleita pela maioria dos eleitores,e novamente candidata no pleito desse ano,  achei por bem que seria Vossa Excelência a destinatária certa para esta mensagem. E, ao escrever, talvez eu seja capaz de amainar a tristeza que sinto quando olho para o estado em que meu país se encontra, principalmente no tocante à Educação. Ah, como pode, já ia esquecendo, não por vergonha, mas talvez pelo fato de ser a minha primeira carta endereçada a pessoa que ocupa cargo público de tanta responsabilidade, SOU PROFESSORA. Me formei no ano 2000, mas desde 1998 trabalho em escolas públicas e privadas. De lá pra cá muita coisa mudou, muita coisa mesmo, mas há de se convir que há ainda muito mais que se mudar e creia, deve ser pra melhor. Estou concluindo a terceira pós-graduação, mas somente a 3 anos e 10 meses consegui me efetivar na rede pública estadual de ensino do Estado do Ceará. Até então, trabalhei por contrato temporário tanto na Prefeitura de Fortaleza como no Estado. Um fato que seria curioso se não fosse catastrófico, foi que em 2 anos que passei como professora substituta de Ciências na Prefeitura, nunca consegui vaga para lecionar essa disciplina, tendo por isso que trabalhar com Literatura, Inglês e Matemática. Sempre que me dirigia a uma Secretaria Executiva Regional, a resposta era que não havia carência na área. O que me levou a concluir o tempo de contrato sem nunca ter ministrado nenhuma aula de Ciências. Outro fato que gostaria de mencionar é que estou prestes a concluir uma especialização em Coordenação Escolar, pela Universidade Aberta do Brasil em parceria com a Universidade Federal do Ceará, e que foi durante esse curso que muitos questionamentos surgiram sobre a atual situação educacional em nosso país.Sinceramente, não entendo muito de política, nem de economia, muito menos de como governar. A senhora, no entanto, provavelmente já estava na política antes mesmo de eu nascer. Por isso, como cidadã de um país que, apesar de velho, ainda engatinha, recorro à Vossa Excelência em algumas dúvidas que ninguém foi capaz de esclarecer até hoje. Talvez pela minha ignorância eu esteja equivocada e precise somente de explicações. Talvez não seja sua culpa, mas atualmente a senhora é a pessoa que me representa, e a todos os brasileiros. Desde os seus entes queridos, até os meus entes queridos, a senhora possui a grande responsabilidade de cuidar do nosso bem-estar.A responsabilidade de cuidar de quase 200 milhões de pessoas é muito maior do que, confesso, eu conseguiria carregar e, sinceramente, não sei de onde as pessoas obtêm forças para executar tarefa de tamanho peso. Porém, como brasileira, acredito que, por menos informada que seja a minha opinião, de acordo com algum grande livro – que talvez seja a Constituição ou o Código Civil, não sei – eu viva em um país democrático, onde todo cidadão tem o direito de ser ouvido, por mais humilde e desprovido de educação que seja.Como ser humano, como cidadão, como seu irmão, Vossa Excelência, observo que a maior parte de nossa população possui necessidades básicas negligenciadas. Na Constituição está determinado que todo cidadão tem direito à Educação de qualidade, mas não consigo visualizar essa Lei sendo fielmente cumprida. Ou serei eu quem não entende o significa EDUCAÇÃO DE QUALIDADE. A maior parte da população do nosso país precisa de um teto para morar embaixo, precisa de se alimentar, escovar os dentes depois de se alimentar, precisa de sapatos, roupas… remédios. Vossa Excelência também precisa dessas coisas, não? Tudo isso é responsabilidade de Vossa Excelência e de sua equipe, não é? Ressalto novamente que não sou cientista político e devo confessar que sempre deixei essa área da minha vida no piloto automático. Admito que isso é um pecado contra a democracia e que todos os brasileiros, por pior que sejam suas condições, devem se levantar da poltrona confortável do comodismo e começar a cobrar atitudes daqueles que pediram nossos votos e os conquistaram. Acredito, inclusive, que a maior parte dos meus conterrâneos não tem a menor ideia das prerrogativas dos seus colegas aí do