quarta-feira, 4 de novembro de 2015

"DE IDEIA EM IDEIA A EDUCAÇÃO SE ALIMENTA"

DISPONÍVEL: http://cienciahoje.uol.com.br/alo-professor/intervalo/2015/01/boas-ideias
ACESSO: 04/11/2015 as 17:01h


Bióloga compartilha com os leitores iniciativas e opiniões que podem ajudar professores a refletir sobre o ensino formal e tornar mais prazerosa a educação em ciências.
Por: Vera Rita da Costa
Publicado em 16/01/2015 | Atualizado em 16/01/2015
Boas ideias
(foto: Martin Rotovnik/ Freeimages) 

Assim como avisa o ditado popular que ‘de grão em grão, a galinha enche o papo’, podemos considerar também que ‘de ideia em ideia, a educação se alimenta’. Divulgar e discutir ideias e iniciativas que ajudem a ampliar e tornar mais prazeroso e eficiente o ensino de ciências em nosso país é um de nossos objetivos.Não são ideias que vão, de maneira isolada, transformar e resolver a questão da educação científica no Brasil, mas elas têm o potencial de fazer os professores de ciências refletir e se entusiasmar no empreendimento de novas propostas. A primeira das dicas é a leitura da entrevista que a escritora Marina Colassanti deu à Folhinha (a seção para crianças do jornal Folha de S. Paulo), publicada logo na primeira semana do ano e que se encontra na íntegra aqui.É uma entrevista curta e simples, mas muito significativa. Nela, a escritora, que acaba de ganhar seu sétimo prêmio Jabuti com a obra Breve história de um pequeno amor (FTD, 2013), discute a importância da literatura infantil, assim como a falta de reconhecimento e cuidado para com esse gênero literário em nosso país.O interessante na entrevista de Marina Colassanti para quem é professor de ciências não está, no entanto, apenas nesses temas. Na realidade, está subentendido ou expresso em questões transversais a essas e que interligam de forma sutil a literatura e o ensino formal.Um exemplo? A ideia de que tudo o que está voltado para crianças e jovens tem que ser educativo ou, nas palavras da própria escritora, “ter um pé amarrado na educação” e “carregar conhecimentos”. Outro? A ideia de que aquilo que é voltado para o público infantil e jovem em nosso país tem que ser simplificado.“No Brasil, a literatura chega às crianças quase que exclusivamente através da escola. Num país onde quem compra o livro é o governo e os professores não costumam ler, escolhem-se obras educativas e o mais simplificadas possível”, diz a certo momento Marina Colassanti. Para quem está de alguma forma envolvido com a educação, o conteúdo da entrevista de Marina Colassanti dá realmente o que pensar. E, mais especificamente para quem ensina ciências, também fornece elementos para questionar e refletir.

Envenenamento do ensino?

Uma questão imediata que surge a partir da leitura da entrevista é, por exemplo, se aquilo a que Colassanti se refere como o que “envenena a literatura” não estaria também envenenando o ensino de ciências e a educação de modo geral. Em outras palavras, como aponta a escritora para a literatura infantil e juvenil, é de se perguntar se não estamos – também em outras áreas – subestimando a inteligência de crianças e jovens, simplificando, banalizando ou priorizando conteúdos que os adultos acreditam ser interessantes e importantes para eles, mas de fato não o são. A segunda dica é uma interessante palestra intitulada ‘A ciência é para todos, inclusive para crianças’, que se encontra entre aquelas disponibilizadas pela Fundação TED (Technology, Entertainment, Design), e que foi proferida em conjunto por Beau Lotto e Amy O'Toole. Beau Lotto é um conhecido neurocientista, coordenador do Estúdio Lottolab, um espaço de pesquisas sobre a percepção, instalado no Museu de Ciências de Londres (Science Museum). Amy O´Toole, por sua vez, é ‘apenas’ uma estudante de ciências que, na época da palestra em questão (2012), tinha 12 anos. Repare que no parágrafo anterior colocamos a palavra apenas entre aspas, porque talvez ela não seja a mais adequada para apresentar Amy O´Toole. Afinal, ela não é simplesmente uma estudante, como o senso comum poderia nos fazer pensar. Ela é uma das 25 crianças, entre oito e 10 anos de idade, que Beau Lotto orientou em 2010 em projeto sobre percepção das abelhas, e que se tornaram os mais ‘jovens cientistas’ a darem uma contribuição original em uma área científica e a publicarem seus resultados em uma revista reconhecida pela comunidade científica.
VER VÍDEO EM PUBLICAÇÃO ANTERIOR.
O projeto de pesquisa do qual participou Amy O'Toole foi realizado em uma escola primária pública do Reino Unido (Blackawton Primary School), sob a orientação do Estúdio Lottolab. Chamava-se originalmente Projeto Abelhas de Blackawton e progrediu percorrendo as etapas básicas que praticamente toda pesquisa científica segue. Em linhas gerais, como explica Beau Lotto em sua apresentação na TED, as crianças propuseram perguntas sobre o comportamento das abelhas que lhes eram de interesse, selecionaram aquelas que julgaram as melhores, fizeram observações, coletaram, organizaram e analisaram dados e chegaram a conclusões que foram submetidas à apreciação da comunidade científica por meio de um artigo escrito por elas e apresentado a uma revista reconhecida na área.

