sexta-feira, 2 de abril de 2021

CAPÍTULO 17: “Moléculas versus Malária” do LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

 

Olá, tod@s bem?

Essa semana estamos no último capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história, que é sobre "Moléculas versus Malária". Nesse capítulo, os autores abordam que a palavra malária significa "mau ar". Ela vem das palavras italianas mal aria, porque durante muitos séculos pensou-se que essa doença fosse causada por cerrações venenosas e vapores deletérios emanados de pântanos baixos. Sua causa, porém, é um parasito (inseto) microscópico, que talvez tenha sido, e ainda seja, o maior responsável por mortes humanas em todos os tempos.

Segundo as estimativas dos autores, cada paciente infectado com a malária pode transmitir a doença a centenas de outras pessoas. Quatro espécies diferentes do parasito da malária (gênero Plasmodium) infectam o homem:

ü  P. vivax;

ü  P. falciparum;

ü  P. malarie;

ü  P. ovale.

Essas quatro espécies causam sintomas típicos da doença: febre alta, calafrios, terrível dor de cabeça e muscular, que podem reaparecer anos depois da infecção. A mais letal dessas quatro formas é a malária falciparum. As outras são chamadas de formas “benignas”, embora o prejuízo que causem à saúde e à produtividade geral da sociedade nada tenha de bom. Em geral a febre malárica é periódica, atacando a cada dois ou três dias. No caso da letal forma falciparum, essa febre episódica é rara, e, à medida que a doença progride, o paciente infectado fica ictérico, letárgico e confuso antes de cair em coma e morrer.

A malária é transmitida de um ser humano para outro pela picada do mosquito anopheles. As fêmeas precisam ingerir sangue antes de pôr seus ovos. Se o sangue que sugam for de um ser humano infectado com malária, o parasito é capaz de continuar seu ciclo de vida no intestino do mosquito e ser transmitido a outro ser humano na próxima “refeição”. Após desenvolver-se por uma ou duas semanas no fígado do novo hospedeiro, invade a corrente sanguínea e penetra nos glóbulos vermelhos, ficando assim disponível para outro anopheles sugador de sangue.

Ao longo dos séculos a malária, bem como a indigestão, febre, perda do cabelo e muitas outras doenças, foram tratadas comumente com casca de cinchona. Essa árvore é da família das Rubiaceae, a mesma do cafeeiro. Entre os quase 30 alcaloides encontrados na casca da cinchona, o quinino foi rapidamente identificado como o ingrediente ativo.

O quinino é um derivado da molécula quinoleína. Atualmente é usado principalmente na água de quinina, na água tônica, em outras bebidas amargas e na produção de quinidina, um remédio para o coração. Ainda se considera que o quinino proporciona algum grau de proteção contra a malária em regiões resistentes à cloroquina.

Há várias maneiras de prevenir a procriação dos mosquitos, sendo a melhor linha de ataque, o uso de inseticidas potentes. Inicialmente, o mais importante desses pesticidas é a molécula clorada DDT (tricloroetano), que age interferindo num processo de controle nervoso exclusivo dos insetos.

Nos primeiros anos do século XX, graças a variedade de fatores como: sistemas aperfeiçoados de saúde pública, melhores condições de habitação, ampla drenagem de águas estagnadas e acesso quase universal a medicamentos antimalárico, a incidência da malária diminuiu enormemente na Europa Ocidental e na América do Norte.

Em muitos desses países, pouca gente tem condições de comprar as moléculas inseticidas que controlam os anopheles ou os substitutos sintéticos do quinino que fornecem proteção aos turistas do Ocidente. Nessas regiões, porém, a natureza concedeu uma forma muito diferente de defesa contra a malária. Nada menos que 25% dos africanos subsaarianos são portadores de um traço genético para a doença penosa e debilitante conhecida como anemia falciforme. Quando ambos os pais têm esse traço, a criança possui uma chance em quatro de ter a doença, uma chance em dois de ser seu portador, e uma em quatro de não ter a doença nem transmiti-la.

Para os portadores do traço da anemia falciforme que vivem em áreas maláricas, a doença oferece uma valiosa compensação: grau significativo de imunidade à malária.

A cor dos glóbulos vermelhos do sangue deve-se à presença de molécula de hemoglobina, cuja função é transportar oxigênio pelo corpo. Uma mudança extremamente pequena na estrutura química da hemoglobina é responsável pela doença fatal da anemia falciforme.

A hemoglobina é uma proteína; tal como a seda, é um polímero que compreende unidades de aminoácidos, mas, ao contrário do que ocorre com a seda, cujas cadeias de aminoácidos arranjados de maneira variável podem conter milhares de unidades, na hemoglobina, os aminoácidos, ordenados de maneira precisa, estão arranjados em dois conjuntos de filamentos idênticos.

Já se encontraram mais de 150 diferentes variações na estrutura química da hemoglobina humana, e embora algumas delas sejam letais ou causem problemas, muitas são aparentemente benignas. Ao que parece, a resistência parcial à malária é conferida também a portadores de variações da hemoglobina que produzem outras formas de anemia, como a talessemia alfa, endêmica entre descendentes de nativos do sudeste da Ásia, e talassemia beta, mais comum entre descendentes de nativos da região mediterrânea, como gregos e italianos, e encontrada também entre os que descendem de pessoas originárias do Oriente Médio, Índia, Paquistão e de parte da África.

No entanto, embora a molécula de quinino tenha permitido o crescimento do Império Britânico e a expansão de outras colônias europeias no século XIX, foi o sucesso da molécula de DDT como inseticida que erradicou finalmente a malária da Europa e da América do Norte no século XX.

Quinina, DDT e hemoglobina, são três moléculas com estruturas muito diferentes, mas que estiveram historicamente unidas por suas conexões com uma das doenças mais mortíferas do mundo.

Esperamos que tenham gostado do resumo desse capítulo.

Abraços em tod@s e se possível, FIQUEM EM CASA!!!


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