governo e, por isso, acabam por ter violados direitos que nem sabem que possuem. Ora, eu também não conheço todos os meus direitos, mas acredito que eles foram redigidos com base naquelas necessidades básicas, às quais me referi há pouco.Minhas necessidades básicas se manifestaram antes mesmo de eu nascer, isso é óbvio, mas uma delas apareceu quando eu tinha três anos de idade: a escola. Percebi então que todo o resto servia para que eu obtivesse sucesso na escola. Afinal, sem teto, sem banho, sem roupas, sem calçado, sem me alimentar e sem escovar meus dentes, eu não teria o mesmo rendimento na sala de aula e teria dificuldades para aprender.Com essa pequena análise, concluí, que não havia nada mais importante do que a escola, já que sem ela não haveria a possibilidade de eu obter aquelas outras necessidades, uma vez que não sou de origem abastarda e assim não deverei herdar nenhuma herança. Não sei o quanto estou errada, ou o quanto estou certa, mas na sinceridade do meu coração, acredito até hoje nesta premissa: a educação é o que existe de mais importante para o sucesso do maior objetivo do ser humano, que é a busca pela felicidade.Pode ser muita ingenuidade minha, mas creio que a educação vem antes de toda e qualquer outra necessidade e deve estar sempre no topo da lista quando se fala em gastar dinheiro. Talvez se eu explicar como cheguei a essa conclusão, faça sentido para os mais entendidos e eles possam me esclarecer. Se todas as minhas necessidades básicas servem para que eu vá bem na escola, é porque tem alguma coisa lá que vale a pena ficar sentada em uma cadeira ergonométricamente desfavorável por um longo tempo – com um tempo mínimo de intevalo, pra descansar, comer um salgadinho ou correr. Deve ter algo que eu possa aprender e contar com entusiasmo para os meus pais. Sem escola, a criança não tem condições de chegar à vida adulta com chances de entrar em uma universidade pública, para se tornar um profissional alguns anos depois, muito embora hoje saibamos das diversas oportunidades que o seu governo tem oferecido aos menos favorecidos. Contudo, aí nessa frase me surge outro questionamento, porque oferecer de forma diferenciada oportunidade para alguns se o vosso governo prima pela igualdade???? Bem, mas não é esse o ponto central. Continuando.....E qual é o profissional que ensina às crianças? Pelo o que ainda sei, é o professor. Portanto, Vossa Excelência, na opinião desta cidadã, preocupada com seu próprio futuro, o professor deve ser o foco de seu governo. De todos os governos, hoje e sempre. Deveria ser lei, muito embora não fosse garantiade cumprimento. O professor universitário vai capacitar o professor do ensino fundamental e médio. O professor universitário vai transformar o garoto em engenheiro. O professor universitário vai ensinar aquele aluno timido a ser um neurocirurgião pioneiro… E talvez um dia, o professor universitário possa vir a formar políticos que trabalhem para nós, não para si mesmos. Sendo assim, Vossa Excelência, eu acredito que, para que a linda promessa do slogan de seu governo – “País rico é um país sem pobreza” – seja verdadeira, Vossa Excelência deve olhar com muito carinho ao que está acontecendo com os professores que estão sob sua responsabilidade. Precisamos ser ouvidos, pois estamos na linha de frente, independente do nível, somos os atuais soldados na luta para que a educação brasileira saia do abandono em que se encontra. O salário do professor é o que merece ser o mais alto, pois ele passa a vida estudando em prol da educação. O político, no entanto, pode ter diversas origens e nenhuma delas incluir formação superior, mas seu salário é o maior. Esta cidadã acredita que o salário do político deveria ser o menor, não o maior. É este o pedido que faço nesta carta: por favor, nós professores pedimos socorro. Ouça-nos. É necessário que haja uma reorganização do sistema educacional brasileiro e URGENTE. Aqui, quero deixar claro que não é apenas o salário, mas a valorização da classe de professores se faz necessário, pois os cursos de licenciatura estão cada vez mais vazios.