Contribuição original

A maior dificuldade encontrada, como relata Beau Lotto, não esteve em nenhum momento com as crianças ou seu trabalho de pesquisa que durou cerca de quatro meses. Esteve apenas em convencer as pessoas que, de fato, mesmo crianças são capazes de gerar conhecimento científico original – processo que levou quase dois anos para acontecer e que atrasou, inclusive, a divulgação dos resultados obtidos pelas crianças. Os próprios professores envolvidos com o projeto, por exemplo, não acreditavam inicialmente que seus alunos seriam capazes de realizar ciência e precisaram ser convencidos disso. Também o comitê científico que analisou o pedido de financiamento da pesquisa proposto pelas crianças desacreditou da capacidade delas de gerarem conhecimento original, rejeitando qualquer ajuda e justificando seu parecer com a observação de que “crianças não poderiam dar uma contribuição útil para a ciência”. Para que o artigo final fosse publicado, foi preciso, ainda, vencer outras barreiras existentes também na comunidade científica. Uma delas, o fato de a linguagem empregada no artigo não seguir o formalismo exigido nas publicações científicas, mas se valer da linguagem narrativa, que é própria das crianças (o artigo inicia-se, por exemplo, com a célebre frase “Era uma vez...”). Outro, o fato de as tabelas terem sido coloridas a lápis de cor, motivo também considerado na rejeição inicial da publicação, por não atender ao “controle de qualidade exigido para publicações científicas”.
Gráficos de crianças
Os gráficos feitos pelas crianças, coloridos a lápis, foram um dos motivos que fizeram com que o artigo fosse inicialmente rejeitado pelo periódico, por não atender ao “controle de qualidade exigido para publicações científicas”. (imagem: Reprodução/ Biology Letters)
Apenas depois de submetido à revisão de importantes pesquisadores que escreveram comentários contextualizados e referenciados dando conta da originalidade e importância dos resultados obtidos pelas crianças e de ser submetido à crítica e revisão de cinco consultores independentes, o artigo ‘Blackawton bees’ foi finalmente publicado em março de 2011, na revista Biology Letters, e é um dos mais acessados para leitura e reprodução (download). É assinado pela escola (autor principal) e pelas 25 crianças (coautoras).
 

Estudantes ‘divulgadores’

