DISPONÍVEL: http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/11/17/muito-artigo-pouco-risco/
ACESSO: 10/12/2015 as 11h:43min
A pressão para publicar artigos científicos continuamente pode
desencorajar cientistas a buscar avanços no conhecimento inovadores, de
acordo com um estudo liderado pelo sociólogo Jacob Foster, professor da
Universidade da Califórnia, Los Angeles. Foster e seus colaboradores
montaram um banco de dados com mais de 6,4 milhões de artigos
científicos das áreas de química e biomedicina publicados entre 1934 e
2008. Primeiro, analisaram se esses papers tratavam de tópicos de
pesquisa já consagrados ou se propunham conexões originais. Depois,
relacionaram as publicações a recompensas como citações em outros
artigos e viram se seus autores foram reconhecidos com premiações
acadêmicas. Constataram que 60% dos artigos não criavam novas conexões,
sinal de que trouxeram pouca inovação. Com base na sua análise das
recompensas, o grupo notou que pesquisadores que apenas responderam a
perguntas já estabelecidas foram mais felizes em ver seus resultados
publicados, requisito para progressão na carreira. Já os pesquisadores
que fizeram perguntas originais e tentaram forjar novos elos na produção
de conhecimento tiveram dificuldade em publicar um grande volume de
artigos. Mas, quando conseguiram, foram mais recompensados com citações.
Os autores sugerem que as universidades devem incentivar seus
pesquisadores a assumir mais riscos, dissociando a segurança do emprego
dos indicadores de produtividade. Eles observam que uma abordagem
semelhante foi muito bem-sucedida em meados do século XX nos Bell Labs,
onde cientistas podiam trabalhar em um projeto por vários anos sem
sofrerem avaliação.
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