Adaptado: http://cartadilmarousseff.wordpress.com/

Manifestação da SBQ em resposta à coluna de Denise Fraga da Folha de São Paulo

Acesso: 19/08/2014 as 09:15h


A Sociedade Brasileira de Química (SBQ), por meio de sua Diretoria e Conselho, manifesta-se em resposta à coluna de Denise Fraga, da Folha de São Paulo, do dia 3/8/2014, intitulada "Química, pra que te quero?", com o objetivo de esclarecer os leitores da Folha e contribuir, como sempre tem feito, para melhorar a educação no Brasil.

Como ponto central está o porquê de se ensinar Química nas escolas. Estudantes devem ser introduzidos às Ciências, como a Química, e ao método científico o mais cedo possível. Isso lhes dá uma compreensão de fatos fundamentais para se tornarem cidadãos capazes de compreenderem o mundo ao seu redor. A Química não interessa apenas aos que amam esta Ciência: ela nos acompanha em cada momento e lugar de nossas vidas, desde o nascer até o pôr do sol, desde o sabonete e a pasta de dentes até as roupas, o analgésico e o automóvel. Crianças e adolescentes aprendem Química para se tornarem cidadãos capazes de tomarem decisões informadas. Eliminar o ensino de Química os torna presas fáceis de exploradores de todos os tipos, o que infelizmente presenciamos a cada dia no comportamento dos que decidiram ignorar as ciências.

O texto de Denise Fraga tem uma única virtude, que é ilustrar (mais uma vez) a péssima qualidade do ensino no Brasil, principalmente nas escolas públicas, tão carentes de infraestrutura e de professores mais bem preparados para a arte de ensinar.

A Sociedade Brasileira de Química tem trabalhado incansavelmente, desde a sua fundação, em 1977, para o desenvolvimento e fortalecimento da Química em todos os seus aspectos. Em um episódio recente, tivemos mais de um milhão de jovens brasileiros participando de um experimento sobre a qualidade da água dos rios e mananciais, com manifestações emocionantes de estudantes e de professores aplicados. Temos uma revista para professores e um site com materiais para estudantes e professores, com centenas de milhares de acessos a cada ano. Infelizmente, ainda é muito menos que o necessário mas contamos que esta coluna de Denise Fraga contribuirá para que cada vez mais pessoas se empenhem pelo ensino e aprendizagem da Química, para o bem de todos.

Adriano Andricopulo
Presidente da SBQ

Alguns posicionamentos sobre o que disse a atriz Denise Fraga.....

Acesso: 19/08/2014 as 09:10h
 
Denise Fraga, eliminar a Química do currículo é mesmo a solução? Não seria precipitado?*
A atriz da Rede Globo de Televisão Denise Rodrigues Fraga Villaça escreveu um artigo na Folha de São Paulo reclamando do conteudismo escolar pegando a Química pra cristo (e sobrando até pra biologia): [cuidado, paywall poroso!] "Química, pra que te quero?".

Arrisquei-me a discutir algo similar (com conclusão virtualmente oposta), mas em um contexto de educação *informal*, não na escola. Não me sinto muito confortável discutindo políticas educacionais. Não tenho formação na área, não cursei a Escola de Teatro Martins Pena.

Assim, não irei discutir tanto sobre como a educação deve ser e o que deve ser ensinado, quanto apontar inconsistências nas críticas da atriz e convidar para um outro olhar.

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No primeiro parágrafo a atriz faz a provocação: "Que me perdoem os químicos, mas alguém poderia me dizer por que ainda se estuda química nas escolas?" Curiosamente, ela mesmo
a dá uma resposta logo em seguida: "É uma linda ciência e concordo que deveríamos ter ao menos um ano de estudo da matéria para entender a composição das coisas que juntas e inter-relacionadas compõem o Universo."

A bem dizer, a Física dos Elétrons de Valência - aka Química - trata só da matéria comum: átomos formados por um núcleo de prótons e nêutrons orbitados por elétrons ou na forma de plasma - que compõe menos de 5% do Universo (uns 70% são formados por energia escura e uns 25% por matéria escura). Mas no nosso dia a dia está ostensiva e fundamentalmente presente. Dá mesmo para abrir mão disso? Quando há campanhas contra aditivos químicos nos alimentos vamos confiar apenas no que nos dizem ou usaremos nossos instintos para saber quem tem ou não razão? E sobre o uso e controle de agrotóxicos? Medidas de combate à poluição atmosférica, das águas e do solo? A sua resposta é: "O acesso à informação anda no nosso bolso a um clique de nossos dedos e mesmo assim precisamos decorar os nomes do aparelho reprodutor dos platelmintos?/Podemos saber de tudo navegando por aí. Tanto pra aprender! E quem nos ensina a escolher o que queremos saber?". Bem, há mais de um aspecto que precisamos levar em conta:

1) Por enquanto, pouco mais de 100 milhões de pessoas têm acesso à internet. Cerca de metade dos brasileiros *não* tem acesso à informação "a um clique".
2) É preciso ter uma certa habilidade para pesquisar na internet: saber os termos para pesquisar e filtrar os resultados. Seria interessante que se ensinasse a nossos filhos nas escolas, ao menos assim me parece. Mas isso substitui as aulas de química e de biologia? Como pesquisar sobre aparelho reprodutor de platelmintos se você não sabe o que significa "aparelho reprodutor" e nem sabe que platelmintos existem? A pesquisa tende a se tornar ineficiente e há grandes os riscos de ir parar em uma página pouco confiável.
3) Talvez a maturidade a respeito da escolha do que queremos saber passe por ter um bom conhecimento básico e que seja amplamente partilhado. Algum aluno pode se interessar por saber mais como a pesquisa por melhores corantes de tecidos levou ao desenvolvimento da indústria da química fina, que, entre outras coisas, permitiu o desenvolvimento de novos medicamentos. Mas como ele iria saber que se interessa por isso sem nem saber sobre química? Como teremos alunos inclinados a serem químicos, bioquímicos, engenheiros químicos, petroquímicos, técnicos diversos (como aqueles essenciais que fazem testes de segurança de um sem número de compostos que você e todo mundo usa: de cosméticos a alimentos e medicamentos -?) sem que eles saibam o que é química?
4) Decorar o nome do aparelho reprodutor dos platelmintos - que, por acaso, tem o mesmo nome do nosso: "aparelho reprodutor" (sim, alguns órgãos têm nomes diferentes como o "poro genital"; outros, como "testículo", o mesmo) - é menos importante do que entender a diversidade de modos reprodutivos entre os seres vivos e como os padrões de similaridades e diferenças nos unem a todos. Sério, Denise Fraga, não faz sua cabeça explodir saber que somos relacionados por *parentesco* aos platelmintos? Saber que temos um ancestral em comum remoto com eles e outros ancestrais em comum - mais recentes ou mais antigos - com todos os demais seres vivos conhecidos até o momento? Saber que a despeito de tantas diferenças na aparência, platelmintos e nós, somos formados essencialmente do mesmo modo: a partir da fusão de células reprodutoras e posterior divisão celular e diferenciação das células resultantes?

Para a atriz, ensinar um jogo seria mais negócio: "Mas por que não optar por xadrez, por exemplo? Você já viu alguém jogar cadeias de carbono e hidrogênio com um amigo numa tarde chuvosa? Imagina que maravilha seria se todos nós fôssemos potenciais jogadores de xadrez formados pela escola?". Novamente, vários aspectos:

1) Há escolas que ensinam xadrez e outros jogos de tabuleiro e salão, além de práticas desportivas diversas (e até artes dramáticas). Mas não fazem isso *no lugar* da química. São atividades distintas, não concorrentes.
2) Imagina, então, se todos fôssemos pessoas que entendessem bem de química? Uma porção de dinheiro seria economizada fugindo-se de bobagens pseudocientíficas como homeopatia - com o bônus de melhora em nossa saúde. Não cometeríamos imprudências várias: como queimar a mão no gesso, ingerir metanol, cozinhar com ascarel, deixar de vacinar por causa do esqualeno, misturar água sanitária com amoníaco, provocar incêndio por largar pano com linhaça, etc., etc., etc.
3) Resistirei à tentação de maldar com a imagem de dois amigos lançando moléculas hidrocarbônicas um no outro (de compostos psicoativos a secreções biológicas); mas há vários jogos baseados na química - eu adorava os kits de químico mirim ou, em vez de decorar a tabela periódica, pode-se jogar com ela.

Provavelmente há necessidade na revisão da abordagem, já que nem você, nem seus filhos aprenderam adequadamente - não que eu saiba tudo o que se deva saber sobre química. Mas será que essa revisão é a simples eliminação da disciplina ou sua drástica redução a apenas um ano durante todos os 12 anos do ensino básico? Não poderia justamente ser uma melhora na ênfase da relevância do conhecimento químico? Da aproximação de tais conhecimentos com o nosso dia a dia? (Não são nenhuma abordagem revolucionária e estão presentes como parâmetros curriculares nacionais desde meados da década de 1990. Talvez o problema seja de sua efetiva implementação.)