Por fim, para começar o ano realmente animados, queremos também comentar uma iniciativa de que tomamos conhecimento e que nos parece um exemplo de que é possível ensinar ciência de modo realmente eficaz e prazeroso. Trata-se de um projeto de pesquisa e produção de conhecimento realizado pelos alunos do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Médio Cecília Meireles, em Sapucaia do Sul (RS), orientados por suas professoras de biologia, Gisele Fontinelli, e de língua portuguesa, Keli Rabello. No projeto, os alunos constataram a contaminação do solo de algumas praças da cidade em que moram e procuraram, por meio de um texto de divulgação, alertar a população para os riscos envolvidos no uso desses locais públicos e sobre a necessidade da prática de medidas simples para a prevenção de doenças. Nas aulas de biologia, tiveram oportunidade de aprender técnicas de coleta e análise de solo, o que lhes permitiu constatar a presença de parasitas, principalmente em tanques de areia e espaços de lazer de praças de sua cidade, e identificá-los. Nas aulas de língua portuguesa, puderam aprimorar as habilidades de leitura e escrita, ao estudar textos técnicos e de divulgação científica e exercitar como produzi-los. Os alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Cecília Meireles adquiriram, assim, importantes informações e desenvolveram também variadas habilidades. Mas, o que dizer dos valores aprendidos? Certamente, eles estiveram presentes no processo de ensino e aprendizagem desenvolvido nesse projeto. Não contentes em apenas ‘conquistar’ informações para si, os alunos decidiram em conjunto com suas professoras e orientadoras também compartilhar os conhecimentos adquiridos – e esse é um valor essencial na ciência.
A etapa final do projeto, portanto, envolveu a produção de um texto coletivo de divulgação, destinado às crianças e escrito nos moldes daqueles publicados na revista Ciência Hoje das Crianças, a ser divulgado na comunidade local.
O texto dos alunos de Sapucaia do Sul também foi enviado para nós, do Instituto Ciência Hoje, para que soubéssemos e compartilhássemos com nossos leitores não apenas as informações nele contidas, mas também a ideia de que há esperança para o ensino de ciências e para a divulgação científica em nosso país, porque também entre nós, há boas iniciativas sendo desenvolvidas.

Vera Rita da Costa
Ciência Hoje/ SP

Beau Lotto + Amy O’Toole: A ciência é para todos, inclusive para crianças.

sábado, 17 de outubro de 2015

A PRÁTICA CONTRIBUE MAIS EFETIVAMENTE COM A APRENDIZAGEM!



DISPONÍVEL: http://pchae.cienciahoje.org.br/

ACESSO: 17/10/2015 as 20:47h

Franklin Rumjanek - Novas formas de ensinar - PCHAE

terça-feira, 1 de setembro de 2015

PLATAFORMA DA USP ENSINA A ESCREVER ARTIGOS CIENTÍFICOS

DISPONÍVEL: http://porvir.org/usp-lanca-curso-online-sobre-producao-de-artigo-cientifico/20130806/
ACESSO: 01/09/2015 as 13:46h




Site com videoaulas gratuitas busca fomentar a elaboração de papers científicos de alto impacto e com maior relevância
por Davi Lira  

Para melhorar o nível de qualidade na elaboração de artigos científicos por pesquisadores brasileiros, a  Universidade de São Paulo – líder em produção científica no país -, lançou o curso de Escrita Científica: produção de artigos de alto impacto. Formatado para a web e oferecido gratuitamente, o curso tem como objetivo auxiliar pesquisadores e estudantes de pós-graduação na elaboração de artigos de maior relevância acadêmica.
A redação de trabalhos científicos, elaborados para serem publicados em revistas de alto impacto (como a Science, Nature e a Clinics) é um dos gargalos para o crescimento da produção científica das universidades, incluindo a própria USP, afirmou o pró-reitor de pesquisa da instituição Marco Antonio Zago, em reunião recente com dirigentes da universidade. “A técnica não é dominada amplamente, em especial pelos pesquisadores principiantes e alunos de pós-graduação”, disse  Zago.
crédito Brian Jackson/Fotolia.com
É por isso que o curso on-line de escrita científica foi pensado de forma didática e intuitiva. Desenvolvido pelo professor Valtencir Zucolotto, do Instituto de Física de São Carlos, o curso é dividido em oito módulos e conta com videoaulas que explicam, passo a passo, cada uma das partes que compõem o paper (títulos, introdução, resultados, conclusões). Há um tópico especial sobre a elaboração de textos científicos em inglês.
Além das videoaulas – que podem ser consultadas a qualquer momento -, os interessados ainda contam com apostilas explicativas e materiais didáticos extras, que trazem indicações de obras de referência recomendadas por Zucolotto. Todos os materiais podem ser baixados livremente. O curso, no entanto, não disponibiliza a emissão de certificados.
Inovação
O baixo índice de repercussão internacional de parte da pesquisa produzida nacionalmente é um dos principais problemas que impactam diretamente na inovação do Brasil. No ranking do Índice Global de Inovação 2013 produzido pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual, por exemplo, o país ficou em 64ª lugar entre 142 países.
A análise de problemas na qualidade dos artigos científicos foi um dos destaque nas reuniões do último encontro realizado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Recife, no final de julho. Na ocasião, representantes de agências de fomento apontaram a necessidade de estimular a qualidade dos trabalhos publicados por cientistas brasileiros, especialmente quando os artigos são feitos em inglês.
Offline
E para quem preferir fazer um curso presencial, a Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e Relações Públicas (Abrapcorp) promove, dia 17 de agosto, das 8h30 às 17h30, o curso avançado Como elaborar artigos científicos para eventos e revistas. O curso será ministrado por Gilson Volpato, professor do Instituto de Biociências da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Botucatu.(Inscrições encerradas)
Material adicional gratuito para consulta ou download:

