quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

RESUMO DO CAPÍTULO 6 – SEDA E NYLON, do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

 

Hoje trouxemos o sexto capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história, que trata sobre a descoberta da “Seda e Nylon”. Atualmente a seda continua sendo considerada insubstituível e muito valorizada pelos ricos. As propriedades que tornaram a seda desejável há tanto tempo, são o toque suave, a calidez no tempo frio, o frescor no tempo quente e o brilho maravilhoso, que são decorrentes de sua estrutura química.

A produção de seda começou na China com o cultivo do bicho-da-seda, Bombyz mori, uma pequena larva cinzenta que se alimenta unicamente das folhas da amoreira-branca, Morus alba.

A borboleta do bicho-da-seda põe cerca de 500 ovos num período de cinco dias e depois morre. Um grama desses minúsculos ovos produz mais de mil bichos-da-seda, que, juntos, devoram aproximadamente 36 kg de folhas de amoreira para produzir cerca de 200g de seda crua.

Para obter a seda, é preciso aquecer os casulos, matando as crisálidas que estão dentro deles, e em seguida mergulhá-los em água fervente para dissolver a secreção pegajosa que mantém os fios unidos. O fio de seda pura, que pode medir de 360m a mais de 2.700m, é depois desenrolado do casulo e enrolado em carretéis.

Os componentes químicos que conferem as características acima mencionadas são denominados aminoácidos. Na seda, esses compostos têm os menores grupos laterais entre todos os aminoácidos e também são os mais comuns, constituindo, juntos, cerca de 85% de sua estrutura total e são denominados por: Glicina, Alanina e Serina.


O fato desses grupos laterais nos aminoácidos da seda serem pequenos é um fator importante para sua maciez. 

Estima-se que 80 a 85% dos aminoácidos da seda são uma sequência repetitiva de glicina-serina-glicina-alanina-glicina-alanina. Uma cadeia do polímero proteico da seda tem um arranjo em zigue-zague, com os grupos laterais alternando-se de cada lado.


As cadeias da molécula de proteína são paralelas às cadeias laterais que seguem em direções opostas. Elas se mantêm unidas por atrações mútuas entre os filamentos moleculares. A estrutura flexível  resultante da estrutura da proteína da seda é resistente ao esticamento e explica muitas propriedades físicas da seda. As cadeias de proteína encontram-se estreitamente unidas e as superfícies têm tamanhos relativamente semelhantes, o que cria uma extensão uniforme, responsável pela maciez da seda. Além disso, essa superfície uniforme atua como um bom refletor da luz, o que resulta no brilho característico do tecido. Assim, várias qualidades extremamente valorizadas da seda se devem aos pequenos grupos laterais de sua estrutura proteica.

A BUSCA DA SEDA SINTÉTICA

As palavras sintético e artificial são muitas vezes usadas como equivalentes na linguagem cotidiana e figuram como sinônimas na maioria dos dicionários. Há, no entanto, uma importante distinção química entre elas. O “sintético” refere-se a um composto feito pelo homem por meio de reações químicas. Já a palavra “artificial” refere-se mais às propriedades de um composto. Um composto artificial tem uma estrutura química diferente da estrutura de outro composto, mas suas propriedades são parecidas com as dele o suficiente para que possa imitar sua função.

No final da década de 1870, um conde francês, Hilaire de Chardonnet, descobriu a seda artificial, mas não a seda sintética, embora fosse feita sinteticamente. A “seda de Chardonnet”, como veio a ser chamada, era semelhante à seda em algumas de suas propriedades, mas não em todas. Era macia e lustrosa, mas, infelizmente, altamente inflamável (propriedade não desejável para um tecido).

Chardonnet patenteou seu processo em 1885 e começou a fabricar a seda Chardonnet em 1891. Mas a inflamabilidade do material foi sua ruína. Pois, numa festa, um cavalheiro que fumava um charuto deixou cair cinza inadvertidamente no vestido de seda de sua parceira de dança. Conta-se que o traje desapareceu numa labareda e numa lufada de fumaça.

Outro método, desenvolvido na Inglaterra em 1901 por Charles Cross e Edward Bevan, produziu a viscose, assim chamada por causa da alta viscosidade. O processo de fabricação da viscose continua em uso atualmente como principal forma de produzir os tecidos hoje chamados rayons.

O rayon pode ser tingido de muitas cores e tons, assim como o algodão. Mas tem também uma série de deficiências. Embora a estrutura de folha plissada da seda (flexível, mas resistente ao esticamento) a torne ideal para meias, a celulose do rayon absorve água, fazendo-o esgarçar. Essa não é uma característica desejável, sobretudo quando se trata de meias.

Como a complexidade da estrutura química da seda, não foi compreendida até o século XIX, surgiram os primeiros esforços na tentativa de fabricar uma versão sintética, mas isso só foi possível em 1938 com a criação do NYLON, composto a base de celulose, criado por um químico orgânico chamado Wallace Carothers, contratado pela Du Pont Fibersilk Company.

A seda e o nylon contribuíram cada um à sua maneira para a prosperidade econômica de seus tempos. A grande demanda abriu rotas de comércio mundiais e estimulou novos acordos comerciais, gerando grande riqueza e enormes mudanças em muitas partes do mundo.

Esperamos que vocês tenham gostado do resumo do sexto capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história.

BOA LEITURA, e se possível FIQUEM EM CASA!!!

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