*Uma das vantagens de ter uma cultura mínima em Química é entender a piada do título.

PRA QUÊ SERVE A QUÍMICA???? Minimamente para que eu não seja uma ignorante!

Essa poderia ser uma boa resposta a atriz Denise Fraga, quando no último dia 03 escreveu em sua coluna na Folha de São Paulo sobre seu anseio por eliminar a referida disciplina do currículo escolar. Não bastasse o repúdio que os alunos naturalmente desenvolvem pelas Ciências, ainda nos surge alguém com um conhecimento restrito sobre a importância de se conhecer mesmo minimamente, o que nota-se não ser o caso da citada personalidade, para ofuscar o trabalho que muitos profissionais vêm desenvolvendo nos últimos anos para a melhoria do ensino e aprendizado em Química, especificamente. Contudo, muito sabiamente e de forma bastante esclarecedora, certamente para que pudesse ser compreendida por todos, até mesmo por aqueles que ao longo de sua vivência escolar tiveram dificuldade de compreender a aplicabilidade dos conhecimentos químicos, o Presidente da ABQ, Sr. Adriano Andricopulo, posiciona-se publicamente em defesa da Ciência/Química, bem como dos profissionais da área, que não brincam quando estão em laboratórios desenvolvendo pesquisas para descobrir ou mesmo aprimorar medicamentos e/ou tratamentos de saúde.
 
Prof.ª Edneide Silva
Ma. em Ensino de Química

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

PERSPECTIVAS PARA 2014......ALGO VAI MUDAR?

Nesse 01/01/2014, muitas pessoas creem que a vida irá amanhecer de outra forma, como em um passe de mágica. Será? Será que apenas o fato de grandes comemorações, falsos pedidos de desculpa a quem se passou o ano massacrando são suficientes para transformar o cenário político e social de forma instantânea? Não seria necessário haver maior empenho de cada um de nás para se reverter um pouco esse cenário? Talvez você se questione: MAS COMO? MINHA PARTE EU JÁ FAÇO. COLABORO COM A IGREJA, AJUDO AOS MAIS NECESSITADOS, SE PARO NO SEMÁFORO SEMPRE CONTRIBUO COM AQUELES MAIS CARENTES,......BLÁ, BLÁ, BLA. Eu aqui vos digo que nada disso é necessário e mesmo, faz alguma diferença ao contrario do se possa imaginar. Vos afirmo que uma boa saída seria aproveitar o ponta pé inicial dado em outubro último com as manifestações populares por todo o país. Que tal se ainda no embalo do momento a população se manifestasse nas urnas, aproveitando o ano eleitoral que se inicia? O que podemos permitir é que o esquecimento que tanto caracteriza nossa nação reine e que nas urnas eleitorais nos prostituamos pela troca de falsas promessas tão batidas: MELHORA DA SAÚDE, EDUCAÇÃO, CONCURSOS PÚBLICOS.......todas essas mentiras que fazem parte do repertório desses que enveredam pela carreira política pelo simples fato de encontrar nela a possibilidade de enriquecer de forma rápida e farta. Aqui fica a minha torcida para que mesmo uma pequena parcela da população brasileira faça a diferença na hora de votar, pois essa é a melhor forma de expressarmos toda a nossa indignação e até mesmo alertar àqueles que até então acreditavam que os absurdos políticos, fiscais e por que não dizer sociais, cometidos ficariam para sempre restritos em pequenos grupos e portanto permaneceriam na impunidade. FELIZ 2014 E QUE AO FINAL POSSAMOS CONTABILIZAR UM MENOR NÚMERO DE ESCÂNDALOS, NÃO PELO FATO DA OMISSÃO, MAS PELA INEXISTÊNCIA DE TANTA CORRUPÇÃO EM NOSSO PAÍS.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O que fiz até chegar aqui?????????????