DICAS PARA ESCREVER E PUBLICAR UM ARTIGO CIENTÍFICO

DISPONÍVEL: http://porvir.org/10-dicas-para-escrever-publicar-um-artigo-cientifico/
ACESSO: 01/09/2015 as 13:41h



Confira algumas sugestões para desenvolver uma boa pesquisa e divulgar o seu trabalho no meio acadêmico
por Marina Lopes 

Escrever e publicar um artigo científico pode não ser uma tarefa fácil. A elaboração de qualquer pesquisa exige precisão e domínio sobre o assunto. No entanto, muitas vezes os estudantes ficam em dúvida sobre a maneira correta de elaborar o seu trabalho. Por onde começar? Como definir o tema da pesquisa? Qual linguagem utilizar no texto? Esses são apenas alguns dos questionamentos que surgem.
As pessoas costumam ter dúvidas e errar porque não sabem ciências, ou não aprenderam de maneira correta, avalia Gilson Volpato, professor de redação científica, da Unesp (Universidade Estadual Paulista). “Muitos professores transformam essa disciplina em um conjunto de regras”, aponta, ao afirmar que os alunos precisam entender o que estão fazendo. Inclusive, para ajudar alunos, professores e pesquisadores a escreverem uma pesquisa acadêmica, Volpato criou o Clube SOS Ciência, que tira dúvidas on-line sobre redação científica (leia matéria no Porvir).
crédito: nito / Fotolia.com

