quarta-feira, 23 de setembro de 2020

RESUMO CAPÍTULO 1 – PIMENTA, NOZ-MOSCADA E CRAVO-DA-ÍNDIA, DO LIVRO OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história

''Os Botões de Napoleão'' é um livro fascinante. Traz para a Química o foco da atenção e ainda vincula com diversos momentos importantes que entraram para a História da humanidade. O primeiro capítulo intitulado ''Pimenta, noz-moscada e cravo-da-índia'' aborda a história das especiarias, cuja influência estimulou uma procura global que deu início à Era dos Descobrimentos.
A pimenta ficou conhecida na Grécia por volta do século V a.C. Naquela época, era usada mais para fins medicinais que culinários, frequentemente como antídoto para veneno. Já os romanos faziam amplo uso de pimenta e outros temperos na comida. Já a pimenta proveniente da Índia era usada como conservante e para realçar o sabor e de uso restrito aos nobres da época.

O ingrediente ativo tanto da pimenta preta quanto da branca é a piperina, um composto com a fórmula química C17H19O3N e a seguinte estrutura:

A sensação picante que experimentamos quando ingerimos a piperina não é realmente um sabor, mas uma resposta de nossos receptores nervosos de dor a um estímulo químico.

Diferentemente da pimenta-do-reino, com uma espécie única, há várias espécies de pimenta do gênero Capsicum. Nativas da América tropical e provavelmente originárias do México, elas vêm sendo usadas pelo homem há pelo menos nove mil anos.

Em qualquer das espécies da pimenta chile há enorme variação. São muitas as cores, os tamanhos e as formas dessa pimenta, mas em todas o composto químico responsável pelo sabor pungente e a ardência muitas vezes intensa é a capsaicina, que tem a fórmula química C18H27O3N e uma estrutura que apresenta semelhanças com a da piperina:

Ambas as estruturas têm um átomo de nitrogênio (N) vizinho a um átomo de carbono (C) duplamente ligado a oxigênio (O), e ambas têm um único anel aromático com uma cadeia de átomos de carbono. Talvez não seja de surpreender que as duas sejam “picantes” se essa sensação resultar da forma da molécula.

Historicamente, a pimenta não foi a única especiaria de grande valor. A noz-moscada e o cravo-da-índia eram igualmente preciosos e muito mais raros que a pimenta. Embora o cravo-da-índia e a noz-moscada provenham de famílias diferentes de plantas e de arquipélagos separados por centenas de quilômetros, sobretudo de mar aberto, seus odores marcadamente diferentes se devem a moléculas extremamente semelhantes. O principal componente do óleo do cravo-da-índia é o eugenol; o composto fragrante presente no óleo da noz-moscada é o isoeugenol.

A única diferença entre essas duas moléculas aromáticas — aromáticas tanto pela estrutura química quanto pelo cheiro — está na posição da ligação dupla.

Com isso, os autores nos mostram que, mais do que um simples tempero, a noz-moscada desenvolve isoeugenol, um composto químico que funciona como pesticida natural para proteger a planta de seus predadores. O isoeugenol também repelia pulgas e, com isso, podia proteger as pessoas desses insetos que transmitiram a peste bubônica na Europa dos séculos 14 e 15. 

O óleo do cravo-da-índia era apreciado como um poderoso antisséptico e como remédio para a dor de dente. Até hoje ele é usado como anestésico tópico na odontologia.

A noz-moscada é um dos dois condimentos produzidos por uma mesma árvore; o outro é o macis. A noz-moscada é feita com a semente — ou amêndoa — marrom e reluzente da fruta, que se parece com o abricó, ao passo que o macis vem da camada avermelhada, ou arilo, que envolve a amêndoa.

Há muitos anos a noz-moscada é usada na China para fins medicinais, no tratamento de reumatismo e dores de estômago, e no sudeste da Ásia para disenteria ou cólica. Na Europa, além de ser considerada afrodisíaca e soporífera, a noz-moscada era usada num saquinho pendurado no pescoço como proteção contra a peste negra que devastou o continente em intervalos regulares desde sua primeira ocorrência registrada em 1347.

Naturalmente, isso conferiu à noz-moscada um grande valor econômico. Essas especiarias também estão por trás de outras questões econômicas decisivas. A piperina - um composto que dá as propriedades da pimenta - acaba se relacionando às bolsas de valores, à medida que os investimentos para ir comprá-la no Oriente eram muito altos e exigiam a participação de muitos investidores no empreendimento, por meio de um sistema de cotas ou ações.

A piperina é responsável pelo ardor da pimenta, quando precisamos amenizar essa sensação de ardência, a primeira providência que costumamos fazer, é tomar um pouco de leite, isso porque, em sua composição há a proteína caseína, pela qual a capsaicina tem grande afinidade. Ela ‘adere’ mais à caseína se deslocando dos nociceptores presentes na língua.

Esperamos que vocês tenham gostado do resumo do primeiro capítulo do livro OS BOTÕES DE NAPOLEÃO: As 17 moléculas que mudaram a história.

BOA LEITURA, e se possível, FIQUEM EM CASA!!!







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