Bem, em 1996 ingressei no curso de Licenciatura em Ciências, na Universidade Estadual do Ceará (UECE). Ao concluir, em 2000, imediatamente fui plenificar em química. Contudo, na época, não tinha noção que estaria a partir dali direcionando minha vida acadêmica para a sala de aula. Até a conclusão do curso, participei de alguns projetos de monitoria direcionados para o desenvolvimento de estratégias que facilitassem o aprendizado de química. Um desses foi um projeto de extensão denominado "Show de Química". Ainda nesse período, trabalhei como bolsista do Prof. Dr. Airton Marques, com uma pesquisa sobre o "Uso e Aplicação de feromônios na indústria cosmética".
Em 2002, quando conclui, já estava trabalhando como professora tanto no Estado como na escola particular. Durante quatro anos desenvolvi nas escolas estaduais por onde trabalhei alguns projetos e um deles foi selecionado para participar de uma Feira Ciências Internacional realizada na cidade de Vera Cruz, México, a Milset. Viajamos com outros quatro professores, representando o Estado do Ceará. Cada professor estava responsável por um aluno, onde esse aluno fazia a apresentação do trabalho para a comunidade científica local. Além do Ceará, estavam representando o Brasil, trabalhos do Distrito Federal e de Minas Gerais. Para nossa satisfação, o trabalho por mim orientado, intitulado "Produção de plástico Formol Caseína" recebeu homenagem especial, sendo categorizado como Menção Honrosa de Trabalho Internacional. Evidente que, nossa satisfação foi enorme, contudo, os interesses do nosso país e de nosso estado em apoiar o desenvolvimento de medidas como essas causaram desestimulo superior ao contentamento inicial. O resultado foi, a inviabilidade financeira para poder continuar a pesquisar e aprimorar o projeto. No ano seguinte, 2007, fui trabalhar em uma outra escola da rede estadual, também no município de Maracanaú. Lá, fui escolhida por um grupo de alunos para orientar outro projeto, "Compostagem: a arte de transformar lixo em adubo orgânico". Todos os projetos tinham como foco principal desenvolver o interesse pela Ciência, uma espécie de alfabetização científica. Com esse projeto, procurei desenvolver habilidades mais específicas, de modo que, enquanto estávamos estudando sobre o assunto, fazendo um levantamento bibliográfico, os alunos estavam se mobilizando para entregar  oficio na CEASA - Central de Abastecimento, tomando iniciativa de providenciar um carro para o deslocamento das doações, preparo da área onde o composto seria elaborado, bem como a construção dos canteiros, pois além da preparação do adubo, havia outro projeto que visava testar a qualidade do composto, aplicando-o em uma horta escolar, de onde saia os legumes e frutas usadas na merenda escolar. Com esse projeto, fomos convidados pelo MEC- Ministério da Educação para irmos até Minas Gerais, onde naquele ano, realizou-se a FENACEB. Ainda com esse projeto fomos selecionados para SBPC Jovem, realizada em Campinas. Paralelamente a minhas atividades profissionais, buscava minha atualização e assim participei da seleção para o curso de Especialização em Ensino de Química, no qual usei o trabalho anteriormente descrito como produto, sendo assim esse o tema da minha monografia. Nela, estou mais uma vez sugerindo que é de fundamental importância que o professor conheça áreas afins a de sua disciplina para que o mesmo tenha condições de desenvolver atividades diferenciadas de modo a oportunizar de forma democrática, porém participativa, o aprendizado do maior número possível de alunos. Atualmente, estou concluindo o curso de mestrado, onde a dissertação versa sobre a importância das estratégias de ensino para a promoção do conhecimento científico, dessa forma o título da dissertação é " PRÁTICAS EDUCATIVAS: O USO DO ESTUDO DIRIGIDO E O SEMINÁRIO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA EM QUÍMICA NO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO".
Além disso, estou participando do curso de Especialização da UAB - Instituto UFC Virtual, em Coordenação Escolar, devido ter sido aprovada na seleção para Coordenador Escolar do Governo do Estado do Ceará. De modo que, por acreditar que muito da formação que é exigida hoje de nossos alunos, só poderá ser oferecida se nós, professores estivermos capacitados, é que busco a minha atualização e capacitação profissional. Muito embora, também tenha a consciência que essa não é uma condição determinante para a solução da educação no cenário atual.
 
Profª. Edneide Silva

terça-feira, 15 de outubro de 2013

♥ Receba essa singela lembrança.....

Um pequenino Gesto.....Uma grande Atitude...!
O mundo precisa de Flores...!
Entregue a Alguém.!!!!!
Eu entrego à você Professor  ! Parabéns pelo nosso dia !