Com base na conversa com o professor, o Porvir reuniu algumas sugestões para auxiliar na redação e publicação de um artigo científico. No entanto, conforme destacou Volpato, é preciso lembrar que não existe receita para a elaboração de uma boa pesquisa. Cada projeto possui as suas particularidades.
Confira algumas dicas:
1. Leia sobre o que já feito
Antes de começar um projeto de pesquisa, é importante checar diversas conteúdos da área para conhecer tudo o que já foi falado sobre o tema. Uma das sugestões apresentadas pelo professor Volpato é ler artigos de boas revistas internacionais.  Além disso, é preciso fazer um levantamento de publicações que podem ser utilizadas para dar base ao seu projeto.
2. Pense no nível que a sua pesquisa irá atingir
Antes de fazer um projeto é preciso identificar o nível de ciência que se pretende atingir. Identifique algumas publicações científicas que estariam no patamar da sua pesquisa. Você pretende atingir uma Science, com abrangência em diversas áreas de conhecimento, ou deseja focar em uma publicação especializada? Se a sua resposta for publicar em um veículo científico de grande abrangência, será necessário pensar e elaborar a sua pesquisa de forma que ela seja compreensível para o maior número de pessoas possível, incluindo outras áreas de conhecimento.
3. Apresente uma novidade
Não existe uma boa pesquisa sem algo novo ou relevante. “Os pesquisadores têm dificuldade de aceitar que o tema da sua pesquisa não apresenta uma novidade”, conta Volpato. Segundo ele, após ler sobre o que já foi desenvolvido dentro do tema, é necessário encontrar uma nova abordagem. Uma pesquisa muito repetitiva não pode apresentar grandes contribuições científicas.
4. Saiba a hora certa para começar a escrever
Muitas pessoas começam a escrever o seu artigo na hora errada. Segundo Volpato, para manter a unidade do texto é importante ter uma ideia completa do trabalho. Não comece a adiantar algumas partes do seu artigo sem ter concluído a pesquisa, analisado e interpretado dados.  Antes de começar a escrever, o professor afirma que é necessário já ter em mente a resposta para algumas perguntas: 1) Como surgiu a pesquisa? 2) Onde você chegou? 3) Como chegou nesse caminho e o que me faz aceitar a sua história? 4) O que isso muda na ciência? 5) Por que as pessoas se interessariam por isso?
5. Tenha em mente o tipo de revista que você gostaria de publicar
Após ter uma visão geral do trabalho, respondendo as perguntas anteriores, comece a pensar na revista que você deseja ter o seu trabalho divulgado. Leia diversos artigos e tente observar o formato que eles seguem. “É bom conhecer o jeitão da revista”, apontou Volpato. Pense nessa estrutura quando estiver escrevendo.
6. Mantenha a lógica no texto
Na hora de escrever é preciso observar se as ideias da pesquisa não estão se contradizendo. De acordo com o pesquisador, muitas pessoas acabam cometendo erros nesse item. Introdução, desenvolvimento e conclusão devem estar muito bem alinhados e relacionados. Todas as partes devem apresentar coerência e lógica. Releia o texto e veja se ele consegue manter uma unidade. Não use freses sem sentido.
7. Encontre a medida certa
O tamanho do texto não quer dizer qualidade. “Nenhuma palavra a mais, nenhuma palavra a menos. A gente tem que saber sintetizar”, apontou Volpato. Segundo ele, as pessoas tendem a achar que os trabalhos mais longos são os melhores. No entanto, o número de páginas não é sinônimo de qualidade. É  importante apresentar todos os argumentos de maneira clara e objetiva. Para o professor e pesquisador, a elaboração de um artigo deve ser semelhante a de um prédio. “Ele precisa ser vistoso, importante, sólido e econômico”, defendeu.
8. Seja claro e evite palavras que dificultam o entendimento  
Nada de prosopopéia para acalentar bovinos (ou seja, a famosa expressão “conversa para boi dormir”). Tente tornar a sua pesquisa mais acessível e troque as palavras de difícil entendimento. Segundo Volpato, a ciência tem um caráter transdisciplinar, porém, quando você escreve um artigo cheio de termos técnicos e palavras desconhecidas, a sua pesquisa tende a ficar restrita apenas para pessoas da área. “É importante pensar que você está escrevendo um texto para ser lido por diferentes públicos.”
9. Compartilhe o seu conhecimento
Após concluir um artigo é importante tentar a sua publicação em revistas de divulgação científica. Segundo o professor Volpato, a divulgação da pesquisa é tão importante quando a redação. É a partir da publicação que você poderá compartilhar o seu conhecimento com outros pesquisadores. Além disso, também terá a oportunidade de submeter o seu trabalho para avaliação de outros especialistas. Antes de enviar um artigo para análise, observe atentamente o formato exigido em cada publicação. Algumas revistas têm normas específicas que devem ser seguidas, incluindo padronização de estilo, quantidade de caracteres e outras referências.
10. Acompanhe os resultados
Não pense que a publicação do artigo é o último passo. Após divulgar a sua pesquisa, tente observar a repercussão do seu trabalho no mundo científico. Observe as contribuições acadêmicas da sua pesquisa. Ao visualizar quem está citando o seu artigo, procure entender quais reflexões estão sendo geradas a partir dele.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

PLANO DE AULA: OS TIPOS DE LIXO

DISPONÍVEL: http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/tipos-lixo-786510.shtml
ACESSO: 20/08/2015 as 11:27h



Realizando uma pesquisa de campo, a turma compreende a origem dos resíduos sólidos e quais são os diferentes destinos que eles devem receber

Cena de um aterro sanitário com diversos sacos plásticos, garrafas, restos de madeira, comida, etc. Imagem ilustra Plano de Aula de Biologia sobre os diferentes tipos de lixo que produzimos
Objetivos
  • Categorizar os diferentes tipos de lixo que produzimos em nossa sociedade
  • Identificar qual o destino correto para diferentes resíduos sólidos
  • Conhecer o conceito de logística reversa
  • Adotar práticas sustentáveis que envolvam o consumo consciente e o descarte correto de resíduos sólidos
Conteúdos
  • Abordagem sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos
  • Classificação do lixo
  • Consumo consciente
  • Responsabilidade compartilhada
  • Logística reversa
Anos
Ensino Fundamental I (1ª a 5ª série)

