segunda-feira, 26 de outubro de 2020

RESUMO DO CAPÍTULO 4 - CELULOSE, DO LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

 Hoje trouxemos o resumo do quarto capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história, que trata sobre a “Celulose”. Mas aonde podemos encontrá-la?  Um exemplo é o algodão, que contém 90% de celulose. O cultivo de algodão assim como do açúcar, teve contribuição expressiva dos escravos. Foi cultivado há cerca de cinco mil anos atrás, mas a plantação só chegou a Europa por volta de 300 a.C., trazida por soldados que retornaram a Índia com túnicas de algodão. O Lancashire, na Inglaterra, tornou-se o centro do grande complexo industrial

que cresceu em torno da manufatura do algodão, pois o clima da região, úmido, ajudava as fibras a se manterem unidas. Além disso, o algodão foi importante para a revolução industrial na Inglaterra, pois impulsionou a maquino fatura.

Porém, houve algumas consequências sociais do comércio do algodão, que impactou nas condições de trabalho e de vida das pessoas. Uma delas foi a submissão a terríveis e longas jornadas de trabalho dos operários. Os operários e suas famílias se abrigavam em moradas frias, úmidas e sujas, o que talvez justifique o fato de menos da metade das crianças que nasciam nessas condições conseguirem completar cinco anos de idade. Mas, as autoridades se preocupavam, não por causa da taxa de mortalidade alta, mas pelo fato dessas crianças morrerem antes de poderem se engajar no trabalho industrial, ou em qualquer outro tipo de atividade laboral.

Com os maus-tratos infligidos a crianças e outros abusos, houve amplo movimento humanitário que pressionou a adoção de leis para regular a duração da jornada de trabalho, o trabalho infantil e as condições de segurança e salubridade das fábricas. Mas, não foi fácil promover mudanças. No capítulo do livro aqui resenhado, os autores mencionam que após a legislação ser aprovada na Inglaterra em 1807, abolindo o tráfico de escravos, os industriais não hesitavam em importar o algodão cultivado por escravos na América do Sul.

Na década de 1830, descobriu-se que a celulose era solúvel em ácido nítrico condensado, e que essa solução, quando derramada na água, formava um pó branco altamente inflamável e explosivo. Por tanto, a CELULOSE é um polímero de glicose, formado pela união de moléculas de β-glicose e é um componente importante das paredes da célula vegetal.

Os polímeros de glicose, também conhecidos como POLISSACARÍDIOS, podem ser classificados com base em sua função celular. Os polissacarídeos estruturais, como a celulose, fornecem um meio de sustentação para o organismo; os polissacarídeos de armazenamento fornecem um meio de armazenar a glicose até que ela seja necessária. As unidades dos polissacarídeos estruturais são unidades de β-glicose; as dos polissacarídeos de armazenamento são α-glicose.

Tanto nos polissacarídeos estruturais quanto nos de armazenamento, as unidades de glicose são unidas entre si através de carbono número 1 numa molécula de glicose e de carbono número 4 na molécula de glicose adjacente. Essa união ocorre com a remoção de uma molécula de água formada a partir de um H+ de uma das moléculas de glicose e de um -OH da outra molécula de glicose.

Cada extremidade da molécula é capaz de se unir a uma outra por condensação, formando longas cadeias contínuas de unidades de glicose com os grupos -OH remanescentes distribuídos ao seu redor.



Muitas das características que fazem do algodão um tecido tão desejável são resultado da estrutura singular da celulose. Longas cadeias de celulose se comprimem estreitamente, formando a fibra rígida, insolúvel, das quais as paredes celulares das plantas são construídas.

A forma que uma ligação β confere à estrutura permite às cadeias de celulose apertarem-se estreitamente o bastante para formar esses feixes, que depois se torcem juntos para formar as fibras visíveis a olho nu. Do lado de fora dos feixes estão os grupos -OH que não fizeram parte da formação da longa cadeia de celulose, e esses grupos são capazes de atrair moléculas de água. Por isso a celulose é capaz de absorver água, o que explica a elevada absorvência do algodão e de outros produtos baseados em celulose.

Os autores ainda mostram alguns questionamentos sobre a hipótese de que “o algodão respira”, eles abordam que essa questão não tem relação com a passagem de ar, mas sim com a absorvência da água pelo tecido. Por exemplo, quando o tempo está quente, a transpiração do corpo é absorvida por peças de roupa de algodão à medida que evapora, refrescando-nos. Já as roupas feitas de nylon ou poliéster não conseguem absorver a umidade, de modo que a transpiração não é removida do corpo por ação capilar, levando a um desconfortável estado de umidade.

Outro polissacarídeo estrutural é a quitina, uma variação da celulose encontrada nas carapaças dos crustáceos, como caranguejos, camarões e lagostas. A QUITINA, como a celulose, é um polissacarídeo β.  Salienta-se ainda que a N-acetil glucosamina e seu derivado estreitamente relacionado, a glucosamina, fabricadas a partir de carapaças de crustáceos, já proporcionaram alívio a muitas vítimas de artrite. Pois, acredita-se que estimulam a substituição do material cartilaginoso nas juntas ou o suplementam.

No decorrer do capítulo é abordado que os seres humanos e outros mamíferos não têm as enzimas digestivas necessárias para quebrar ligações β nesses polissacarídeos estruturais, por isso, não podemos utilizá-los como fonte de alimento, embora haja bilhões de unidades de glicose disponíveis na forma de celulose no reino vegetal. No entanto, apesar de não termos a enzima que quebra a ligação β, possuímos uma enzima digestiva que parte uma ligação α. A configuração α é encontrada no amido e no glicogênio, que são polissacarídeos de armazenamento.

Diante disso, apesar de ter uma quantidade muito grande de polissacarídeos de armazenamento no mundo, ainda há uma quantidade muito maior do polissacarídeo estrutural, como a celulose. Sendo que a celulose não só é abundante como renovável, a possibilidade de usá-la como matéria-prima barata e rapidamente disponível para novos produtos vem interessando há muito tempo químicos e empresários.

A celulose pode ser dissolvida numa solução alcalina de solvente orgânico, o dissulfeto de carbono, formando um derivado da celulose chamado xantato de celulose. Como tem a forma de uma dispersão coloidal viscosa, o xantato de celulose recebeu o nome comercial de VISCOSE. Depois que a viscose é empurrada por minúsculos furos, e o filamento resultante é tratado com ácido, a celulose é regenerada na forma de fios finos que podem ser urdidos num tecido conhecido comercialmente como RAYON.

Tendo em vista que o algodão foi a estrela da Revolução Industrial e provocou uma das maiores crises da história dos Estados Unidos, ainda teve a questão da escravidão, onde o sistema econômico se baseava no algodão cultivado por escravos. Além disso, a indústria dos tecidos sintéticos, que se iniciou a partir do rayon (uma forma diferente de celulose), desempenhou um papel significativo na configuração da economia durante o século XX.  Porém, os autores da obra concluem que sem essas aplicações da molécula de celulose, nosso mundo seria muito diferente.

Esperamos que vocês tenham gostado do resumo do quarto capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história.

BOA LEITURA, e se possível FIQUEM EM CASA!!!



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