segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Contextualização e cotidiano: TUDO A VER??????

             Com a publicação dos Parâmetros Curriculaes Nacionais (PCN)  e os Parâmetros Curriculaes Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), houve a popularização dos termos: contextualizaão e cotidiano. O uso da Educação passou a ser tão corriqueiro que gerou confusão quanto ao significado de cada palavra e mesmo se uma era sinônima da outra.
             Como base na leitura do texto Cotidiano e Contextualização no Ensino de Química, de Edson José Wartha, Erivanildo Lopes da Silva e Nelson Rui Ribas Bejarano, publicado na REVISTA QUÍMICA NOVA NA ESCOLA  Vol. 35, N° 2, p. 84-91, MAIO 2013, é possível esclarecer vários aspectos que nos arienta a diferenciar e aplicar corretamente cada um dos termos.
           De acordo com o texto, contextualizar significa assumir que todo conhecimento envolve uma relação entre o sujeito e o objeto. é um recurso por meio do qual se busca dar novo significado ao conhecimento escolar, possibilitando ao aluno uma aprendizagem mais significativa (BRASIL, 1999). Segundo Giassi e Moraes (2010) apud Warlha, Silva, e Bejarano (2013), um recurso pode ser usado pontualmente com uma conotação prática, podendo ser interpretado como mais um instrumento para um determinado fim. Por exemplo, nos PCNEM, é apresentado que o "tratamento contextualizadodo conhecimento é o recurso que a escola tem para retirar o aluno da condição de expectador passivo" (BRASIL, 199, p.94). Assim, fica claro nesses documentos que a contextualização não deve servir para banalizaçãodos conteúdos das disciplinas, mas sim como um recurso pedagógico capaz de contribuir para a construção do conhecimento e formação de capacidades intelectuais superiores (BRASIL, 1999, p. 95-96). A expressão recurso pedagógico aparece interferindo na compreensão do termo CONTEXTUALIZAÇÃO, pois são utilizadas expressões que podem dar margema várias interpretações sobre contextualização.
         Ainda de acordo com Giassi e Moraes (2010) apud Warlha, Silva, e Bejarano (2013),a finalidade da contextualização fica mascarada e a compreensão do conhecimento a partir de sua complexidade e de seus entrelaçamentos não é alcançado, pois o termo passa a ser usado como ferramenta para tratar conteúdos escolares.
          Quanto a compreensão de COTIDIANO, a tríade de Lefebrev (2000) apud Warlha, Silva, e Bejarano (2013),diz que esse está vinculado aos espaços vivido, percebido e concebido, pois é neles que acontece a vida cotidiana.
           Já Heller (1989) apud Warlha, Silva, e Bejarano (2013), diz que a vida cotidiana está repleta de esquemas de comportamento e de pensamentos, e que esses devem ser campos para estudo. Porque neles estão imbricados todas as situações e ações que as pessoas vivenciam frente aos fatos e fenômenos do dia-a dia. Ainda segundo a filosofa, na vida cotidiana os pensamentos e as atividadesque compõem os esquemas configuram o pensar e agir sem uma reflexão consciente e crítica. 
          Lutfi (1997), apud Warlha, Silva, e Bejarano (2013), apoia sua teoria quando afirma que só com a reflexão sobre o cotidiano é que se pode impedir a alienação. Um estudo do cotidiano não é apenas ficar no campo da exemplificação de aspectos do dia a diada pessoas.
           De modo que contextualização não deveria ser visto como recurso ou proposta de abordagem metodológica, mas sim como pricípio norteador. Havendo três princípios norteadores: 
                - contextualização não redutiva, a partir do cotidiano;
                - contextualização a partir da abordagem CTS;
                - contextualuzação a apartir do aporte da história e filosofia da ciência.


TEXTO:
Cotidiano e Contextualização no Ensino de Química, de Edson José Wartha, Erivanildo Lopes da Silva e Nelson Rui Ribas Bejarano, publicado na REVISTA QUÍMICA NOVA NA ESCOLA  Vol. 35, N° 2, p. 84-91, MAIO 2013

DISPONÍVEL: 
http://www.qnesc.sbq.org.br/online/qnesc35_2/04-CCD-151-12.pdf





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