Tempo estimado5 a 6 aulas

Material Necessário

IntroduçãoNeste ano de 2014, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê a proibição de disposição de resíduos sólidos em lixões a céu aberto. A PNRS é uma lei que estabelece regras para a destinação e disposição correta dos resíduos gerados pela sociedade. Esta legislação promove grandes desafios porque co-responsabiliza governo, produtores (indústrias) e consumidores a colaborarem com a redução do material descartado e o retorno para a cadeia produtiva. Nós, consumidores, somos peça fundamental para lubrificar a engrenagem dessa máquina. O destino correto do lixo eletrônico, a separação de resíduos recicláveis e a destinação desses materiais a cooperativas impedem que a matéria-prima utilizada na produção seja despejada no meio ambiente. Consequentemente, a produção de um determinado material exigirá menos gasto energético e menos emissão de poluentes. Essas atitudes contribuem com a logística reversa e, associadas a práticas que envolvem o consumo consciente, buscam abrandar os problemas gerados pelo acúmulo dos resíduos sólidos. Pretende-se, ao final da realização destas atividades, que os alunos compreendam a nossa responsabilidade com relação à logística reversa e à redução do lixo produzido. Também se espera que as atitudes e os valores despertados neste plano de aula sejam norteadores para a redução dos impactos ambientais.

Desenvolvimento

1ª etapa Nessa primeira etapa, os alunos vão compreender que os resíduos sólidos podem ser classificados de diferentes formas, tendo como critério sua origem, sua composição química e seu destino. Para isso, o professor pode apresentar os seguintes textos: "Classificação, Origem e Características" e "Classificação adotada para os tipos de lixo". Inicie uma conversa com a turma realizando as seguintes perguntas:
  • O que acontece com o lixo que vocês produzem após jogarem no cesto?
  • Vocês possuem o hábito de separar o lixo e encaminhar para a reciclagem?
  • Com qual frequência vocês trocam de celular?
  • Na hora de comprar um produto, vocês levam em consideração a quantidade de material usada na embalagem que será descartada?
Após realizar essa conversa, explique aos alunos que eles vão ler alguns textos e que também vão assistir a alguns vídeos para compreender a problemática questão do lixo. À medida que assistirem os vídeos e realizarem a leitura, os alunos deverão produzir um glossário com termos relacionados a este assunto. Política Nacional de Resíduos Sólidos, aterro sanitário, chorume, responsabilidade compartilhada e logística reversa são alguns termos que podem estar incluídos nessa produção escrita.

Apresente à turma o texto "Uma montanha que só cresce", mas antes de iniciar a leitura pergunte qual a quantidade de lixo eles imaginam ser produzida todos os dias e explique que o texto fornecerá resposta a essa questão. É importante que você realize pausas no momento da apresentação dos infográficos, pois neles se encontram algumas definições que serão úteis para a produção do glossário. Façam também a leitura do texto "Ricardo Abramovay e a riqueza do lixo" para que entendam de que trata a Política Nacional de Resíduos Sólidos e compreendam o conceito de responsabilidade compartilhada. No 19º parágrafo do texto "Uma montanha que só cresce" existe uma citação que menciona a logística reversa. Nesse momento, você poderá fazer uma pausa e apresentar os vídeos: "Bom Dia Brasil: Logística Reversa" e "Globo Ecologia (reciclagem de celulares e baterias)".

2ª etapa 
Para sistematizar os conceitos trabalhados na etapa anterior, apresente os vídeos "O Nosso Lixo (2/3) - TV Brasil" e "O Nosso Lixo (3/3) - TV Brasil". Ao término da exibição desses dois últimos vídeos, solicite aos alunos para que façam um resumo descrevendo quais informações eles desconheciam e quais consideram tão importantes a ponto de mudar sua prática. Ao final dessa etapa, questione como podemos reduzir a quantidade de lixo que vão todos os dias para a lixeira. Após a discussão, sistematize as ações discutidas e peça para comparar com as apresentadas no infográfico: "Consuma sem consumir". Os itens 8 e 9 do infográfico provavelmente não impactam diretamente com os alunos nesta faixa etária, mas contribuirão para o material que será produzido durante a avaliação.

3ª etapa
Nas etapas anteriores, os alunos estudaram os tipos de resíduos sólidos. Agora, eles identificarão onde esses materiais estão presentes em seu cotidiano. Para tal, a turma deverá organizar uma tabela identificando setores da escola com o objetivo de mapear os tipos de lixo encontrados, designados a princípio por eles mesmos. Munidos de prancheta, lápis e de tabela (abaixo há um exemplo), os alunos percorrerão a escola e identificarão alguns exemplos de resíduos produzidos nestes locais. Abaixo, um modelo de tabela para orientar os alunos:



Com uma luva, você poderá auxiliá-los a vistoriar o lixo presente em cada setor para ajudar na busca dos dados. Oriente-os a não se limitarem apenas aos materiais encontrados no lixo, mas também para objetos que se tornam obsoletos ou são encaminhados ao descarte quando ficam quebrados, como mouse ou teclados de computadores. Peça também que observem se existe separação do lixo na escola e se efetivamente ele é encaminhado à reciclagem, pois como foi observado no vídeo apresentado na etapa anterior, nem sempre o material separado é enviado para reciclagem. Aproveite este momento para levantar com a turma se existe na escola, algum tipo de desperdício. Por exemplo: sobras de merenda escolar, papel descartado que poderia ter sido reaproveitado. Como tarefa, solicite que  mesmos procedimentos que eles realizaram na escola, peçam para que examinem o tipo de material que é descartado em casa. Os dados encontrados nessas atividades, subsidiarão a fórmula que os alunos realizarão na quinta etapa.

4ª etapa
Nesta etapa os alunos farão um diagnóstico da região em que vivem. Inicie a aula analisando novamente o infográfico "Mapa do Lixo" apresentado na primeira etapa e peça para localizarem em qual estado está o município em que vivem. Eles deverão investigar como a coleta de resíduos sólidos é realizada e se o seu município já está adequado às condições previstas na Política Nacional de Resíduos Sólidos. Informe à turma que vocês vão investigar as seguintes questões:
  • Existe coleta de lixo na cidade?
  • Para onde ele é encaminhado?
  • Existem aterros sanitários?
  • Você tem conhecimento da existência de coleta seletiva na região onde você mora?
  • Existem postos de coleta de lixo eletrônico?
  • O que é feito com o lixo hospitalar?
  • O que é feito com o lixo da limpeza urbana? E das construções?
  • Existem cooperativas de reciclagem?
  • Existem postos de coleta de resíduos de óleo utilizado na fritura de alimentos? Vocês poderão buscar estas informações na prefeitura do município ou na Secretaria do Meio Ambiente.
5ª etapa
Nessa etapa, os alunos realizarão dois tipos de entrevistas. A primeira delas será feita com um adulto responsável (pais e familiares) e a segunda será com um adulto responsável por cada setor da escola que foi definido na 3ª etapa. As questões deverão ser elaboradas com base nos dados sobre os tipos de lixo que pesquisaram na terceira etapa.
Em um segundo momento, os dados encontrados deverão ser editados. É importante que os alunos comparem os dados das respostas que encontraram nesse momento com os dados que encontraram na terceira etapa. Por exemplo: se encontraram na sala de informática materiais com potencial de descarte (cartuchos e tonners de impressora usados), é o momento de verificar com a entrevista qual destino é dado. As informações encontradas nesta etapa também auxiliarão os alunos no direcionamento da ação proposta como atividade avaliativa.


Avaliação
A intenção desta atividade é verificar se o conteúdo abordado em sala de aula contribuiu para o desenvolvimento de atitudes que estimulem o consumo consciente e a preocupação com o descarte correto dos resíduos sólidos.
Primeiramente, peça que a turma escreva uma dissertação, expondo sua visão a respeito da atual produção de lixo em sociedade. Aspectos como sustentabilidade e consumo consciente devem ser contemplados no texto, bem como a definição do que são os “Três Rs” e o conceito de logística reversa.
Em seguida, a turma deverá organizar uma campanha informativa sobre os tipos de resíduos sólidos, o descarte correto de materiais e quais atitudes podem contribuir com a logística reversa. Esta campanha deverá ter como público alvo as pessoas que participaram da entrevista. Para não contribuir com o acúmulo de resíduos sólidos, discuta com a turma quais estratégias eles poderiam utilizar como meios de divulgação nessa campanha. Você pode solicitar que eles preparem uma apresentação oral para a turma e antes de divulgarem o conteúdo da apresentação aos entrevistados. A apresentação oral para a turma servirá para você avaliar se os conteúdos selecionados pelos alunos incluem os objetivos da proposta.